sábado, 22 de outubro de 2011

A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO E O PALÁCIO TROCADERO

Primeira página da reportagem em 1935

Mais material do acervo de meu avô Sud Mennucci mostra uma reportagam de jornal do ano de 1935 (este ano está escrito a lápis, mas o nome do jornal não é citado - talvez seja o Correio Paulistano), falando sobre a mudança da Câmara Municipal para o Trocadero, aquele belo casarão que existia na esquina da rua Conselheiro Crispiniano (dava frente para esta) e a praça Ramos de Azevedo, atrás do Teatro Municipal.

A Câmara ainda iria se mudar. Tal ocorreu em 1936, segundo o livro que conta a história da Câmara. Eram 20 vereadores e notem a frase abaixo da figura que mostra a disposição das salas para os vereadores, publicada nesta postagem: "observe-se a facilidade com que foi feita a adaptação, sem necessidade de qualquer modificação".
Segunda página da reportagem de 1935

Percebe-se então que os vinte vereadores não eram muito exigentes, ao contrário de hoje. Uma Câmara com mais de 60 vereadores como atualmente acha que precisa de muita coisa... o prédio atual no viaduto Jacareí (nota: alguém sabe por que o viaduto tem este nome? Não é para homenagear a cidade, mas sim por causa de uma pequena rua que passava ali e que praticamente desapareceu com a construção do viaduto) é desproporcionalmente maior do que o que abrigava tranquilamente vinte eleitos.

Dirão que os serviços aumentaram, São Paulo tem hoje onze vezes mais habitantes do que em 1936. É, tem, mas como os atuais vereadores não fazem nada (ou melhor, fazem, mas nada que beneficie o povo que os elege e sim os interesses deles mesmos e do prefeito), era melhor deixá-los no Trocadero, apertados... aliás, melhor ainda, era melhor 20 vereadores: é melhor vinte sujeitos não fazendo nada que importe do que mais de sessenta inúteis como é hoje.
O Palácio Trocadero em 1936

A Câmara ficou ali até 1947, quando voltou para a rua Líbero Badaró (no palacete ao lado do Palacete Prates), onde estava antes de 1936.

Tempos em que vereadores tinham locais suficientes para o seu árduo trabalho de não fazer coisa alguma.

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