quinta-feira, 1 de novembro de 2012
O HOTEL OTHON DA PRAÇA DO PATRIARCA
O hotel Othon foi um dos mais importantes hoteis da cidade de São Paulo desde a sua abertura, se não me engano, no ano de 1955. Corrijam-me se estiver errado. Até os hotéis começarem a se deslocar para fora do centro, nos anos 1970, ele e outros - e mais tarde o Hilton - estavam na região central e eram as grandes pedidas para quem queria se hospedar bem em São Paulo.
Ele foi anunciado no início de 1949 na imprensa, como pode ser visto pelo desenho no topo da página. Antes disso, porém, em 1949, o local ainda era "povoado" por sobrados mais baixos que a torres da igreja de Santo Antonio, a que mais perdeu com a construção do prédio, pois praticamente sumiu, espremida entre prédios bem mais altos do que ela. O local era assim, de acordo com foto de uma publicidade que apareceu no jornal Folha da Manhã em 1 de janeiro de 1949:
A área começou a se degradar no final dos anos 1960 e o hotel fechou há poucos anos, em 2009, creio. O fato é que meu filho casou-se lá em março de 2006 - ou melhor, o ato religioso e civil foi na igreja do Liceu Coração de Jesus, mas a festa foi ali no salão da sobreloja do hotel. Sala tipicamente dos anos 1950, escura devido às madeiras também escuras que a rodeavam, o casamento foi memorável, pois diversos dos convidados jamais haviam visto a São Paulo noturna - das suas amplas janelas podia-se enxergar o viaduto do Chá e o Teatro Municipal iluminado, bem como os belos prédios do princípio do século XX da praça do Patriarca, numa cena que a todos surpreendeu: o centro da velha São Paulo também tem sua beleza.
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Comentário que a Cris não conseguiu deixar aqui e me mandou por email: "O Othon foi meu primeiro lar em São Paulo. Durante cinco meses, enquanto fiz o programa de treinamento da Folha, o jornal pagou nossa hospedagem lá. E, assim, tive que improvisar tentando transformar meu quarto em uma casa, preferindo os restaurantes baratos da redondeza à sopa caríssima do restaurante do Othon (para economizar, já que eu não tinha salário) e evitando passar pelo Viaduto do Chá sempre que o shopping Light já estivesse fechado (após as 21h), porque tudo ficava deserto e perigoso. Uma vez fui até abordada por um assaltante na saída do metrô Anhangabaú às 21h30 e, noutra, às 22h, fui perseguida por outro estranho no caminho para o Terminal de ônibus lá perto (Bandeiras? Esqueci). Definitivamente não era nada seguro morar ali. Os outros hóspedes, tirando meus colegas de trainee, geralmente eram sacoleiros que tinham vindo de longe para comprar na 25 de Março. Também teve um dia que uma mulher pediu um quarto no 22º andar e se jogou lá de cima. Na maior parte do tempo, o hotel ficava às moscas, nós dominávamos tudo. Fiquei até amiga dos recepcionistas. Mas o que eu mais gostava de admirar era minha vista, do 20º andar. Todos os dias observava o Teatro Municipal iluminado e muitas vezes fui até a laje do hotel para fazer fotografias. É a única coisa de que sinto saudades daquele tempo."
ResponderExcluirVeio-me a lembrança um hotel na praça Patriarca, e, em busca no sistema, encontrei o texto neste blog.
ResponderExcluirConfesso que a tristeza me abateu quando li o seu texto a respeito desse grande hotel, Othon.
Não pelo belo post, mais sim, passado quase dois anos, hoje, o grande hotel esta as ruínas.