domingo, 26 de agosto de 2012
DEMOLIÇÕES ILEGAIS EM SÃO PAULO
O que era: Publicado no O Estado de S. Paulo
(Nota deste autor: esta postagem foi modificada em alguns trechos poucas horas depois de ter sido colocada neste blog)
Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de cerca de um ano atrás mostrou uma triste matéria, que poderia chamar-se "de como os paulistanos (e os brasileiros em geral) pouco se importam com o lugar onde vivem".
Cinco sobradinhos muito bonitos e representativos de uma época (anos 1940) foram derrubados sem que as pessoas se importem com as consequências disso. Eles ficavam na esquina da rua Monte Alegre com a rua Turiassu, muito próximos ao Parque Fernando Costa, para a construção de um edifício, provavelmente residencial.
Na reportagem (pode ser lida aqui), o repórter transmitiu a opinião e o modo de pensar de vários moradores da região. Houve moradores que pouco se importaram (a maioria, com certeza), houve os que não apoiaram a demolição (gente que vai desde a simples admiração pelas belas casinhas até o fato de saberem o que o seu desaparecimento e a construção de um "espigão" podem trazer) e houve os que apoiaram o descalabro (não consigo imaginar como alguém que mora por ali pode gostar do que foi feito, a não ser que seja acionista da construtora que ali pretende construir sua fonte de lucros).
Nota: os imóveis, assim como outros da região, estavam em estudo para o seu tombamento e preservação.
O que sobrou (nada): Publicado no O Estado de S. Paulo
O proprietário (parece que foi o ex, pois o dono atual e autor do massacre parece ter sido a construtora do prédio) dizia que o governo do município tomba os imóveis, mas não fornece absolutamente nenhum auxílio para a sua conservação - o que é verdade. Isso não o exime de culpa por tê-lo vendido para uma construtora que, como bem sabemos, vive da construção e venda de prédios de apartamentos. Isso também não exime a construtora, se foi mesmo ela a derrubar o conjunto, de culpa pela derrubada das casas.
A multa, segundo o jornal, podia chegar a um milhão de reais. Mas será que, pagando a multa, a construtora poderia lavar as mãos e construir o prédio? Não é muito difícil de perceber que a multa paga seria simplesmente incorporada ao preço dos "duzentos mil apartamentos" que seriam ali vendidos. Simples assim?
Ao prefeito e secretários de obras e de planejamento da Capital: cobrem a multa e PROIBAM a construção de QUALQUER obra no local. OBRIGUEM a construção, ali, de uma praça ou parque, para que DE FORMA ALGUMA se obtenha algum lucro na construção de algo em um local que sofreu uma devastação TOTALMENTE ILEGAL.
No máximo, que se permita a construção de UMA casa, ou ainda que se - por mais absurdo que possa considerar - as MESMAS casas, pelo menos do lado externo - o lado interno, pode até liberar - sejam RECONSTRUÍDAS da mesma forma que eram.
A cidade NÃO AGUENTA mais construções. A infraestrutura JÁ ESTÁ COMPROMETIDA e vai ser MAIS AINDA com qualquer prédio a mais que seja inserido na paisagem do bairro e da cidade. Além do mais, será MAIS UM SOMBREAMENTO indesejável na mata do parque anexo.
CHEGA DE CONSTRUÇÕES EM SÃO PAULO! A CIDADE JÁ ESTÁ SATURADA! SERÁ QUE NINGUÉM VÊ ISTO, MEU DEUS DO CÉU???? Por uma cidade onde, a partir de agora, somente sejam permitidas construções de áreas totais IGUAIS às que já existem e porventura sejam demolidas. Pela recuperação das construções existentes e que estejam desabitadas ou abandonadas e sua transformação em residências ou escritórios necessários. Pelo incentivo da Prefeitura aos proprietários de imóveis tombados. A pergunta, antes de se aprovar qualquer nova construção para qualquer fim a que esta se destine, deve ser: A CIDADE PRECISA MESMO DESTA CONSTRUÇÃO?
Um ano depois, o que terá acontecido? Não fui checar o local, mas a multa terá sido paga? Há construção ali? Houve alguma alteração na regulamentação de novas construções em São Paulo? A resposta é não.
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Concordo, e por morar no exterior ha 11 anos, sempre que venho ver a familia em Sao Paulo fico mais decepcionada com as demolicoes de casas para dar espaco a mega torres de vidro ou apartamentos com 4 vagas na garagem. Eu, leiga, sempre me perguntava, desde a adolescencia, de onde sairia agua para todas essas pessoas e como as ruas comportariam os carros extras. As autoridades como sempre olham para o outro lado e fingem que nao e com elas, Precisaria de uma lei de zoneamento seria por aqui.
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