
Até meados do século XX, era comum ver ruas "desalinhadas" nas cidades brasileiras. Ou seja, o alinhamento das casas e prédios não obedecia uma linha comum e o recuo não era igual para todas as construções.
Herança de um tempo em que apenas pedestres passeavam pelas ruas e um ou outro veículo de rodas como carroças e tilburis, o alinhamento das casas não fazia uma diferença muito grande. À medida que, no entanto, os automóveis, bondes, ônibus e caminhões foram chegando em número cada vez maior, o que aconteceu a partir da primeira década do século XX, a necessidade de se ordenar as vias era notória.
É comum ver relatórios das Câmaras Municipais falando de alinhamentos de ruas, especialmente de 1900 a 1920.

Algumas ruas do centro de São Paulo, surpreendentemente, sobreviveram com ruas estreitas e sem alinhamento por mais tempo. Um exemplo disto é o prédio que hoje abriga o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (entidade da qual sou sócio), que, em 1940 teve de ser derrubado para se alinhar o segundo quarteirão da rua - o que fica adjacente ao Largo de São Francisco - pois o seu alinhamento estava tomando pelo menos metade da largura que o hoje a Benjamin Constant possui e que também não é muito largo.

Nas fotos aqui postadas, as duas coloridas são atuais, do Google Maps e mostram a rua hoje, com o prédio atual do IHG, que tomou o lugar do velho prédio que avançava pelo leito da rua e a comparação com a foto (que infelizmente é muito ruim) de 1940, onde dá para se ver o mesmo prédio branco, já no alinhamento, que existe hoje, para servir de comparação de alinhamento e de fotografias com diferença de 71 anos.

Finalmente, o mapa de 1930, da Sara Brasil, mostra que dez anos antes da foto antiga, a rua Benjamin Constant não era alinhada, especialmente no quarteirão citado. Já o primeiro quarteirão, junto à Praça da Sé, já havia sido alargado e alinhado.
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