domingo, 8 de junho de 2014
GREVES E A JUSTIÇA: O POVO QUE SE DANE
Anarquia - (Foto UOL)
A assembleia dos grevistas do metrô de São Paulo já foi realizada neste domingo; pouco antes, a Justiça decretou a greve abusiva e cobrou R$ 500 mil por dia do sindicato caso os metroviários não retornem imediatamente ao trabalho. Já na assembleia, o sindicato, apesar do que a Justiça decretou, manteve a greve apesar de todas as determinações - que em qualquer país sério e não anárquico, como é atualmente a Terra Brasilis - é fielmente seguida. Afinal, a Justiça serve para que?
A greve começou dia cinco de junho. Como o metrô funciona sete dias por semana, hoje já são quatro dias com greve e sem metrô. Das pessoas que estão acostumadas a usar as linhas do metrô, e que não são poucas, diversas delas não conseguiram chegar a tempo para seus compromissos, ou porque as alternativas estavam lotadas, ou porque nem alternativas têm.
Para os metroviários, pouco importa. A justiça já havia ordenado que 70% das linhas funcionassem durante os dias de greve e que 100% delas funcionassem nos horários de pico. Nada foi feito. O que funcionou foram alguns trechos de linha com maquinistas de emergêencia que eventualmente existam na empresa, a mando do governo.
Multa? Até onde sei, nunca são pagas. Os recursos de advogados adiam por tanto tempo seus pagamentos que elas ficam para as calendas. Obedecer ordens judiciais? Numa anarquia, isto não existe. A justiça, nesse caso, faz alguma coisa? Claro que não, porque a eles, também, pouco importa o povo, assim como para os metroviários.
Há anos e anos que isto acontece. Para dizer a verdade, desde que comecei a ler jornais nos anos 1960. No período militar houve poucas greves e eram combatidas a ferro e fogo. Mas isso acabou; depois dos militares, o caos.
O pior é que isso não acontece somente em casos de greves em geral. A justiça normalmente demora anos e anos para julgar casos claros de corrupção, assassinatos e vários outros crimes, a tal ponto que vários deles prescrevem.
Agora, isso vale para casos importantes e não importantes. Já os ladrões de galinha, estes vão rápido para a cadeia.
Voltando às greves, goveno já disse que, assim que a greve fosse declarada abusiva, ele mandaria os grevistas emora. Não vai mandar niniguém, como sempre. E, se mandar, não passarão dois dias para que os ditos estejam de volta à empresa. Desconto de dias parados? Seria o óbvio, mas nunca acontece. Se acontece, vem outra greve e tudo começa de novo.
Como no fim nada acontece, greves e mais greves se sucedem, pois o risco é zero. De um lado, o governo dizendo bobagens, dizendo que "agirá com todo o rigor da lei". Do outro lado, os sindicatos dizem que têm o apoio do povo. Não têm, pois prejudica muito seus usuários.
O Ministério Público sempre vem à tona para investigar. Porém, depois de alguns dias, tudo desaparece no nevoeiro. Não sei se os metroviários realmente ganham mal. Não sei se o governo pode pagar mais do que paga ou não (o metrô é do governo do Estado, para quem não sabe - a não ser pela linha 4, que é concessionada à empresa Via4 e que neste caso não está em greve).
Os governos estão totalmente desmoralizados perante o povo.
Os trabalhadores de empresas estatais e funcionários públicos estão totalmente desmoralizados perante o povo.
A Justiça e o Ministério Público estão totalmente desmoralizados perante o povo.
O próprio povo está totalmente desmoralizado com eles (nós) próprios, porque vota mal e quando pensa que vota bem arrepende-se, pois seu candidato também se torna um a mais no meio dos outros governantes, deputados, senadores, vereadores, etc.
Este país não tem saída. Vai se tornar uma Argentina logo logo e depois, sabe Deus.
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