domingo, 19 de maio de 2013

INVESTIMENTOS DA SOROCABANA EM 1934


Na pesquisa que faço ininterruptamente desde 1996 sobre as ferrovias brasileiras, estão também a leitura e releitura dos relatórios disponíveis sobre as estradas de ferro, especialmente as paulistas.

Inúmeros dados existentes nas 5 mil páginas que compõe o site Estações Ferroviárias do Brasil foram recolhidos das páginas dessas centenas de livros.

As inclusões mais recentes nas páginas das estações brasileiras no site foram feitas a partir de relatórios anuais da E. F. Sorocabana. Mais especificamente, referente ao ano de 1934. Em cada estação citada nesse relatório, em sua página no site aparece o que foi feito nessa estação e no seu pátio durante aquele ano, por frases transcritas do próprio relatório. A intenção é continuar incluindo essas notas de outros relatórios e de outras empresas ferroviárias.

Mas, afinal, qual a vantagem de se saber, por exemplo, que em 1934 um poço, ou um novo desvio, foi construído em um pátio ferroviário, ou que determinada estação foi repintada? Bem, em minha opinião, isoladamente, não há muita. Se juntarmos, porém, diversas informações de um mesmo ano, por exemplo, citadas em diferentes estações, podemos talvez traçar uma época ou uma tendência.

Nesse ano, com uma economia ainda tragada dentro das consequências do crack de 1929 e das revoluções de 1930 e 1932, a Sorocabana, empresa estatal desde 1919 e sofrendo ainda algumas consequências do abandono e falta de investimentos durante os anos de quebra da empresa (1896-1904) e de quebra do seu arrendatário por alguns anos, a Brazil Railway de Percival Farquhar (1907-1919, sendo os seis últimos anos de abandono na manutenção por falta de investimentos depois da concordata da empresa americana), conseguiu mesmo assim investir em manutenção, colocando eletricidade e água em diversos pátios, construir pequenas variantes na região de Boituva e de Cerquilho e diversas cabines de controle automático de linha.

De qualquer forma, foi bastante dinheiro investido por uma empresa estatal que, na época, dava emprego para milhares de funcionários, além de qualidade de vida, basta ver a quantidade de residências para funcionários que foi construída nessa época. Hoje, funcionário algum mora em dependências das empresas, ferroviárias ou não, graças ao fato de que os governos após Getulio Vargas resolverem fazer beneficência com dinheiro alheio, o que, pouco a pouco, foi fazendo com que as empresas se livrassem das casas que possuíam para dar mais comodidade a seus funcionários.

Enfim, se algum leitor quiser ter a oportunidade de ver alguns desses dados, limitados, repito, por enquanto apenas ao ano de 1934 e à Sorocabana, esteja à vontade de verificar em meu site. Como exemplos apenas, cito algumas páginas de estações, como as de Assis, Sorocaba, Botucatu, Presidente Prudente e Santo Anastácio. As outras podem ser procuradas por quem tiver a curiosidade, e verem algo do tempo em que ferrovias, mesmo as que estavam nas mãos do governo, eram tratadas como coisa séria neste País.

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