segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

OSASCO, SP

Ao fundo, a estação (à direita - não é a de agora) e o largo de Osasco (à esquerda). A construção grande era o cine Glamour (o prédio ainda existe). A Sorocabana segue para o interior (fundo da fotografia).

Ontem, domingo, houve numa lista de discussão de ferrovias - em que rola muita coisa além delas - um bate-papo entre velhos moradores e ex-moradores de Osasco. Como se sabe, Osasco era um subúrbio da cidade de São Paulo, localizado a cerca de 15 quilômetros da praça da Sé, que se tornou município em 1961.

Eu pouco pude participar. Conheci Osasco somente nos anos 1970, quando já não era tão diferente de agora... cresceu rápido. Antes, ouvia apenas falar dele por uma empregada doméstica que minha avó tinha e que todo final de semana ia da Vila Mariana para lá. Segundo ela, uma aventura.Não sei em que ponto da cidade ela morava.

Era relativamente novo em termos de povoado, vila, cidade, chamem-no como quiser. Até 1892, não existia praticamenta nada ali, nem o nome. Aí, um imigrante e sua família, Antonio Agu, resolveu comprar algumas terras do lado sul da ferrovia - a Sorocabana - e construir ali uma olaria. Deu o nome ao vilarejo de Osasco, nome da cidadezinha em que havia nascido, na Itália. Pediu uma estação à Sorocabana para escoar sua produção para o centro do município (São Paulo), que já crescia em velocidade espantosa.

A cidade foi crescendo lentamente entre a linha férrea e a estrada de Itu - a atual avenida dos Autonomistas. Atravessou também a linha férrea, onde se instalaram algumas indústrias. O rio Tietê estava ali próximo, ainda em seu leito original cheio de curvas.

Em 1961, com a autonomia, passou a ser dona de seu próprio nariz, E cresceu bastante, como foi a regra para praticamente todas as cidades do interior paulista e brasileiro: com o advento do automóvel mais barato a partir do final dos anos 1950, expandiu-se por toda a sua área.

O curioso, porém, é que, como bairro de subúrbio e não como município, seu aspecto no final dessa década, no seu centro de fato - a estação, em volta da qual se formara - era lastimável: uma praça, ou um campo, enlameado com pouquíssimas construções (o atual largo de Osasco) e curiosamente com uma enorme construção próxima à estação: um enorme cinema para 2.000 lugares. Da praça partiam algumas kombis para os bairros afastados - não havia nem ônibus nem jardineiras, então.

Hoje, Osasco tem mais de um milhão de habitantes e é um município com tráfego caótico com o mesmo problema de São Paulo, em escala menor: se as construções continuarem a ser liberadas, a cidade explode. Mas como nunca aprendem mesmo tendo o mau exemplo bem ao lado...

A cidade tem cinco estações: Presidente Altino, Osasco, Comandante Sampaio, Quitaúna e General Miguel Costa (a antiga Kilometro 21).

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