quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

TRENS METROPOLITANOS DO RIO GRANDE DO NORTE

Em São José do Mipibu, agora ponta de linha na linha Sul da CBTU/Natal, o povo aguarda pelo primeiro trem em quarenta anos, com a ferrovia passando no mesmo nível das ruas. Não há proteção de via. Mas o povo certamente não se importa. Com educação, tudo se resolve. 

Verdade seja dita, o Brasil é enorme, muito mais do que a gente acredita que seja. 

Eu, que nasci em São Paulo, Capital, e não viajei pouco nestes meus setenta anos, já visitei os Estados Unidos, o Canadá e diversos países da Europa, não conheço todos os Estados do Brasil. As regiões que menos conheço são a Nordeste e a Norte do país.

Um dos Estados dos quais não conheço presencialmente nenhum local, é o Rio Grande do Norte.

Nas últimas semanas, no entanto, tenho estudado geograficamente as ferrovias deste Estado tão afastado daqui (ou nós é que estamos longe dele?). Também me embrenhei na história dos últimos 120 anos do Estado potiguar.

O Rio Grande do Norte teve ferrovias, sim, e desde 1906. Foi crescendo, entretanto, lentamente sua rede, até que, nos anos 1960, essa expansão cessou e começou o processo de abandono de suas linhas. Até aí, nenhuma grande novidade: essa retração existiu no país inteiro.

Em 1982, os trens de passageiros, que ligavam o Estado à Paraíba e também a Pernambuco, deixaram de ter trens de passaageiros e o movimento de carga, que era pequeno, desapareceu nos últimos anos do século XX.

No mesmo ano, 1982, em que os trens para os Estados vizinhos acabaram, surgiu, das entranhas da RFFSA, uma outra empresa para operar trens metropolitanos no Brasil: a Companhia Brasileira de trens urbanos, cuja sigla era (e ainda é) CBTU.

Em São Paulo, por exemplo, a CBTU passou a operar as linhas de subúrbio da E. F. Santos a Jundiaí  também a E. F. Cantral do Brasil. A CBTU tomou conta das linhas de diversos Estados também.

Voltando ao RN, duas linhas passaram a operar esss trens, substituindo os que já circulavam, com alguns percalços, as linhas Sul (Natal a Parnamirim e a Norte (Natal a Ceará-Mirim). Não eram as linhas em todo os trechos anteriores: Parnamirim a Nova Cruz e Ceará-Mirim a Macau e Oscar Nelson ficaram de fora. Ao contrário do que s esperava, no entando, a eletrificação do trecho jamais foi implantada e os trens diesel foram mantidos, com locomotivas do tipo IRFA.

Durante este período de 1982 a hoje, houve a criação de diversas estações intermediárias nas duas linhas, sendo que a linha Sul atual sofreu recentemente uma expansão, com os trens, agora novos, com aspecto mais moderno e confortável, chegando até a estação de São José do Mipibu, retornando à cidade depois de 40 anos. As estações que foram construídas para atender ao trecho são bem mais confortáveis, embora muitas sejam bastante pequenas.

Enfim, o governo potiguar parece que relmente se importa com o transporte por trens. É clro que, comparando-e o qu há lá com o que é hoje a CPTM aqui em São Paulo, que opera os modais e estações gigantescas, nem sempre, talvez, necessárias. Mas mostra que o governo potiguar se importa com a mobilidade do povo, o que não é tão frequente nos dias de hoje.

O Estado é relativamente pequeno e a população, em consequência, não muito grande, mas vem-me a pergunta: será que um dia o trem retornará a Macau e a Nova Cruz para atender ao povo de duas das maiores cidades de lá?

Agradeço ao João Rodrigues Lanza e também ao João Santos, este do exceleente blog Cronicas Tapuienses, que me forneceram muitas informações sobre o Estado e suas ferrovias.

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