terça-feira, 7 de abril de 2015

OS TRILHOS DO MAL E O FIM DE MAIS UMA FERROVIA NO BRASIL

Estação de Pedra Branca do Amapari, uma das estações mais prejudicadas com a falta do trem (Portal G1)
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E, senhores, deste vez a situação é muito pior. Sabemos que somente existem três ferrovias com trens regulares de passageiros de longa distância no Brasil. Pois bem, uma destas três, pouco conhecida, mas que fincioonava praticamente sem parar desde 1957, deve fechar definitivamente depois de 58 anos - a E. F. do Amapá, de biyola pouco comum na terrinha (1,44 metros) e cerca de 190 quilômetros de extensão.

Num estado pobre que vive praticamente da mineração, o Amapá perderá sua única ferrovia que transporta passageiros no Estado - e, pasme quem não sabe, uma das únicas três do Brasil.

Na verdade, ninguém está pedindo isto, muito pelo contrário: ela faz falta, os trilhos fazem falta.]]Aqui, a expressão "os trilhos do mal" soam mais como uma maldição, já há dois meses a ferrovia não funciona, deixando muita gente ao longo de seu percurso sem transporte, ou com transporte bem mais caro, de ônibus.

A ferrovia liga a capital do Estado, Macapá, a Serra do Navio, onde estão as minas de manganês.

As notícias dessa ferrovia são raras, dada a sua distância da parte mais desenvolvida do país. Chegam na maioria das vezes por jornais ou portais de internet. Este foi o caso. Uma reportagem de 6 de abril (anteontem) do portal G1 conta a trágica história.

Desde que foi instalada, a ferrovia e a mineradora - geralmente a dona da ferrovia - já trocaram algumas vezes de dono. Estes, porém, bem ou mal, sempre mantiveram o trem funcionando, nem que seja somente para atender os usuários - os passageiros. Desta vez, porém, uma mineradora indiana de nome Zamin adquiriu a empresa de seu antigo dono e deu como garantia para o empréstimo de um banco italiano, necessário para a comra, a ferrovia. Desde então, a ferrovia está parada e já coberta pelo mato, com as estações fechadas.

Segundo ainda o G1, a concessão da ferrovia deveria estar em mãos do Estado do Amapá, mas, com todas as mudanças de dono - até Eike Batusta já teve a empresa em suas mãos - a situação tornou-se muito confusa. A Zamin nega que a ferrovia esteja parada por causa da garantia ao banco italiano, mas sim poe que as recentes chuvas danificaram o leito.

Ou seja, existe agora uma briga judicial e quem está pagando o pato são os ex-passageiros. E isto poderá causar o fechamento não apenas temporário, que já existe, mas o definitivo. Quem conhece a história das ferrovias brasileiras sabe que estas "danos causados por chuvas" foram a causa e desculpa para o fechamento de muitas delas.

Um comentário:

  1. Logo a Índia que possui umas das maiores redes ferroviárias de passageiros do mundo. Bem que podia dar uma " mãozinha ".

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