segunda-feira, 20 de setembro de 2010

OS PASSOS DAS TARTARUGAS

Ferrovia Norte-Sul. Local ignorado. Foto Wanderley Lima. Origem: VALEC

Hoje o jornal Valor Econômico publica uma reportagem sobre as obras das ferrovias no Brasil. É interessante, mas também desolador. Nem tanto pela quilometragem que se está sendo construída (ainda baixa) ou pelo que se quer construir (idem), mas principalmente pela burocracia por que passam todos esses projetos.

Falamos aqui da Norte-Sul - que, aliás, terá um trecho inaugurado amanhã em Tocantins e um pequeno pedaço em Goiás de 256 km -, da Ferronorte, da Transnordestina e da Oeste-Leste. Ainda há um vasto trecho de 719 km da Norte-Sul em construção, e mais outro trecho em estudos.

As obras da Ferronorte não existem, no prolongamento entre Alto Araguaia e Rondonópolis. A ALL havia se comprometido a fazê-lo, mas já desistiu. Antes da ALL, houve outras tentativas de construção que também goraram. Agora, novas tratativas apenas começam.

Na Transnordestina, de mais de 2.000 km, apenas 30% dela está em terreplanagem. Trilhos, por enquanto, nada. Na Oeste-Leste, nem isso. Apenas espera.

Um dos problemas que causam atrasos são a interferência do TCU e da demora nas aprovações ambientais. O TCU está fazendo, na Norte-Sul, conferências de fraudes. Isso para mim não faz sentido. Não que não haja a possibilidade de fraudes (no Brasil, seria insano acreditar em que não haveria fraudes), mas fazer isso anteriormente à entrega de uma obra é, para mim meio sem sentido: dá uma mostra clara de quanto o Tribunal de Contas da União não confia no Governo. Se confiasse, porém, deveria agir no final: entregue a obra, checar os valores e punir - mas punir mesmo - os responsáveis, fazendo-os arcar com as consequências. A falta de confiança e de punibilidade acaba gerando essas aberrações.

Quanto à aprovação ambiental, eu diria que não é admissível que para se passar uma linha férrea por uma determinada região, linha esta que nem transporta passageiros (infelizmente) e nem tem pátios em profusão quanto as antigas linhas do país (em média, de dez em dez quilômetros), não há sentido em se tomar tanto tempo para uma aprovação de uma obra que sem dúvida alguma beneficiará a infra-estrutura do país, já tão capenga.

A impressão que se tem é que existem grupos lobistas com interesses outros (beneficiando o transporte por caminhão, por exemplo) afetando todas essas obras que não andam. Afinal, fala-se dessas ferrovias há mais de cinco anos e elas não avançam.

5 comentários:

  1. so seculo retrazado sem tecnologia nenhuma as obras da ferrovia eram muito mais rapidas que hoje

    ResponderExcluir
  2. É verdade, Gouveia. Na base da picareta, cruzando regiões sem levantamentos tão precisos, sem satélites ou fotos aéreas, sem concreto armado ou caminhões, as ferrovias avançavam muito mais rápido. É que hoje falta o componente principal que tinha demais naquela época: a tal da VONTADE. Quando há vontade, o resto pouco importa.

    ResponderExcluir
  3. Olá

    Acho gostaria de saber se vc tem as plantas da ELIHU ROOT - GUABIROBA????????

    ResponderExcluir
  4. sem contar que naquela epoca as frentes d trabalho ainda erama tacadas po indios e malaria

    ResponderExcluir