segunda-feira, 11 de março de 2013

DESERTO, PI: UMA FERROVIA ESQUECIDA


Eu jamais fui à estação ferroviária de Deserto, no Piauí. Provavelmente nunca irei, não por não querer, mas pela distância de tudo. Investiguei a estação para meu site e obtive praticamente nada. Porém, recentemente dois colaboradores mandaram-me, um, fotos da estação e da antigo depósito (que virou igreja com torre e tudo) e outro, fotos do Google que mostram do alto um enorme triângulo ferroviário - sei lá se com trilhos ou não.

Em frente à velha estação, pelo menos, há trilhos. Dá para ver nas fotos. Os trens não passam há pelo menos quinze anos... talvez mais. A linha foi totalmente abandonada, e há pedaços que foram roubados. Essa velha linha, da E. F. Central do Piauí, começou a ser construída no final dos anos 1910 e foi terminada somente em 1967, quando se uniu à linha que unia o oeste do Ceará à capital piauiense, Teresina. Até então, era uma linha isolada, que ligava o pequeno litoral do Estado, em Parnaíba, ao interior do Piauí, num beco sem saída.

Em 1950, a localidade possuía cerca de 55 casas e cerca de 300 habitantes. Hoje, pelo menos pelo que se olha no Google, possui bem menos. Há uma rodovia que cruza a vila bem no meio do triângulo - veja a figura. A estação está abandonadíssima: é de 1923 e somente está ainda de pé porque Deus assim o quer. Já o vilarejo sobreviveria de que? Está no meio do deserto, se não de areia, de gente, de tudo. Pertence ao município de Piracuruca... talvez. Pode ser outro. Não encontrei nenhuma indicação que diga a quem pertence esta terra perdida.

Suponho que seja um lugar muito quente. Não saberia dizer se teria eletricidade, realmente. Talvez não. Baixo em relação ao mar (167 metros de altitude), deve ser um forno. Se alguém conhecer a cidade ou a região, poderá dizer-me se estou falando bobagem ou não. E - olhem - existiu uma outra estação com o mesmo nome, na antiga Funilense, em São Paulo, região de Paulínia. Desta, não encontrei traços.

Agradecimentos a Roosevelt Reis, que me enviou as fotos, a Jansenn Arco Verde, que tirou as fotos, e a uma terceira pessoa que me enviou o Google, mas que não consegui identificar na mensagem.

5 comentários:

  1. Mistério, hein sr Ralph! Ferrovia no Brasil às vezes chega a parecer coisa de arqueologia. Imagino quantos trilhos devem estar perdidos por aí, no mato, ou no deserto... Interessante

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  2. A terceira pessoa fui eu Ralph. Muito interessante, um armazem que virou igreja, nunca teve visto isso.
    Gunnar

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  3. A igreja nunca foi utilizada como depósito. Foi cobstruida pelo meu pai, me chamo Cícero Brito,filho de António de Brito Magalhães, já falecido,sendo um dos moradores mais antigo do povoado.foi o maior fornecedor de madeira para a RFFSA.conheco toda a história desde povoado, pois apesar de morar Parnaíba Piauí, conservo a casa de fazenda do meu pai, a igreja e a igrejinha onde está sepultado com sua esposa minha mãe.para maior informações pode ligar para 086 999770353, falar com Cícero Brito

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  4. A igreja nunca foi depósito da estação, me chamo Cícero Brito, filho de António de Brito de Magalhães, um dos moradores mais antigo do povoado e fornecedor de madeiras para RFFSA,quem construiu a igreja foi meu pai, hoje falecido, conheco toda a historia, apesar de morar em Parnaíba Piauí conservo a casa de morada dos meus pais, a igreja e a capela onde estão sepultados, para maiores informações 86 999770353, Cícero Brito

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    1. Oi Cícero eu sou a Lúcia, na minha infância viajei muito de trem de Teresina com parada final na estação do deserto, íamos para a casa de minha avó que morava num povoado chamado Sanharão. Isso me traz uma recordação muito boa e eu lembro dessa capela exatamente desse jeito e lembro de uma casa amarela parecia casa de fazenda.

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