A divisa São Paulo - Cotia - Parnahyba em 1930. A estação não aparece no mapa. O rio Tietê estava bem mais próximo à linha e ao quartel. Sara Brasil
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A estação ferroviária de Quitaúna, inaugurada em 1929 pela Estrada de Ferro Sorocabana, recebeu originalmente o nome atual. Entre 1939 e 1945, teve o nome alterado para Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Na na época já ficava ali o 4º Regimento de Infantaria (4º RI) ou Regimento Raposo Tavares, hoje o 4° Batalhão de Infantaria Leve (4º BIL). A entrada do quartel fica exatamente ao lado da atual estação, cujo prédio já foi alterado pelo menos três vezes desde sua inauguração, a última delas em 1979.
As terras pertenceram originalmente ao bandeirante português Raposo Tavares. Em 1922, já de propriedade do Exército Brasileiro, ali foi construído o quartel. A estação, como vimos, veio em 1929. Até hoje, funciona ali uma passagem em nível no cruzamento da entrada de automóveis e de pedestres para o quartel - a entrada principal. Consta que foi nela que, num acidente com o trem da então Sorocabana, faleceu o filho do ex-Presidente Ernesto Geisel, por volta de 1963.
A passagem de nivel em 1958. Acervo Folha de S. Paulo
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A fazenda de Raposo Tavares chamava-se Quitaúna, que deve ser um nome vindo da pré-história brasileira. Com esse nome, formou-se o bairro e também forneceu o nome popular do Quartel de Quitaúna - e da própria estação ferroviária.
Em 1930, passava pelo meio do quartel e logo após a estação a linha que dividia os municípios de São Paulo e de Cotia. No sentido norte, a divisa de São Paulo seguia, mas logo que cruzava o Tietê, que passava atrás do quartel, começava a divisa com Santana de Parnaíba. O rio Tietê passava até os anos 1940 praticamente encostado à linha da Sorocabana e aos limites do terreno do quartel. A retificação que veio logo depois afastou-o dali.
Em 1961, Osasco separou-se de São Paulo e a divisa com Cotia foi esticada até o córrego Carapicuína, que, por sua vez, passa logo ao final da plataforma da atual estação de Miguel Costa, da CPTM. Em 1963, Carapicuíba separou-se de Barueri e teve sua área municipal ampliada, recebendo terras de Cotia. Com isso, a divisa em Quitaúna acabou - hoje ali é tudo pertencente a Osasco - e o córrego Carapicuíba divide Osasco de Carapicuíba.
Saída do desvio Foto Carlos R. Almeida
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Da estação de Quitaúna ainda sai um desvio ferroviário para o interior do quartel. Hoje está desativado, mas era provavelmente por esse desvio que entrava o trem exclusivo dos militares que os transportava de São Paulo ao quartel, nos idos de 1960 e 70. Veja mais sobre a estação de Quitaúna aqui.
sábado, 18 de outubro de 2014
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Eu e outros da minha idade e mais velhos chegamos a ver trens encostando em Quitaúna para descarregar material. Existia um galpão do exército, um arsenal, que ficava entre a estação de Osasco e a de Presidente Altino, e amigos meus chegaram a fazer seu serviço militar nessas instalações, assim como o arsenal de Barueri, que também era abastecido com trens da Sorocabana e depois Fepasa. Quase todos os quartéis e instalações militares de São Paulo ficavam ao longo das ferrovias, justamente pela facilidade de transportes.
ResponderExcluirEu servi o Exército nesse galpão em 1963 , era a Unidade da 2a Divisão de Infantaria , a 2a Cia. Leve de Manutenção , servi no Pelotão de Transporte , Fui o Soldado 37 . O Comandante era o Capitão Francisco Leopoldino Correia Machado . Agradeceria se tivesse alguma informação de algum ex-soldado que serviu nesse quartel em 19
Excluir63.Abç.
Servi em Quitaúna no ano de 1995, no extinto 39º BIMtz, peguei muito trem nessa Estação sentido Julio Prestes, bons tempos de milico.
ResponderExcluirAbs Sr. Ralph