terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PRAÇA DO PATRIARCHA EM 1939

Neste mapa da Sara Brasil de 1930, nove anos antes, vê-se a praça e as ruas à sua volta. Ainda era o viaduto do Chá antigo. As linhas no centro de algumas ruas indicam linhas de bondes elétricos. Os palacetes na esquina do viaduto com a Líbero Badaró, de um lado (norte) era o Prates; ao sul, a Rotisserie Sportsman. Ambos não existem mais.

Por velhas reportagens com fotografias podemos ter o prazer (apesar da má qualidade das fotos) de conhecer a Praça do Patriarca em 1939. A praça foi aberta em 1922 com o nome de Praça do Patriarcha José Bonifácio e mais tarde teve o nome reduzido para o atual, pois era assim que todos a chamavam. Raro caso em São Paulo de reconhecimento governamental de um nome popular.

As fotografias foram todas publicadas pelo jornal Folha da Manhã no ano de 1939, atual Folha de S. Paulo, e mostram diferentes aspectos da praça. Duas outras imagens foram extraídas de propagandas, no mesmo jornal.
A foto acima, de 3 de fevereiro, mostra uma tomada onde se pode ver à esquerda um belo prédio (de construção recente na época) e que até hoje está lá. No centro, na esquina entre as ruas São Bento e da Quitanda, o edifício que por muito tempo abrigou no térreo a famosa Casa Fretin. À direita, o edifício Barão de Iguape, que até meados do ano anterior (1938) abrigava o Mappin Stores, que dali saiu para a Praça Ramos no ano citado.
Em uma propaganda do dia 14 de setembro (acima), o magazine Ao Preço Fixo anuncia a inauguração de sua nova loja no edifício onde até um ano antes estava o Mappin Stores.
No dia 15 de novembro (acima), nova propaganda do "Ao Preço Fixo" mostra a loja novamente em belo desenho a bico de pena.
Em 29 de dezembro, a reportagem acima mostra uma foto da praça tirada de frente do edifício Barão de Iguape no sentido do viaduto do Chá - já o atual. Na foto podem ser vistos à direita o mesmo edifício citado na tomada de fevereiro, na esquina da Líbero Badaró. À sua direita, o Palacete Prates. Lá ao fundo, do outro lado do viaduto, o Teatro Municipal. À esquerda da foto, o atual prédio da Prefeitura em construção, envolto por uma muralha de tábuas, como era costume se fazer na época. Ele foi construído no lugar do antigo prédio da Rotisserie Sportsman.

Dos edifícios citados neste artigo, o Palacete Prates e o Barão de Iguape já foram (infelizmente) demolidos. Hoje, aliás, eu estive na praça. Vi a Galeria Prestes Maia, linda e bem conservada, construída pouco depois das fotos aqui colocadas... pena aquele horror de marquise que a prefeita Marta Suplicy mandou construir sobre ele. A Igreja de Santo Antonio, uma das mais antigas da cidade, continua lá, embora nas fotografias de 1939 ninguém tenha se preocupado em fotografá-la. Também o antigo Hotel Othon - o hotel deixou o prédio há dois anos - construído nos anos 1950 continua lá. No lugar do Barão de Iguape, um enorme edifício que tem o Banco Itaú (era o Unibanco) no seu andar térreo.

Belo lugar. Hoje à tarde estava uma maravilha. Lugar que merece ser preservado.

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