segunda-feira, 2 de novembro de 2015

SÃO GONÇALO DO SAPUCAI, MG

A estação, já desativada.

São Gonçalo do Sapucaí, Minas Gerais. Ao lado da cidade de Campanha, mas do outro lado da rodovia Fernão Dias em relação a esta.

A cidade teve uma ferrovia por apenas trinta e quatro anos, de 1930 a 1964. É muito pouco para todo um investimento feito nela. A cidade era a ponta de um ramal de 117 quilômetros em bitola métrica que vinha da cidade de Freitas, na linha Cruzeiro - Jureia. Na verdade, o trecho Campanha - São Gonçalo era considerado um ramal (de 31 quilômetros), mesmo saindo da ponta de um outro ramal (de 86 quilômetros).
A praça, já sem a estação.

Antes, teve uma linha de bondes que ligava-a a Campanha. A linha de bondes acabou bem antes de a linha de trens começar.

Não tenho ideia de como a linha cruzava a Fernão Dias. Esta estrada foi aberta em data bastante próxima ao término de operações na linha. O ramal Campanha - São Gonçalo pode até ter sido fechado tendo como desculpa a passagem da rodovia; porém, esta é uma especulação de minha parte.
A estação de São Gonçalo ainda em funcionamento.

A estação era um prédio muito bonito, com um armazém próximo a ela. Era bem ao estilo das estações da Rede Sul-Mineira (a partir de 1931, incorporada pela Rede Mineira de Viação).

Depois de a ferrovia ser fechada em 1964 (ou 1962, não há uma grande certeza nisto), a estação foi demolida - não consegui saber exatamente quando - para o aumento da praça que ficava em frente a ela.

Não havia nenhum motivo para isto ter acontecido: talvez, apenas, o fato de não se querer restaurar e manter um prédio tão bonito. Bem típico da pequenez da grande maioria de nossos governantes.

5 comentários:

  1. Ralph, eu conheci muito bem São Gonçalo do Sapucaí durante as décadas de 1960 e 70. Posso garantir que a informação veiculada no site Estações Ferroviária, num box azul, está errada. O virador não ficava onde hoje é o correio mas do lado oposto, em relação à estação, onde foi construído um posto de gasolina, em frente da antiga concessionária Volkswagen (faz 30 anos que não vou lá, mas, pela foto do Google Maps, parece que hoje é uma transportadora) que ficava na esquina da rua Antônio Neder (antiga S.José) com a Osório Avelar (antiga rua do Bonde). O trem chegava na cidade por onde hoje é a Avenida Tancredo Neves que foi aberta nos terrenos da ferrovia, passava ao lado da Santa Casa e seguia pela atual rua Alvarenga Peixoto e, depois de passar por uma "ponte preta" que havia sobre o "córrego do Feijão", entrava na rua de S.José atravessando-a em diagonal e entrando no pátio da estação cuja frente ficava na praça coronel Alberto Siqueira. O trilho principal continuava por mais um quarteirão, atravessando a rua Antonio Carlos e terminando em um curral, todo de aço, que já estava abandonado em 1961 e que deve ter sido usado para o embarque de gado. A plataforma da estação e o virador ficavam em uma linha paralela à linha principal.

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    1. Prezado Carlos Augusto, primeiramente parabenizá-lo por manter vida a memória da ferrovia de minha cidade natal.A época frequentou a cidade, ainda estava por lá cursando o ginasial, que terminei em 66.
      A extinção do ramal, ocorreu em 64 e,o arrancar dos trilhos, posteriormente.Havia um pontilhão sobre o córrego, que, nós, garotos, gostávamos de atravessar pelo prazer natural de correr perigo, próprio da idade.A estrutura de virar a máquina do trem,para volta à Campanha, em minhas lembranças e de outros do mesmo tempos situava-se do mesmo lado da estação e não em terreno oposto, mesmo por que, ali já tinha sido construída em 1960 a Agência da marca Volkswagen, sob o nome de Spagolla e Prado Ltda. Desculpe-me o palpite e, reitero minha admiração por seus textos memoriais.Por último uma curiosidade sobre sues parentes em nossa terra,se ainda vivem e quem são.
      Coloco a seu dispor meu e mail, caso queira prosseguir na troca de informações.
      Cordialmente,
      José Newton Noronha Almeida,
      jnoronhanewton@gmail.com

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  2. Ralph, na edição de 25.01.1916 do Estadão, página 8, tem a seguinte notícia sobre esta linha:
    "S. GONÇALO SAPUCAHY - Estrada de Ferro - Chegando ao conhecimento da Câmara Municipal local, por pessoa de responsabilidade na política do Estado que, a Diretoria da Rêde Sul Mineira, se compromettia a fazer o ramal de Campanha à barranca do rio Sapucahy, se, o govêrno fornecesse gratuitamente os trilhos, o Agente Executivo immediatamente communicou ao Vice-Presidente da Camara, coronel Pedro Machado de Azevedo, passando-lhe procuração para tratar do assumpto perante aquella diretoria, o qual já seguiu para o Rio, e, oxalá traga a confirmação dessa boa nova, da qual depende a prosperidade e grandeza do município."
    Veja que o projeto era levar a linha até a barranca do rio Sapucahy (talvez para interligá-la com a linha fluvial a vapor). Isso nunca foi feito. Também parece que as negociações não deram certo porque o ramal acabou sendo construído por fazendeiros da cidade.

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  3. Ralph, a desculpa para acabar com o ramal foi o asfaltamento, em 1964, da variante que ligava S.Gonçalo à Fernão Dias. O ramal compartilhava o viaduto sob a Fernão Dias com a rodovia que ligava Campanha a Monsenhor Paulo.

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  4. Ralph, no Álbum Chorographico Municipal de Minas Geraes, de 1927, aparece a linha do bonde para Campanha. Nesse mapa aparece a localidade de Santa Luzia. No Google Maps existe uma "Estrada para Santa Luzia" que talvez tenha sido aberta sobre o antigo traçado do bonde. A cidade de Ponte Alta que aparece ao norte é a atual Monsenhor Paulo.
    Neste Álbum há também um estudo sobre a navegação fluvial no rio Sapucaí e um estudo sobre a estrada de ferro Muzambinho (onde o site Estações Ferroviárias é citado):http://www.albumchorographico1927.com.br/indice-1927/s-goncalo-de-sapucahy










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