sexta-feira, 26 de setembro de 2014

FERROVIA ABANDONADA... NO CENTRO DE PARIS


A matéria abaixo é baseada nas informações e fotografias contidas neste blog: http://www.theguardian.com/cities/2014/sep/26/-sp-petite-ceinture-paris-entrepreneurs-environmentalists-abandoned-railway#comment-41461202 .

É evidente que ferrovias abandonadas existem por toda parte. No Brasil é que elas são maioria e por isso ficamos sem entender nada. Mas elas estão até no centro de Paris, França. A ferrovia a que me refiro abaixo é chamada de "Le Petite Ceinture" - ou "o pequeno cinturão".

Tem 20 milhas e uma das estações dela está retratada na foto do princípio desta matéria. Notem que ao fundo existe uma estação... mas não abandonada e sim, transformada em um restaurante. Pessoas fazendo refeições podem ser vistos na fotografia.

Esta ferrovia foi construída há cerca de 150 anos - ou seja, é tão velha hoje como, por exemplo, a linha do Centro da Central do Brasil na serra do Mar. É mais antiga que a E. F. Santos a Jundiaí. O autor do artigo escreve que raposas e outros animais da região a usam para ir de um lado para outro da cidade, e cortar o leito em pedaços para vendê-lo em lotes destruiria boa parte da vida selvagem urbana da cidade.

É hoje o único grande pedaço verde dentro de Paris. Também existem nela favelas parisienses - olhem a mesma foto lá em cima - e drogados, além de parte pichadas. A linha tem comunicações com as catacumbas da cidade, pequenos tuneis por onde entram e saem exploradores da "cidade subterrânea".

Ainda existem dezessete estações na linha - originalmente eram vinte e nove. Trens de passageiros e cargueiros já circulavam na linha desde 1862. A partir de 1934, trens de passageiros - como se conhecia na época - eram coisa do passado, substituídos pelo metrô. Em 1993, a linha já estava completamente abandonada. A estrada de ferro desativada passou a ser um local para se atirar lixo (e falamos mal do Brasil) e um local para se exercer a função de prostitutas e tráfico de drogas.

Algo precisava ser feito, Um residente da área, Denis Loubaton, fundou em 1998  os "Jardins du Ruisseau" (jardins do córrego), uma associação, com outros moradores do seu bairro, a Ville des Tulipes. Ela se estabeleceu na antiga estação de Ornano, e a área inteira foi limpa por seus sócios e após isso, recebeu jardins de flores e pequenas plantações de verduras, além da organização de diversos eventos. e agora pensam em reativar a antiga linha, já que o metrô parisiense está cada vez mais cheio.

Hoje são 450 sócios que fazem a manutenção da linha, leito e estações.

Mais informações, para quem lê inglês, pode ser vista no blog original. Citei bastante resumidamente o que foi feito ali e escrito pelo The Guardian para mostrar que a solução para se eliminar as linhas de trem tipo "trilhos do mal", dos quais tanto escrevi neste blog, pode ser diferente da única solução sempre pensada por aqui: construir-se poluentes e degradadoras avenidas.

7 comentários:

  1. Boa! eu pensava que era só aqui no Brasil que elas estavam abandonadas!

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  2. Não, isso é um fenomeno mundial. No Brasil ocorre muito mais porque praticamente todas as ferrovias foram abandonadas para trens de passageiros.

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  3. Fui a Paris em 2017, fiquei estarrecida com tanto lixo, e pessoas idosas abadonadas, doentes e pedindo esmolas, em frente aos monumentos religiosos, e perambulando pelas ruas, segundo minhas amigas, antes do socialismo, realmente era uma cidade belíssima.

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  4. Estive em Paris, em outubro de 2017, fiquei estarrecida de encontrar uma cidade com tanto lixo, pessoas idosas abadonadas e doentes, pedindo esmolas em frente as igrejas, e perambulando pelas ruas, inclusive animais. para mim foi uma enorme decepção. Segundo minhas amigas, antes do regime socialista, não era assim!

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  5. Passei por sob uma ferrovia abandonada à noite, indo para Montmatre. Provavelmente é essa. Havia uma favela grande no que deveriam ser os trilhos.

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  6. Abandono em Paris como mostrado, menos mau. Sendo a França em área apenas um 1/15 do Brasil, tem rede ferroviária de semelhante dimensão da nossa, e delas 31 vezes mais que nós eletrificadas! Ainda, parte delas, invejáveis trens de alta velocidade! É de dar inveja!!!

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