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sábado, 30 de dezembro de 2017

MEMÓRIAS DE SÃO PAULO (1): A ÁREA METROPOLITANA DE SÃO PAULO EM 1925


Propaganda veiculada no O Estado de S. Paulo em 1925

Numa época (90 anos atrás) em que integração entre municípios era imaginada não como a área metropolitana de hoje, composta com 39 municípios, mas sim como a anexação de municípios à volta da Capital para aumentar o seu tamanho, "facilitando" sua gestão (lembrar que Santo Amaro era um município e foi anexado a São Paulo em 1935 e outros, como Santana de Parnaíba quase desapareceram pelo mesmo motivo - sua anexação foi proposta no mesmo ano), vejamos o que era a região nessa época.

A área hachurada na foto era a mais populada. Vejam que a população se agrupava ao longo das estradas de ferro como Sorocabana, Santos-Jundiaí, Central do Brasil e Tramway de Santo Amaro). O resto, mesmo o centro de cidades e bairros ali assinalados, tinha população urbana bastante baixa. 

A cidade seguia as poucas rodovias existentes e as ferrovias.

No mapa, eram sedes de municípios Guarulhos, Santo Amaro e São Bernardo, apenas. Os outros eram bairros afastados da Capital. Alguns mais tarde viraram municípios: Osasco e São Caetano. A maioria não. Havia ainda outros municípios, que nem aparecem no mapa (Santana de Parnaíba, Cotia e Mogy das Cruzes, como exemplos). Nem metade dos atuais municípios metropolitanos existiam como tal.

sábado, 28 de março de 2015

FERROVIA E RODOVIA: ANOS 1940


Dos arquivos de meu avô, o mapa foi publicado em alguma revista, que não sei qual é: o que chegou a mim foi o recorte. Atrás dele, uma parte de uma fotografia da Serra do Mar. A via Anchieta começou a ser construída mais ou menos em 1940, com pista única, pelo menos na serra do Mar.

O mapa e a fotografia seriam de 1944, quando ela ficou pronta, ou do início da construção, com o mapa do projeto?

Motem que a ferrovia que aparece, apenas em parte, é a São Paulo Railway, que, em 1946, passou a ser a E .F. Santos a Jundiaí; e somente aparece o trecho em que ela está próxima à rodovia, o que ocorre em Cubatão e Santos. Para além do rio Cubatão, ela "desaparece" no mapa.

Notar também que a Anchieta passou por sobre inúmeros trechos da hoje chamada de Estrada Velha, que era, então, o Caminho do Mar. Esta aparece como uma linha branca que passa quase sempre à direita da Anchieta e que entrava por dentro da cidade de São Bernardo.

Quem escreveu "Via Anchieta" no alto, canto direito, foi meu avô.

Este mapa simboliza o começo do fim dos trens de passageiros para Santos, que, aliás, até que duraram bastante: acabaram no final de 1995.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

SÃO PAULO EM 1934


O mapa acima foi encontrado nos arquivos de meu avô e data de 1934. Mostra o município de São Paulo pouco antes da anexação do município de Santo Amaro, que se deu em 1935. Nessa época, Sud Mennucci, que trabalhava na comissão estadual que estudava a redivisão municipal do Estado, defendia a progressiva anexação de diversos municípios em volta da Capital, com a opinião de que isto melhoraria a administração. Graças a Deus ele não conseguiu seu intento... ou mudou de ideia depois e parou de pressionar para tal.

A divisa com Santo Amaro ia desde a nascente do rio Carapicuíba em linha reta até a foz do córrego da Traição no Pinheiros. A partir dali, acompanhava o córrego (atual avenida dos Bandeirantes) até o ponto mais alto do morro da Divisa, o que era a divisa tripla dos município da Capital, Santo Amaro e São Bernardo (hoje, essa parte deste último é Diadema). A partir dali, a divisa não difere das atuais - o que mudou foi o fracionamento dos municípios limítrofes. Reparar que o número de municípios que tinham divisa com a Capital era de sete, apenas.

Na zona oeste, no entanto, houve alteração depois. Osasco ainda era um bairro de São Paulo. O limite oriental era numa reta que unia a nascente do rio Carapicuíba com o Quartel de Quitaúna, que estava então dividido entre São Paulo e Parnaíba. Hoje, a divisa de Osasco (separado da Capital em 1959) com Carapicuíba (e não mais Cotia) é exatamente o córrego Carapicuíba, que desagua no final da plataforma da atual estação da CPTM, General Miguel Costa.

As linhas férreas estão bem mostradas: Sorocabana, Cantareira, Central (já existia a variante de Poá) e S. P. R. (Santos-Jundiaí). Lá no norte, acima do bairro de Caieiras, existia um enclave, dentro do município de Juqueri, pertencente à Capital: era onde ficava o Hospital do Juqueri, depois Franco da Rocha, bem como também essa parte oeste de Juqueri - que por sua vez virou Mairiporã em 1944.

A zona urbana e mais adensada de edifícios era a que está hachureada no mapa. O resto eram campos, mata e alagados, pontilhados por pequenos vilarejos que mais tarde cresceram e se tornaram os bairros de hoje, alguns bastante deteriorados, alguns ricos, a maioria pobre. A importância das ferrovias era notória: elas apareciam em destaque no mapa, enquanto nenhuma rodovia ou estrada aparece - embora já existissem. Já existiam, mas nesse tempo não ainda a Anchieta, a Anhanguera, a Dutra, a Castelo Branco e muito menos as mais recentes ainda Ayrton Senna, Imigrantes, Bandeirantes.

Como uma lembrança de mapas mais antigos, aparecem também rios e córregos, coisa rara nos dias de hoje, onde exceto os três maiores, Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, os pequenos nem são citados, quando não foram entubados.