terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COMO SE PERDE TEMPO À TOA

(http://duduerhaissa.blogspot.com)

Recentemente estive às voltas com documentos. Meus documentos. Tive de tirar carteira de motorista em Santana de Parnaíba, pois é lá que tenho registro há anos, e depois tive de tirar carteira de identidade nova, pois a que tinha estava velha demais - era de 1969, quando eu tinha dezessete anos.

Para renovar a carteira de motorista, aquele fuzuê: vai no Ciretran da cidade, aquela bagunça e má vontade, além de espaço claramente insuficiente, onde pessoas esperam em escadarias, salas apertadas e na calçada. Pediram a identidade e o CPF. Apresentei a própria carteira de motorista, que - dizem - substitui a identidade e o CPF. Não aceitaram. O Ciretran não aceitou a carteira de habilitação como identificação. O motivo? Tem de ter o RG e o CPF para conferir os números que estão lá (!!!!!). E quem confere os números do RG e do CPF?

Aceitaram a minha carteira de identidade de 1969, mas não aceitaram a carteira de identidade de um jovem de 29 anos que também estava por lá pela mesma razão. Perguntei por que. Não lembro da resposta, de tão estúpida que foi. Tiraram impressão de todos os dedos. Para que? "Ah, falsificam até digitais". E daí? Para que as querem então?

Fui fazer o exame médico - o aviso na frente dizia que funcionava das 9 às 17 horas. Cheguei lá às 9:10. O médico só chegaria às 11. Mas estava escrito que era a partir da 9. Resposta: "Não todos os dias". Fui no outro médico, mais longe. A mesma placa, a mesma ausência. Mas, como era perto de casa, resolvi voltar mais tarde.

Passei no exame médico. Fui ao despachante e entreguei toda aquela documentaiada. Demorou duas semanas para sair a carteira. Não dá para entender. Na era do computador, dá para sair em 5 minutos ou menos. Enquanto isso, "não pode dirigir". Não entendo por que, também, pois eu continuo sabendo - ou não sabendo - dirigir nesse intervalo. Devia valer então o protocolo. Não vale. A carteira saiu com o nome da minha mãe errado. Ele aparece nos diversos documentos que pediram para eu levar, e está correto. Deixei para lá.

Aí, o banco disse que eu precisava de uma nova identidade pois a minha estava muito velha. Fui tirar no Poupatempo de Santo Amaro. Pediram para trazer a carteora velha, com xerox, prova de residência, com xerox (para que? Que diferença faz saber onde moro, se o RG prova que sou brasileiro?). E a certidão de casamento. Para que, perguntei de novo. Não souberam responder, simplesmente pedem.

A menina que me atendeu pediu os documentos. Entreguei todos. Ela deu uma olhada e colocou-os ao lado. Aí, começou a bater. A um dado momento, perguntou meu endereço. Eu disse a ela que estava ali do lado dela, na "prova de residência" - a conta de luz. Para que a conta, então, se ela não lê e nem confeiu quando eu disse o endereço? Perguntou se eu era casado. Eu disse a ela para olhar na certidão de casamento que ela havia pedido.

Aí, ela terminou. Pediu para que eu conferisse o que ela datilografou. Estava errado. A cidade saiu como São Paulo e não como Santana de Parnaíba, onde moro. "Ah, não é São Paulo"? Eu disse que não e que isso - outra vez - estava na conta de luz que eu havia lhe dado. Corrigiu. Aí pediu para voltar em dez dias. Lá fui eu dia 10 para pegar algo que poderia facilmente ser entregue e dois minutos. Afinal, há computador. Minha carteira de 1969, eu me lembro, demorou bem menos tempo do que isso. E era datilografada em máquina de escrever.

Hoje sai aquela notícia ridícula de que o sujeito precisará ir a cartório reconhecer a firma dele e do amigo, filho ou esposa que levou a multa usando o carro dele. Já é um absurdo e um saco ter de preencher aquele formulário que eles mandam e pedem para enviar pelo correio, postando um monte de informações inúteis para comunicar isso.

Tudo isso se resolveria se a justiça deste país tivesse vergonha na cara e punisse quem faz falcatruas. Como não pune, ou leva 15 anos para punir, as fraudes grassam por todo o lado. Afinal, em locais decentes, não é você que tem de provar que não é ladrão, mas sim a polícia. Aqui é o contrário: todos são ladrões até prova em contrário - e quem tem de provar é você.

2 comentários:

  1. Boa noite Ralph, no momento eu preciso respirar e contar ate 10 e dizer que ..... SEM COMENTARIOS. Apenas para tentar engolir minha indignação, pois nossos documentos , na realidade não valem absolutamente nada.
    O unico documento que vale alguma coisa , é o título de eleitor , e isso só em época de eleição. Só me resta uma pergunta . Quando é que as pessoas deste´país , todas , e digo todas , vão tomar uma atitude ( NAS URNAS ), e depoisn delas , com combrança e exigências , pois se temos deveres e obrigações , temos que ter combrança . Tudo , letra por letra , palavra por palavra do seu post deveria ser exposto na portaria de todas as repartições "PÙBLICAS" deste imenso "país".

    Gilberto Pereira Rodrigues ( Osasco SP )

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