Neste museu, eu fui. Mas na época estava em reforma. Reabriu, não muito tempo depois, mas não tive como visitá-lo mais, infelizmente. Faz uns 20 anos. Em São Leopoldo, RS - um dia ele foi a estação ferroviária original da cidade, recuperada há anos para ser um museu.
Nada como visitar museus no Brasil, né?
Aqui (e principalmente nas cidades do interior), museus fecham no fim de semana e também têm duas horas de almoço. Tem que torcer para que a pessoa que tenha a chave chegue de manhã no horário e vá e venha do almoço pontualmente; há de se verificar se o museu não está fechado temporariamente para obras (geralmente na porta fechada não tem o aviso se ele está fechado mesmo), tem de ver se o novo prefeito não o fechou (para sempre) no seu 2º dia de mandato (soube de vários casos de ciumeira partidária).
Checado tudo isso, pode partir para a visita. Aí você entra e não vê ninguém para tirar uma dúvida de algo que você viu e não sabe o que é; às vezes você encontra uma moça varrendo o chão e pergunta se ela trabalha ali, mas ela responde que é só faxineira, não entende nada daquilo e que despediram a moça que ficava atendendo no museu; ou então, uma menina linda, loira de olhos azuis, que está sentada no balcão lendo uma revista (hoje ela estaria no celular) e que lhe responde que ela é funcionária, sim, mas estagiária, que está ali por um acordo com a faculdade, mas não ensinaram nada para ela sobre aquelas coisas empoeiradas que estão por ali.
Se você tiver sorte, chega ao museu e não consegue abrir mesmo no horário de funcionamento, mas tem alguém batendo papo com outro ali perto da porta que diz que conhece quem fica ali e vai pegar a chave com ele para abrir para você. Finalmente, você entra e alguém com um conhecimento razoável e que atende ali é simpático, você bate um papo com ele no museu, sempre vazio de visitantes. Você comenta que os museus no Brasil são sempre assim como eu descrevi mais acima, e ele diz que não! Que no dele há mais de mil visitantes por mês! Aí ele te mostra a lista e é tudo criança de 6 a 10 anos, que visitam como classe da escola local o museu algumas vezes ao ano. Ele também diz que essa criançada não quer saber nada de nada, fica só olhando e alguns têm o celular na mão. E eu penso: se alguma criança, uma que seja, por classe, se interessar com alguma coisa que ali vir, já será um grande lucro.
Mas não vamos generalizar: obviamente conheci ou tentei conhecer apenas uma percentagem bem pequena de todos os museus existentes atualmente no Brasil. E os que visitei se limitaram a uns poucos estados brasileiros, a grande maioria no sul e no sudeste. E vários dos que já visitei não funcionam mais.
Aqui (e principalmente nas cidades do interior), museus fecham no fim de semana e também têm duas horas de almoço. Tem que torcer para que a pessoa que tenha a chave chegue de manhã no horário e vá e venha do almoço pontualmente; há de se verificar se o museu não está fechado temporariamente para obras (geralmente na porta fechada não tem o aviso se ele está fechado mesmo), tem de ver se o novo prefeito não o fechou (para sempre) no seu 2º dia de mandato (soube de vários casos de ciumeira partidária).
Checado tudo isso, pode partir para a visita. Aí você entra e não vê ninguém para tirar uma dúvida de algo que você viu e não sabe o que é; às vezes você encontra uma moça varrendo o chão e pergunta se ela trabalha ali, mas ela responde que é só faxineira, não entende nada daquilo e que despediram a moça que ficava atendendo no museu; ou então, uma menina linda, loira de olhos azuis, que está sentada no balcão lendo uma revista (hoje ela estaria no celular) e que lhe responde que ela é funcionária, sim, mas estagiária, que está ali por um acordo com a faculdade, mas não ensinaram nada para ela sobre aquelas coisas empoeiradas que estão por ali.
Se você tiver sorte, chega ao museu e não consegue abrir mesmo no horário de funcionamento, mas tem alguém batendo papo com outro ali perto da porta que diz que conhece quem fica ali e vai pegar a chave com ele para abrir para você. Finalmente, você entra e alguém com um conhecimento razoável e que atende ali é simpático, você bate um papo com ele no museu, sempre vazio de visitantes. Você comenta que os museus no Brasil são sempre assim como eu descrevi mais acima, e ele diz que não! Que no dele há mais de mil visitantes por mês! Aí ele te mostra a lista e é tudo criança de 6 a 10 anos, que visitam como classe da escola local o museu algumas vezes ao ano. Ele também diz que essa criançada não quer saber nada de nada, fica só olhando e alguns têm o celular na mão. E eu penso: se alguma criança, uma que seja, por classe, se interessar com alguma coisa que ali vir, já será um grande lucro.
Mas não vamos generalizar: obviamente conheci ou tentei conhecer apenas uma percentagem bem pequena de todos os museus existentes atualmente no Brasil. E os que visitei se limitaram a uns poucos estados brasileiros, a grande maioria no sul e no sudeste. E vários dos que já visitei não funcionam mais.
Houve museus que estavam fechados, mas
alguém se propôs a abri-lo para mim. E na grande maioria fui muito bem tratado,
alguns conheciam meus trabalhos na Internet e livros publicados.
E é bom lembrar que alguns dos maiores e mais famosos museus do Brasil estão hoje fechados, como o Museu do Ipiranga (desde 2012), o Museu Nacional do Rio (desde 2018). O primeiro por reforma (eterna?) e o segundo, por ter sido destruído por um incêndio.
E é bom lembrar que alguns dos maiores e mais famosos museus do Brasil estão hoje fechados, como o Museu do Ipiranga (desde 2012), o Museu Nacional do Rio (desde 2018). O primeiro por reforma (eterna?) e o segundo, por ter sido destruído por um incêndio.
No Museu do Trem de São Leopoldo foi criado um totem digital com várias informações sobre as ferrovias gaúchas. Inclusive cedi fotografias minhas, antes enviadas para o site, para colaborar. Foi um belo trabalho.
ResponderExcluirCiumeira partidária, como você mencionou, é um dos inimigos dos poucos museus do interior. Um prefeito constitui um Museu Histórico, o prefeito seguinte, se não for do mesmo partido do anterior, joga tudo no lixo. Já aconteceu comigo, em cidade aqui perto, visitei um museu bem montado, teve ajuda de alunos da UNESP na catalogação etc, anos depois cadê o museu? Pergunta daqui, pergunta dali, ninguém sabia. Até que fui na Prefeitura e disseram que estava tudo guardado em uma sala de uma escola, mas não podia ser visitado. Ou seja, "museu secreto", só no Brasil mesmo...
ResponderExcluirAqui em Recife, em meados dos anos 70 havia um museu do trem, na própria estação central. Tive oportunidade de visitar algumas vezes. Depois que foi construído o metrô, nos anos 80, a estação foi desativada e deixaram algumas locomotivas expostas, mas só em 2010, aproximadamente, fizeram um museu decente e bem equipado. Tive oportunidade de visitá-lo com meu filho, para mostrar-lhe o que eu falava sobre trens e que ele não conhecia. Pelo que soube foi fechado em seguida e "parece" que não reabriu mais.
ResponderExcluirIncrível, se com os museus o descaso já é incomensurável, imagina com os trilhos... Foi crime o que aconteceu ao sistema funicular de Paranapiacaba. E quem poderá nos defender?
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