quinta-feira, 3 de agosto de 2023

VIAGEM AO NOROESTE DO ESTADO (2023)

 



ACIMA: A pequena cidade de Floreal, a 530 quilômetros da cidade de São Paulo, em vista aérea (em 2023 - autor desconhecido), ponto de partida para a jornada efetuada em julho de 2023 

Quase 28 anos depois de começar as pesquisas da história das ferrovias no Estado de São Paulo, eis-me com quase 72 anos de idade chegando a um dos pontos mais distantes da capital, para pesquisar localmente e para fotografar as ferrovias e as estações na região de cidades bastante novas, que começaram a existir na distante década de 1930. 

Foram dois dias com o meu amigo Gilson e meu filho Filipe rodando de automóvel, a partir da cidade-base de Floreal, onde nasceu Gilson, parando, fotografando e apreciando as lindas paisagens da região, onde predominam cidades pequenas e grandes, como Votuporanga e outras. 

Paisagens diferentes das outras regiões, que ficam próximas de rios como o rio Grande (que divide SP de MG), Paranaíba (entre SP e MS) formando o caudal imenso que é o rio Paraná - que dali desce pelo MS, pelo Estado de SP, pelos Estado do Paraná, Argentina e Uruguai para, por fim, alcançar o rio da Prata em Buenos Aires.

As cidades que visitamos foram Magda, Floreal, Nhandeara, Sud Mennucci, Rubineia, Três Fronteiras, Santa Fé do Sul, Santana da Ponte Pensa, Santa Salete, Urânia, Jales e Aparecida do Tabuado, localizada no Estado de Mato Grosso do Sul, logo após a ponte rodoferroviária, construída entre os dois estados e entregue em 1998.

Vale lembrar que eu já havia visitado algumas cidades da região por pouco tempo, mas, que na época, não haviam sido citadas em outros relatos.

Uma a uma, com suas populações aproximadas: 

 - Magda: cidade pequena (3.160 habitantes), que se limita com Floreal, não tem linha de trem e está às margens da rodovia Feliciano Salles da Cunha.

 - Floreal (3.102 habitantes), não tem linha de trem e está às margens da rodovia Feliciano Salles da Cunha.

 - Nhandeara (11.527 habitantes), não tem linha de trem e está às margens da rodovia Feliciano Salles da Cunha.

 - Santa Salete (1.552 habitantes), cruzada pela linha do trem; a antiga estação da linha ferroviária foi demolida.

 - Santana da Ponte Pensa (1.467 habitantes); a antiga estação da linha ferroviária foi demolida. No município havia outra, Pimenta Bueno, que foi demolida também. No local há um desvio para cruzamento de trens.

 - Sud Mennucci (7.335 habitantes), tem o nome de meu avô (n.1892-m.1948) e nunca teve estação de trens. A linha férrea não passa pelo município, que inclui o distrito de Bandeirantes, este sim cruzado pela estrada principal, a rodovia Euclides da Cunha. O município é também banhado pelo rio Tietê.

 - Votuporanga (95.338 habitantes), a maior das cidades que visitei nesse dia. Sua antiga estação de trem ainda existe, na parte mais alta do município, o divisor de águas dos rios Grande e São José dos Dourados. Tem movimento intenso de veículos, que centraliza o comércio de várias das cidade aqui citadas e de outras da região. É cruzada pela rodovia Euclides da Cunha, a principal da região. 

 - Urânia (nos dias tormentosos de hoje, não confundir com Ucrânia!) (9.120 habitantes) - Tem linha de trem e estação. A primeira tem tráfego intenso de comboios cargueiros com média de 200 vagões cada um, mas a estação não funciona mais, estando em mau estado de conservação.

 - Três Fronteiras (5.807 habitantes) tem o nome devido à proximidade do encontro das três fronteiras entre estados, já citada mais acima, na confluência dos rios Grande, Paranaíba e Paraná. Tem uma estação ferroviária abandonada, mas com tráfego de trens cargueiros.

 - Santa Fé do Sul (32.563 habitantes). Por volta de 40 anos foi a estação terminal dos trens de passageiros das extintas E. F. de Araraquara e FEPASA. Estes trens acabaram em 2000. Sobraram os cargueiros imensos, que vêm e voltam do interior do Mato Grosso diariamente. A estação está esquecida junto à linha férrea. Os trens cruzam a ponte rodoferroviária situada entre esta cidade e a de Aparecida do Tabuado, situada do outro lado do rio no Estado do Mato Grosso do Sul.

 - Rubineia (3.170 habitantes). Curioso nome, que teria tido origem no amor de Rubens de Oliveira Camargo e sua esposa, Nair (que virou Neia) pelas terras onde surgiu a cidade. Era o final da estrada de Ferro Araraquara até a construção de outra estação de nome Santa Fé do Sul, que passou a ser o ponto de saída da ponte ferroviária a partir de 1960, deixando Rubineia ser alagada pela construção de uma represa neste ponto. A estação da cidade, no entanto, foi aberta em 1952 com o nome de Presidente Vargas, nome do, na época, presidente do Brasil, Getúlio Vargas, pessoa nem um pouco apreciada por grande parte da população paulista. A estação foi alagada, como já dito mais acima, para satisfação de muitos paulistas. A longa gare de concreto da estação ainda ressurge, como uma assombração, em épocas de seca do rio.



A "estação fantasma" em 1987 ressurge das águas (Foto: Walter Langbeck)

 - Jales (49.201 habitantes). Tem uma estação ferroviária semi-abandonada, mas com tráfego de trens cargueiros. O nome veio como homenagem a um cidadão de nome Elphly Jalles, dono de muitas terras na região, hoje já falecido.

 - Aparecida do Tabuado (26.069 habitantes), no Estado do Mato Grosso. Embora os trens cargueiros passem por ali diariamente, não tem e nunca teve uma estação de trens. Na verdade, a ferrovia somente foi instada em seu território em 1998, quando a ponte foi concluída e os trens puderam exercer suas funções de transporte de cargas. Quando cruzei a ponte de automóvel, parei no acostamento que existe no lado direito da rodovia, depois de a ferrovia, que corre no"andar de baixo" da ponte já se ter dirigido para a direita, que não tem pista dupla no MS. No acostamento existe uma "mini-loja" rústica de pequenas quinquilharias referentes a Aparecida do Tabuado, onde, como não podia deixar de ser, comprei um memento.

 - Palmeira d'Oeste (868 habitantes). Esta pequena cidade foi visitada por mim neste dia devido a uma curiosidade: como seria a cidadezinha de Dallas, curiosa homônima da cidade que é capital do Texas, anunciada pelas placas ao longo da rodovia em que estávamos. É, na verdade, um bairro rural com direito a ser distrito do município já citado no início deste parágrafo. Nem fotos tiramos, quando nos apareceu a pequeníssima localidade de Dallas, com quase nenhuma construção, espalhada por uma área onde nossa vista pudesse alcançar. Ficou a curiosade de o saber o por quê do nome norte-americano (escrito aqui com um "l", e também com dois "ll") a impressão que ficou de ser apenas um loteamento industrial que (ainda?) não veio a dar certo.

 - Quanto aos números de habitantes citados neste artigo, são aproximados e não devem ser considerados como exatos, mesmo porque, desde o anúncio da pesquisa do IBGE deste ano de 2023, tem havido várias discussões sobre a real contagem de habitantes, especialmente por cidades pequenas.

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