domingo, 26 de abril de 2015

UM DIA O TREM PASSOU POR AQUI (2)

Uma das fotos da estação de Itatingui, tirada por mim na época, que sugeriu o nome do livro
.

Uma das coisas que aconteceram nos últimos tempos e que me deram muita alegria foi a descoberta, por acaso, de um livro publicado nos Estados Unidos, de nome Brazilian Railway Culture, escrito por Martin Cooper, a quem não conheço — nem havia ouvido falar dele até três dias atrás. Porém, agradeço demais a ele pelo que escreveu sobre mim e meu livro.

Achei-o na Internet, pesquisando sobre ferrovias, como sempre faço, e não pude ler o livro todo até agora, pois o que eles publicam são partes dos livros. Um dos capítulos fala sobre alguns livros escritos no Brasil e seus escritores. O que ele falou de meu livro deixou-me muito contente, realmente, pois ele captou a essência de um livro escrito por mim há pouco mais de treze anos (2001) e que, infelizmente, tem sua tiragem esgotada.

Fruto de uma pesquisa que, na época, completava pouco mais de cinco anos, além de troca de ideias com diversos aficionados por ferrovias brasileiras e do exterior, meu foco foram os trens de passageiros do Estado de São Paulo, que, quando da publicação do livro (novembro de 2001), haviam sido definitivamente extintos oito meses antes, em péssimas condições e correndo em pouquíssimas linhas, comparadas com as então ainda existentes no Estado de São Paulo, reservadas pelas concessões para transporte de carga e para serem sucateadas — disto ficamos sabendo mais tarde…

O livro Um Dia o Trem Passou por Aqui, com subtítulo "A história e as estórias dos trens de passageiros do Estado de São Paulo e as saudades que eles deixaram" tem alguns comentários a ser feitos por mim.

A capa é uma foto que Alberto del Bianco postou em um e-mail, quando eu já estava terminando o livro: ele disse tê-la encontrado depois de algum tempo numa gaveta. A intenção não era fornecer uma capa para o livro, mas, sim, mostrá-lo em cima de uma porteira em Ubá Paulista, próximo à estação de Itirapina, em 1959, observando a passagem do trem mais famoso de São Paulo — o da linha-tronco da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

O título veio de um comentário feito por Sergio Romano (até onde me lembro), quando viu uma fotografia postada por mim numa lista de discussão de ferrovias na Internet: "Um dia o trem passou por aqui." A foto mostrava a antiga, simples, muito bonita e então semiabandonada e já sem trilhos estação de Itatingui, lugarejo rural no município de Pederneiras. Esta linha havia sido extinta no já distante ano de 1966. Achei essa frase ideal para o título.

O texto de abertura do primeiro capítulo do livro foi, na verdade (e isto é citado ali), escrito por meu avô Sud Mennucci, em 1912, para um jornal da época — não identificado no recorte de seus arquivos, que me chegaram às mãos seis anos antes. Quando estava já revisando o livro, minha esposa se ofereceu para fazê-la também. Ela, a um determinado momento da leitura, disse-me que esse trecho era muito bonito (retratava um fato real relatado por meu avô numa viagem feita a partir de Limeira, com baldeação em São Carlos, onde meu avô tomaria outro trem para chegar a Dourado, onde dava aulas na época), alem de romântico, e deveria, na opinião dela, abrir o livro — em lugar de abrir o quarto capítulo, como estava no rascunho —, pois ele certamente abriria mais o interesse do leitor pelo resto da leitura. Eu achei que, sim, valia a pena e mudei, fazendo todos os ajustes necessários no resto do texto. Na verdade, o quarto capítulo virou o primeiro.

O autor do livro americano percebeu isso. Não a troca de capítulos, mas impressionou-se com aquele relato de meu avô e pelo fato de ele abrir o livro. Isto deixou o casal feliz aqui em casa.

Devo ressalvar que o livro foi totalmente patrocinado por mim e minha esposa e não teve qualquer evento de lançamento. O editor fui eu mesmo, contratando e intermediando os serviços de impressão com uma gráfica paulistana. Foi o meu segundo livro (o primeiro foi a biografia de meu avô Sud, patrocinada pela Imprensa Oficial do Estado, do qual também fui o editor) e o primeiro de dois sobre estradas de ferro paulistas. Não foi distribuído em livrarias, teve uma tiragem de apenas mil edições, que, com raras exceções de um ou outro livreiro que quis pegar meia dúzia de edições para deixar exposta em livrarias pequenas, foi vendida por mim, ajudado pelo meu site de estações ferroviárias. A tiragem levou dez anos para esgotar-se.

Por outro lado, é extremamente difícil este livro ser encontrado em sebos, o que significa, no meu ponto de vista, que quem o tem não quer desfazer-se dele.

E, por fim, devo dizer que, do final dos anos 1990 para cá, foi lançada uma quantidade relativamente alta de livros sobre ferrovias brasileiras, alguns muito bons e possivelmente até melhores do que os meus. Ainda assim, o meu foi um dos poucos citados neste livro americano. O texto sobre ele é curto, toma no máximo duas páginas, mas comenta realmente o que vários leitores falaram acerca dele após seu lançamento.

Não transcrevi o texto, mas coloco-o por fotografia (print screen), abaixo. E obrigado ao apoio que sempre deram a mim e ao meu livro.

Um comentário:

  1. BOM DIA! ONTEM FUI ATÉ PEDERNEIRAS, MAS NÃO ACHEI A ESTAÇÃO DE ITATINGUY, MAS AGORA JÁ SEI ONDE FICA,VOU LÁ QUALQUER DIAS DESSES.
    EU FUI O AJUDANTE DE TREM QUE FEZ A ULTIMA VIAGEM DE TREM DE PASSAGEIRO NAS LINHAS DA FEPASA / FERROBAN ENTRE CAMPINAS E BAURU,
    25/07/2015 OLACI

    ResponderExcluir