quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SÃO PAULO, 458 ANOS (OU 459?)

Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, hoje José Diniz, por volta de 1966

Neste novo aniversário da cidade de São Paulo, lembro-me da cidade da minha infância, com o bairro do Sumaré já cheio de casas (final dos anos 1950 - início dos 1960) e com ruas de paralelepípedos, uma avenida Sumaré ainda de terra a partir das ruas Atalaia e Grajaú, inúmeras ruas de terra nas Perdizes e na Pompéia, bondes na Paulista e na Domingos de Moraes - sendo que, a partir da Sena Madureira e por toda a av. Jabaquara, eles corriam no canteiro central - bondes numa rua da Consolação estreita e de paralelepípedos, trilhos já sem bondes na rua Augusta, a FFCL da USP ainda de pé e funcionando (alive and kicking, como dizem os americanos) na Glette...

De meus colegas indo embora para casa ao meio-dia pegando ônibus e bondes (até a alemãozada rica que morava no Brooklin!), das festas em casas de amigos (e não em salões de festas) onde meu pai me levava e buscava, do guarda civil que durante mais de dez anos permanecia rodando a pé em frente ao colégio Porto Seguro na Praça Roosevelt, das feiras-livres na mesma praça toda quarta e sábado, de passear na cidade a pé quando havia aula à tarde...

Da Vila Mariana onde morava minha avó, do córrego do Sapateiro ainda a céu aberto em boa parte de seu curso, da Chácara Conceição na rua Domingos de Moraes, da rua Iguatemi estreitinha (onde hoje passa boa parte da Faria Lima), do meu amigo que morava numa chácara na Oscar Freire, de outro que morava na Vila Nova Conceição tendo à frente de sua casinha um circo montado permanentemente num imenso terreno baldio, do mesmo bairro sem um edifício de apartamentos sequer, da avenida Ibirapuera com bondes em toda a extensão, seguindo pela Rodrigues Alves (hoje José Diniz) e só existindo um leito de bondes (somente havia pistas para automóveis também, entre a avenida República do Líbano e a avenida dos Eucaliptos)...

Tudo saudosismo, sim. Mas era legal pacas!

Quanto aos 458 anos, serão 459 se considerarmos que a fundação de Santo André da Borda do Campo como município se deu no ano anterior (1553) e em 1554 a sede desse município foi transferida para São Paulo, Se ainda lembramos que o município de São Paulo somente foi instituído oficialmente (como vila) em 1560, então poderiam ser só 452 anos... e como a vila foi promovida a cidade em 1711, seriam somente 301 anos... Aspectos técnicos que são hoje mera curiosidade.

Para mim, são 60 anos e 2 meses, idade que tenho, pois nasci em São Paulo. Moro desde 1982 em Santana de Parnaíba, mas meu coração está na velha Paulicéia, onde trabalho todos os dias.

3 comentários:

  1. Valeu Ralph, pelas lembranças pontuais de um tempo lindo, não sufocado pelo excesso, nem de pessoas, mas de carros e prédios (e ambos ainda crescerão muito em número, infelizmente). Você etudou no Porto Seguro na década de 1960, eu estudei lá em 1978/79, transformado em Escola Estadual Caetano de Campos. A praça Roosevelt em frente, ainda fazia sucesso com sua arquitetura modernosa (hoje demolida, em reforma) que recebia exposições. Lembro de uma exposição sobre a Alemanha, e uma em que ficava exposta a McLarem campeã do Emerson. Mais antigo que isso, lembro do Parque Dom Pedro II com muitas flores e a r. 25 de Março ainda de paralelepípedo, +- 1968, lembro da praça Clóvis separada da praça da Sé, lembro da r. Direita ainda mais cheia de gente do que hoje. Lembro de um Parque do Ibirapuera que ficava vazio nos dias de semana, e que nos Domingos recebia centenas de motos que ficavam rodando numa área ao lado da marquise. E por aí vão as lembranças. Valeu! Britto

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  2. Ralph, o município de Santo André da Borda do Campo foi extinto em 1560, quando este fora anexado ao recém-criado município de São Paulo de Piratininga, na época, somente dois municípios existiam no atual estado de São Paulo (São Vicente, fundado em 1532, e Santos, 1545). Santo André somente voltaria a ser município em 1938, quando a sede do município de São Bernardo (criado em 1890) foi transferida para Santo André, o que desagradou a população de São Bernardo (do Campo), que conquistou sua emancipação em 1941.

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  3. Correção: São Bernardo voltou a ser município em 1944, e não em 1941.

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