quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
DESASTRES BRASILEIROS
As crises brasileiras...
1831 - Pedro I renuncia. O Brasil não tinha trens. Nem ideia de vir a tê-los.
1889 - Pedro II é deposto. O Brasil tinha trens e eles até transportavam passageiros. Aliás, era praticamente o único transporte decente que existia para longas distâncias. Andava-se pela E. F. D. Pedro II, pela Great Western do Brasil, pela E. F. D. Teresa Cristina, pela E. F. do Paraná, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Navegação, pela Mogiana, pela Sorocabana, pela Ytuana, pela Rio Claro Railway, pela Leopoldina, pela São Paulo Railway e muitas, muitas outras espalhadas pelo Brasil.
1930 - Getúlio Vargas derruba Washington Luiz. Havia mais ferrovias ainda do que em 1889, embora uma ou outra já tivesse ido para o saco.
1945 - Vargas é deposto. As ferrovias continuavam no pedaço, até com mais quilometragem do que em 1930, mas já tendendo para irem para o bagaço devido ao sucateamento a que foram legadas pela Segunda Guerra Mundial.
1954 - Vargas se suicida. Em nove anos a quilometragem total havia aumentado, mas, ao contrário de 1945, havia apenas uma ferrovia ainda privada (a Companhia Paulista).
1961 - Jânio renuncia. O pico brasileiro de quilometragem havia ocorrido em 1960 (38 mil quilômetros) e, acreditem ou não, em 1961 esse número já havia se reduzido (embora um pouquinho só, é verdade).
1968/9 - AI-5. Costa e Silva morre. O extermínio das ferrovias seguia a todo o vapor (mesmo com as locomotivas diesel terem afastado, a essa altura, a maior parte das locomotivas a vapor).
1985 - Tancredo Neves nem assume, Morre em seguida. Trens de passageiros já eram raros no Brasil e a quilometragem já estava próxima dos números da privatização (28 mil quilômetros).
1992 - Collor é deposto, "impichado". Os números pioraram, mas ainda se podia andar (mal) de trem em São Paulo e em alguns outros estados do Brasil.
1996/1998 - Privatização das ferrovias. Desaparecem FEPASA e RFFSA. Em cinco anos (2001), desapareceriam todos os trens de passageiros restantes, exceto os da Vale, Amapá e trens metropolitanos nas capitais.
2015 - O desastre Dilma. A quilometragem operada ainda das ferrovias brasileiras está próxima a 10 mil quilômetros apenas. Pouquíssimas novas ferrovias foram entregues desde a privatização. Há inúmeras ferrovias (privatizadas) abandonadas, inclusive algumas que foram entregues há cerca de um ano.
Resumo do drama: sai presidente, entra presidente, nada muda para as estradas de ferro brasileiras: elas sempre são esquecidas.
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Por que não colocou o nome do presidente no período 1996/1998?
ResponderExcluirPorque aí o caso foi de privatização, não de crise.
ResponderExcluirUma triste e incompreensível verdade!
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