sábado, 16 de julho de 2016

O CORREIO E A SÃO PAULO RAILWAY, 1929

Antigo carro-correio da SPR, fabricado em 1895. Acervo ABPF
Em 1929, as ferrovias tinham importância fundamental para a distribuição de correspondência pelo Correio. A São Paulo Railway - SPR - somente reservava um carro diário para o Correio, no trem que deixava a Estação da Luz às 5h13 da manhã. Por ali escoava para o interior a correspondência e os jornais para a região da Companhia Paulista e da Mogiana, além, é claro, das pequenas vilas e bairros atendidas pela SPR entre São Paulo e Jundiaí.

Tudo funcionava bem, exceto aos domingos. Nestes dias, a correspondência era maior e os jornais, mais volumosos. O carro-correio ficava então superlotado de jornais, e, jornais que chegavam por último não conseguem lugar. Os funcionários passam a recusá-los. O problema não era a hora de chegada, mas sim o espaço para colocar todos. E não adianta chegar muito antes da hora de saída do trem, pois este encosta na plataforma às 5 em ponto. Às vezes havia briga e tudo - correspondência e jornais - seguia amontoado dentro do vagão.

Havia mais problemas, além do fato de a SPR recusar-se a aumentar o número de carros para o Correio e jornais. Havia eventualmente extravio de jornais. Uma reclamação contra um extravio somente poderia ser aceita pela ferrovia pela distribuição de recibos de entrega na estação; porém, muitas vezes, os funcionários recusavam-se a emiti-los, alegando falta de tempo.

Em outras palavras, a SPR estava longe de ser uma maravilha, embora fosse, de longe, a mais lucrativa ferrovia que já pisou este país, apesar de seus "pífios" 140 quilômetros, apenas, de extensão. O monopólio da Serra do Mar fazia tudo ser assim. Os funcionários eram continuamente acusados de serem arrogantes e de trabalhar mal.

A SPR, sabemos, era de propriedade de ingleses. Será que, na Inglaterra, nas ferrovias inglesas, era assim também?

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