segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MEMÓRIA FERROVIÁRIA PAULISTANA

A Parada Inglesa.

A ferrovia ainda existe na cidade de São Paulo: o metrô, todo de linhas novas, e a CPTM, constituída sobre velhas linhas reformuladas das antigas Santos-Jundiaí, Sorocabana e Central do Brasil. Porém, ferrovias ou estações que já se foram, desativadas, demolidas ou arrancadas, ainda permanecem na memória paulistana.

A Parada Inglesa é um bairro que teve o nome tomado da antiga parada do Tramway da Cantareira que se chamava exatamente assim: Parada Inglesa. No mesmo bairro, a rua do Tramway foi asfaltada sobre o velho leito e trilhos da mesma ferrovia extinta ali em 1965. Da mesma estrada de ferro, a rua Ramal dos Menezes é o velho leito hoje pavimentado de um ramal que era particular: atendia uma pedreira, da família Menezes, na sua extremidade.

A Parada Pinto.

Lá pela mesma região, um pouco mais para oeste, a Avenida Parada Pinto, antiga Estrada da Parada Pinto ou simplesmente Estrada da Parada, era um caminho comprido que chegava exatamente onde se situava a Parada Pinto, do ramal do Horto do velho tramway.

Mais para oeste ainda, para os lados do Jaraguá, a Parada de Taipas é um bairro que deve seu nome exatamente a uma parada que tinha esse nome. E que depois trocou o nome para... Estação Jaraguá, em 1948. Sim, existia uma outra estação Jaraguá, então desativada e que cedeu seu nome para a antiga Taipas.

A Quarta Parada - se bem que há quem diga que essa é na realidade a Terceira Parada. A foto foi tomada na revolução de 1924, quando uma locomotiva a vapor foi derrubada ali

O bairro e o cemitério da Quarta Parada devem seu nome à Quarta Parada da Central do Brasil, parada que já existia na época (sim, havia a segunda, até a sexta parada - a primeira, supostamente, era a estação do Braz) em que o subúrbio ali ainda ia somente até a velha estação da Penha, na rua Coronel Rodovalho, depois de fazer uma curva junto da velha e não mais existente hoje estação de Guaiaúna. A Quarta Parada ficava na esquina da avenida Álvaro Ramos com a linha férrea, hoje um local murado.

O final dos trilhos da rua dos Trilhos - mas na rua Taquari - e a parada do Hipódromo. A linha em primeiro plano era a do bonde, eletrificada.

Na Vila Matilde, até não muito tempo atrás existia a rua da Estação, desaparecida quando do alargamento ali da rua Conde de Frontin. Era a que dava acesso antigamente à estação hoje desativada da Vila Matilde. E não nos esqueçamos da rua dos Trilhos, que em seu leito tinha um ramal da antiga São Paulo Railway, depois Santos-Jundiaí, que levava os fanáticos por corridas de cavalo ao Hipódromo do Braz, ali, junto à rua Taquari.

4 comentários:

  1. Você entende mais de Tramway da Cantareira do que eu, mas lá vão uns pitecos: a estação Mandaqui resistiu enquanto pôde, escondida atrás de um muro, mas foi para o chão há alguns anos. A Invernada também, desapareceu há uns 3 anos. A última sobrevivente, a estação Cantareira no final da linha, talvez não resista á passagem do Rodoanel Norte, que está proposto passar exatamente sobre o antigo reservatório de água, que gerou essa linha, lá na Vila Rosa, distrito Tremembé. Mas a comunidade (uma pequena parte dela, é verdade) está batalhando para que isso (o rodoanel Norte) não aconteça.

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    1. Estação Mandaqui está inteira mas descaracterizada

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  2. Sim, eu sei disso. Mas no artigo, por exemplo, não constou a rua Volta Redonda, no Brooklyn, remanescente do Tramway de Santo Amaro: não a rua em si, mas seu nome, que era o nome da estação junto a ela, desaparecida já há 100 anos

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  3. MEMÓRIA FERROVIÁRIA CEARENSE
    Inspirado no título que você deu a esta postagem, quero, nesta ocasião, aludir à uma das mais recentes obras, lançadas no Ceará, sobre a Memória da Ferrovia local.
    Trata-se do livro ARQUITETURA FERROVIÁRIA NO CEARÁ, cujos autores José Capelo Filho e Lídia Sarmiento focalizam, com muita competência, a estrutura de nossas estações ferroviárias.
    Um grande acervo, que reúne TEXTOS, FOTOGRAFIAS (muitas!) e até "plantas" dos edifícios que se foram erguendo às margens da estrada de ferro, ao longo de décadas.
    Assim dizem os autores, sobre a obra que produziram: "O PROJETO DESTE LIVRO FOI INICIADO NO ANO 2000, QUANDO CASUALMENTE CHEGOU ÀS NOSSAS MÃOS UMA PARTE DO PRECIOSO ARQUIVO DO ENGENHEIRO FRANK REGINALD HULL, O MR. HUALL, BASICAMENTE CONSTITUÍDO POR DOCUMENTAÇÃO ESCRITA, GRÁFICA E FOTOGRÁFICA DOS PERÍODOS EM QUE TRABALHOU NO BRASIL (FINAL DO SÉCULO XIX)."
    Osmar Lucena Filho
    Piquet Carneiro - Ce

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