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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

1924: AS RODOVIAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO


Mapa das rodovias paulistas na região mais próxima a São Paulo (aproximadamente 130-150 quilômetros de raio a partir da Capital), publicado em O Estado de S. Paulo de 28/12 1924.

Essas rodovias eram ainda todas em terra batida, nenhuma era asfaltada, macadamizada ou concretada.

O que já existia não mudou tanto assim em termos de percurso.

A São Paulo-Itapetininga é a atual Rodovia Raposo Tavares.

A São Paulo-Conchas é hoje a Rodovia e bastante recente. O primeiro trecho (São Paulo-Itu) havia sido inaugurado dois anos e meio antes (1922) e hoje chega até o rio Paraná, com o nome de Marechal Rondon - se bem que este nome hoje somente existe a partir de Itu para o interior. O trecho de 1922 não tem mais esse nome há anos. Parte dele (Barueri-Pirapora) chama-se Estrada dos Romeiros.

Já a São Paulo-Limeira não é hoje a Anhanguera, que foi construída nos anos 1940 em trajeto próximo à antiga estrada, mas não ocupa os leitos desta.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

DE LINS A TUPÃ

A estação de Tupã. Reformada em 1968, ganhou nesse ano a cobertura metálica, que é vista na foto, da estação ferroviária de Guatapará, que acabara de ser desativada

Ontem, dia 28, depois de deixar Lins quase ao meio-dia, segui para Tupã. Saí de Lins pela BR-153, uma das raras (graças a Deus!) estradas federais do Estado. Andei cerca de 20 km por ela, cheguei a Getulina (um sacrilégio, uma cidade em São Paulo com o nome do ditador comedor de criancinhas) e ali mudei para a SP-363. Seriemas cruzando a pista e gaviões sobre mourões à parte, a rodovia estadual estava muito melhor do que a federal.

Uma das casas em Santa América. Esta está abandonada.
Passei por um vilarejo chamado Santa América, com meia dúzia de casas antigas caindo aos pedaços e parte abandonadas. Típico resto de colônia de fazenda. Também passei por um bairro chamado Marco Oito (nome simpático) e cheguei a Queiroz, sede de município. Coisa de político, pois com aquele tamanho não devia nem ser distrito. Nada de bonito por ali, exceto a curiosidade de duas chaminés na saída da cidade, restos de alguma usina ou cerâmica demolida, com uma placa de construção de uma praça com nome de um japonês. Aliás, para cruzar a cidade, não deu três minutos de carro.

Rio Feio - também chamado de Aguapeí, visto da ponte da BR-153, sentido foz.
O local seguinte foi Juliânia, um bairro pequeno. A seguir, a chegada em Tupã. Entra-se em Tupã - pelo menos quem vem de Lins - por uma avenida que é continuação da estrada. Parece que noventa por cento do comércio da cidade está nela. A cidade é bem grandinha: pelo tamanho, deve estar perto de 100 mil habitantes. Não conferi. A estação da Paulista ainda esstá lá em petição de miséria. Trem é raridade, cargas só muito de vez em quando. As linhas estão cobertas de mato.

Chaminés na saída de Queiroz. O que havia junto foi derrubado.
Não achei nem uma casa que me desse vontade de fotografar. Apenas achei curioso o portão do estádio local e, claro, fotografei a estação, mas já tinha plena consciência de como ela estava, pelas fotos enviadas a mim pelos meus "correspondentes" do site das estações. Uma pena. Aliás, talvez pelo fato de a cidade ter sido fundada cerca de 6 anos antes (1935) de a Paulista passar com seus trilhos por lá (1941), o centro é relativamente longe da estação. Ou seja, a cidade já não era tão pequena quando os trilhos chegaram, tendo eles sido colocados no limite urbano de então. E quem descia em Tupã tinha certamente de se utilizar de alguma condução para seguir para o centro, a pé ficava difícil.

Portão do estádio de futebol de Tupã.
Rio Cainqangue, visto da SP-383.
Rio Tibiriçá, visto da SP-383.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

PEDÁGIOS E CONCESSIONÁRIAS

Foto Felipe Grandin - O Estado de S. Paulo

Desde que o governo paulista resolveu entregar a manutenção das estradas estaduais - que, em São Paulo, são a maioria, é o único Estado em que isso acontece no Brasil, cujos Estados têm rodovias em sua maioria de propriedade do governo da União - para concessionárias privadas, duas coisas ocorreram: primeiro, as estradas melhoraram muitíssimo; segundo, as reclamações aumentaram logaritmicamente, por causa dos altos preços que os motoristas têm de pagar.

Devo deixar claro que é uma vergonha que o Estado - e, por tabela, os outros Estados e também a União - não sejam capazes de mater estradas decentemente fazendo eles mesmos o serviço, ou por departamentos como o antigo DER ou por empresas de capital estatal majoritário. Ora, se empresas particulares podem, por que o governo não pode? Não pode porque é incompetente, para dizer o mínimo.

Outra coisa que não está nem um pouco clara é: quem é que paga pela construção de viadutos, duplicação de pistas, etc., etc., etc (suponho que itens menores, como reasfaltamento, construção de pedágios, tapar buracos e limpez de pistas e canteiros sejam feitas pelas concessionárias)? O governo ou a concessionária? A impressão que dá é que é o governo, pois a cada nova obra, aparece a placa do governo do Estado. Ora, a concessionária ganha e não gasta? É um mundaréu de dinheiro. Os pedágios têm seus valores muito altos, mesmo.

Pedágios como os da Castelo Branco, que foram feitos apenas para que a população supostamente mais rica de Alphaville o pagasse, são escandalosos: dá para ver que as pistas laterais da Castelo acabam exatamente na entrada e saída de Alphaville, no km 23. E há outros escândalos. Porém, realmente as estradas estão boas, muito boas. Dos males o menor: paga-se um absurdo, mas recebe-se boas estradas.

Enquanto isso, as estradas federais fizeram concessões de forma diferente: há cerca de dois anos, entregaram a concessão a quem oferecesse o pedágio mais baixo para fazer o serviço de conservação. Parece que foi o Ovo de Colombo. Hoje pode-se ver que a manutenção dessas rodovias federais vai mal: basta andar ela Regis Bittencourt ou pel Fernão Dias. Estas rodovias federais, duas das poucas em São Paulo que historicamente eram ruins, estão melhor: mais limpas e sem grandes buracos. Note bem, porém: sem grandes buracos, não sem buracos. Ou seja: arrecadar menos pedágio gera menos obras e mais desleixo.
Pude ter uma boa ideia disso hoje, quando vim com meu filho dirigindo de São Paulo para Curitiba. A um dado momento, o transito parou. Levamos mais de uma hora e trinta minutos para andar dez quilômetros na serra do Cafezal, em Cajati, SP. Um caminhão que tombou sua carga pesada às cinco da manhã ainda estava com a carga no chão interditando uma pista às duas da tarde. Além disso, nenhum, absolutamente nenhum aviso foi dado em ponto algum da estrada sobre o acidente e o congestionamento. Nem pela polícia rodoviária federal, nem pela concessionária - que poderia ter dado a notícia no pedágio anterior. Notar que essa morosidade não tinha nenhum escape e foi num trecho em que não havia qualquer posto de gasolina. Motoristas com pouco combustível correram o risco de ter pane seca.

Tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, senhores. O Brasil não muda, nem com privatização, nem com estatização.