Rua Taguá e as casinhas, com um intervalo onde possivelmente cruzava um dos córregos. (Google Maps)
Três córregos desaparecidos que encontrei numa pesquisa sobre outro assunto em notícias de jornais de 1929. Não consegui encontrar seus nomes nem nas reportagens, mas, sim, alguma coisa sobre eles.
Um é um córrego que cruzava a rua Caconde nessa época. Extamente onde? Bem, no quarteirão entre a alameda Joaquim Eugênio de Lima e a avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Porém, lendo o artigo, sabe-se que rua não era ainda calçada e que nela havia esse córrego. Nas palavras de quem escreveu o artigo, "como todo mundo sabe (menos a Prefeitura), existe alli um córrego de águas sujas, verdadeiro manancial de exhalações fétidas, prejuciaes à saúde". Era, também despejo de esgotos dos moradores (já que não havia esgoto). E queixava-se da Prefeitura, que não tomava providências (embora eles mesmo jogassem o lixo no córrego).
Hoje não há sinal desse córrego. Olhando-se o mapa Sara Brasil de 1929/30, notamos que esse quarteirão da rua Caconde ainda não era mostrado no mapa, então, possivelmente, ele era muito novo ou a própria rua, já traçada, ainda nem guias ou sarjetas tinha... mas é mostrado uma linha azul, reta, na mesma direção da rua Jundiaí. Seria um coletor de águas, feito pelo homem. O córrego desaguaria ali? Não aparece, no entanto, o tal córrego.
Rua Caconde e travessa Leon Berry, hoje (Google Maps).
O mais interessante é que uma prova da existência desse córrego e/ou do coletor é a travessa Leon Berry, que, antigamente, se chamava Vila Canto do Rio (é uma rua sem saída). Uma vila de casinhas, ainda ali hoje, quase centenária, já que teria sido construída em 1929 (e também não está no mapa desse ano). Uma moradora da vila me disse que o nome da vila vinha do fato de ela estar encostada num rio (córrego). Nota: como o córrego atravessava a Caconde, ele devia ser o escoadouro da vala (coletor), pois o nível da rua é inferior ao da vala.
Os outros dois córregos cruzavam a rua Taguá, na Liberdade. Esta é a rua em que, no seu trecho entre a rua Fagundes e a rua São Joaquim, tem, em seu lado ímpar, uma série de várias casinhas muito similares entre si, que são pintadas em cores diferentes e geminadas entre si. Do lado par, o fundo das faculdades FMU.
Os córregos também não têm os nomes citados, mas possivelmente cruzavam a rua no ponto em que as casinhas têm a sequência interrompida por uma escadaria estreita que dá na rua de trás - que tem o nível mais baixo. Possivelmente, na rua Taguá deve ter sido feito um belo aterro antes da canalização e entubação dos dois. E note-se que em 1929 não somente as casinhas não existiam, como nenhuma construção havia sido erigida no lado ímpar da rua. Isto leva a crer que o lado ímpar era um barranco.
domingo, 17 de janeiro de 2016
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Ralph, no Mapa da Sara Brasil, na escala l:1.000, folha 50.23 aparece uma canalização de córrego que vai desde a rua Paraguai, entre a Presidente Prudente e a Estados Unidos, atravessa a Salvador Pires/9 de julho e continua na folha 50.24, entre a Caconde e a Estados Unidos, atravessando a Pamplona e a Campinas e entrando na folha 64.04 que infelizmente não existe.
ResponderExcluirAcho que é a tal linha azul do mapa na escala l:5.000:
http://www.arquiamigos.org.br/info/info37/img/mosaico/f50-24maxi.jpg
com certeza ja deve ter visto0 este documentario,mas deixo o link aqui para quem interessar, é otimo: https://www.youtube.com/watch?v=Fwh-cZfWNIc
ResponderExcluirMuito bom, mas erraram ao dizer que quando Prestes Maia deixou a prefeitura em 1945 a retificação do Tietê já estava concluída. Só se for quando ele foi prefeito eleito, já na década de 1960 (1961 a 1965).
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