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O bairro de Canoas é um bairro de sítios que fica no município de Mococa, em São Paulo. Faz divisa com o estado de Minas Gerais, separado aqui dos paulistas pelo rio Canoas. Sobre ele, numa estrada de terra, uma ponte até que simpática, no meio do nada.
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Do lado mineiro, uma plaquinha onde está escrito: "área de segurança - divisa estadual - Estado de Minas Gerais". Dá para ver que segurança por ali é um item que não existe mesmo. O Brasil é um país estranho.
Mesmo sendo um bairro de sítios, Canoas tem pouquíssimas construções. Não deve ser fácil conhecer o vizinho por ali. De uma propriedade para outra pode demorar minutos para chegar nas estradas de terra - só de terra - que existem por ali.
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Ao lado de um pequeno córrego que flui para o rio Canoas, existe ainda uma estação ferroviária desativada em 1961. Pertencia ao ramal de Mococa, da Mogiana. Era a estação terminal do ramal. O trecho Mococa-Canoas, de cerca de 6 quilômetros, foi desativado no início desse ano - está fazendo cinquenta anos - enquanto o resto (São José do Rio Pardo-Mococa) foi desativado cinco anos depois.
A antiga estação foi transformada em uma espécie de depósito. Derrubaram as paredes laterais, deixando somente uma pequena altura e as vidas de sustentação do telhado. O resto do pátio, bastante longo, virou um gramado. Somente esse prédio e uma caixa d'água lembram a ferrovia. A propriedade pertence à fazenda Angico, de posse, pelo que entendi, de padres que ali montaram um retiro.
Resta saber por que a linha seguia até Canoas. O que se vê hoje por ali é cana e alguma produção de leite. Creio que antes era só café, mas mesmo assim, o local é ermo demais para justificar uma estação e uma linha seguindo até ali. Parece que o único motivo para esse prolongamento (feito em 1891) foi o de ser o trecho inicial de um prolongamento mais longo que adentraria o Estado de Minas, o que, sabe Deus por que, jamais aconteceu.
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Num dos sítios encontrei uma família de marido, mulher e um filho. Segundo eles, só eles trabalham ali nas plantações. No sítio, que não é tão pequeno assim, existe uma casinha e um galpão, além de cachorros, gatos, porcos, galinhas e cabritos. O chefe da família estava tentando salvar uma das plantações das capivaras que existem por ali.
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Perto do sítio, uma igreja que parece estar fechada - pelo menos a maior parte do tempo. Não deve ter muita frequência, dada a baixíssima população por ali. O casarão depois da igreja parece ter sido da ferrovia. Bonito, está aparentemente fechado e talvez abandonado.
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