Bauru. Autor desconhecido
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Hoje meu amigo Mario me enviou algumas fotografias com reportagens de jornais espalhados pelo Estado paulista. Estas falavam sobre o estado atual de pelo menos quatro antigas estações ferroviárias em três cidades diferentes. E a situação não é nada boa para elas.
Não que sejam as únicas a estar nessa situação. Há muitas outras por aí, até em muito pior estado, fora as que já são hoje apenas saudade: os tratores e a depredação progressiva e contínua jás as destruíram completamente.
E é bem verdade também que existem outras em boa situação. Porém, das cerca de oitocentas estações que existem e já existiram neste Estado, no interior (fora da Grande São Paulo) pouquíssimas ainda funcionam como tal. Isto acontece, por exemplo, em algumas estações da E. F. Campos do Jordão e também nas da Viação Férrea Campinas-Jaguariúna, da EFCJ. Todas ferrovias turísticas, exceto pelo trem de subúrbio que liga todos os dias a estação de Pindamonhangaba levando o pessoal até a estação de Piracuama.
A bela Rubião Junior, em Botucatu. Autor desconhecido
O resto, acabou. Não existe trem no interior, a não ser de carga. Está bem, não citamos as estações da CPTM entre o túnel de Botujuru e a cidade de Jundiaí, que oficialmente não fazem parte da Grande São Paulo, mas tem diversos trens metropolitanos diários. No litoral, nem pensar.
O que se faz, então, com os velhos e belos prédios que um dia viveram lotados de passageiros embarcando e desembarcando todos os dias. Estações grandes pequenas e médias que atendiam quem delas precisava para curtas e logas viagens.
As cidades que tiveram juízo as mantiveram, na maioria das vezes como centros culturais, que pode seignificar um monte de coisas. Uma ou outra viraram residências, com poucas modificações. Algumas de gente com dinheiro, outras com gente sem ter onde morar. Muitas foram abandonadas e depredadas.
Fakando das quatro citadas, podemos neste artigo ver imagens das estações de Bauru, Botucatu, Rubi\'ao Junior (em Botucatu, perto da Universidade local) e Assis.
Interior da bela estação central de Botucatu. Autor desconhecido
Bauru foi desativada por volta de 1993. Com a privatização da ferrovia em 1996, foi sendo progressivamente esvaziada. É um prédio bem grande, pois abrigava os escritórios da Noroeste do Brasil. Não é bonito, particularmente considero-o de mau gosto, arquitetura do final dos anos 1930 (é de 1939). Mas tem muita história. Desde seu abandono, não encontraram uso algum para ele.
O pequeno prédio de Rubião Junior, antiga Capão Bonito, no município de Botucatu, fica num pátio ferroviário outrora movimentado. Por ali passavam diversos trens da Sorocabana que vinham de São Paulo e iam por um lado para Bauru e por outro para Ourinhos, Assis, Presidente Prudente e outras até alcançar o rio Paraná. Hoje, o tráfego é bem menor e somente de cargueiros. A estação, que havia sido restaurada ainda pela FEPASA nos seus últimos tempos, depois da privatização qualquer cuidado foi simplesmente suprimido. Uma arquitetura típica da Sorocabana dos anos 1920 transforma-a numa construção muito bonita,mas em mau estado e abandonada.
A agressão à estação de Assis. Autor desconhecido
Bem próximo dali, a principal estação da cidade de Botucatu e que leva o nome da cidade ficou abandonada totalmente desde o fim da FEPASA em 1998. Recentemente a prefeitura anunciou seu restauro. Um belo e grande prédio de 1934, embora não tão grande como o de Bauru, é bem mais bonito. Depredada, a reforma começou e parou. Já houve furtos de material no meio da estagnação. A prefeitura, no entanto, diz que ele continua em obras, o que não é verdade.
Mais para a frente no sentido de Sorocaba, a estação de Assis é um prédio de 1926 que tem dois andares e pelo menos até 2011 abrigava um museu ferroviário. Foi quando conheci a cidade e a estação. Bonita, com um tipo de arquitetura não tão comum na Sorocabana. Agora, autorizado por sabe Deus quem, um auto-intitulado pintor resolveu pintar o prédio externamente, segundo um jornal local, "à lá Salvador Dali". Um horror. O Ministério Público resolveu investigar. Mas como sucede na enorme maioria das vezes, gasta-se dinheiro para nada e a desativada estação vai continuar... um horror.
E assim seguimos com o desprezo às nossas ferrovias, destruídas pela ignorância de seguidos governos desde os anos 1930.
quinta-feira, 26 de junho de 2014
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Ralph, não entendi o trecho do texto: "Todas ferrovias turísticas, exceto pelo trem de subúrbio que liga todos os dias a estação de Pirassununga levando o pessoal até a estação de Piracuama."
ResponderExcluirFoi alguma mistura de textos, o trecho a ser citado era outro, erro de copy-paste ou coisa semelhante?
Abraços!
Pindamonhangaba e nào Pirassununga. Vou corrigir no texto.
ExcluirRalph, veja esta nova reportagem sobre o trecho Piracuama-Pinda.
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2015/01/moradores-usam-bondinho-turistico-como-transporte-coletivo-em-pinda.html