Foto de 1969: Ao fundo, dando frente para a rua Caio Prado, o Des Oiseaux. À esquerda, a rua Augusta. Embaixo, semi-escondido pelas flores, o Colégio Visconde de Porto Seguro, ainda de pé (Nesse momento da foto, eu estudava nele) e ocupado hoje pelo Caetano de Campos - sua frente dá para a Praça Roosevelt. E foi no Des Oiseaux que fiz a primeira comunhão, em 1960 (Revista VEJA)
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No início do mês de fevereiro último, meu site Estações Ferroviárias do Brasil completou 14 anos de existência, mais quase cinco de pesquisas sobre o assunto, feitas antes da existência do site.
Em todo este tempo, aprendi muita coisa. Uma delas foi que muitas se estragaram pelo país inteiro, principalmente pela falta de uso e abandono. Muitas chegaram à ruína e várias foram demolidas. No entanto, várias foram recuperadas. Algumas foram descaracterizadas, umas muito, outras pouco, e várias foram restauradas. Algumas, mais de uma vez. Este é o problema principal aqui.
Esses prédios, alguns grandes, outros pequenos, ficam ou no centro de cidades grandes e médias, ou em pequenos bairros rurais. Alguns, longe de tudo, a vila ferroviária jamais chegou a se tornar um bairro. Quando são recuperados e restaurados, ou seja, reconstruídos com em sua forma original, necessitam ter manutenção constante.
Geralmente, passam a funcionar como pequenos departamentos da prefeitura, que são os órgãos que mais adquirem estas construções das antigas linhas férreas. Como sabemos, trens de passageiros no interior não existem mais. Apenas umas poucas estações conservam parte de sua função quando recuperadas no interior, no caso, para funcionar parte do tempo com trens turísticos, que, na maioria dos casos, funcionam apenas em fins de semana. E, por favor, notem que apenas parte das antigas estações desses trechos são recuperadas. Outras ficam abandonadas ou são invadidas.
Entre todas as prefeituras que adquirem estes prédios, apenas uma parte os restaura, e não necessariamente todas as que possui. Depende de dinheiro e de interesse de quem está no governo.
Um prédio, quando é restaurado, precisa de manutenção constante. Principalmente prédios antigos como estes - muitos com mais de cem anos. E também não devemos nos esquecer que os materiais usados para a restauração não são sempre necessariamente de boa qualidade. A fiação de muitas delas já causou alguns incêndios (existem, também, incêndios causados por vândalos). As tábuas com cupins já causaram outros estragos.
Enfim, aprendi muito sobre o assunto.
Agora, olho para outros prédios que nada têm ou tiveram a ver com as antigas ferrovias e a situação é igual. O Teatro Municipal, de São Paulo, já foi restaurado três vezes, pelo que sei. A última vez há dois ou três anos atrás. O que se viu nestas "re-restaurações" é que não houve praticamente nenhuma manutenção no período entre a obra "velha" e a obra "nova", tornando-se cada obra que se sucede muito mais cara do que deveria ser.
Ou seja, a restauração de imóveis no Brasil não é necessariamente confiável. Igrejas, armazéns, residências, edifícios de apartamentos ou escritórios, fachadas, monumentos, estátuas, chafarizes, muitas de diversas obras de recuperação realizadas passam pelo mesmo mal - falta de manutenção e materiais vagabundos.
O Parque Augusta, visto de cima. Ao fundo, a rua Caio Prado e as pessoas que o ocupavam hoje (Fonte desconhecida).
Saiamos dos prédios de tijolos e entremos pelas praças e parques. Um exemplo aqui perto, na cidade em que nasci: Praça da República. Ela foi recuperada na gestão Kassab. Jardins e monumentos foram refeitos, bem como o quiosque. Kassab deixou a prefeitura há menos de três anos. A praça hoje está imundo, cheia de mato, com estátuas destruídas, placas de bronze roubadas e, pior, seu quiosque, cercado com tábuas para que não seja invadido pelos mendigos e drogados. As tábuas foram colocadas junto à estrutura de ferro. Porém, são tapumes de madeirit, que já foram arrancados de forma a permitir que os mendigos entrem e, dentro, existem diversos colchões, restos de comida e sujeira.
À noite, não se meta na praça, o risco de assalto é muito grande.
Hoje, exatamente na manhã de hoje, no chamado "Parque Augusta", que de parque não tem nada, sofreu uma "evacuação forçada" de ativistas que haviam-no invadido para tentar impedir que a construtora que adquiriu o terreno há alguns anos venha fazer o que sempre fez e é seu modo de vida: construir prédios. Ela é a dona do terreno, quer construir nele.
O terreno, que está situado com frente para as ruas Augusta e Caio Prado, abrigou no passado o Colégio Des Oiseaux (será que escrevi certo? Meu francês é péssimo. Mas quer dizer: "os pássaros"). O magnífico prédio ocupou a frente da rua Caio Prado por cerca de setenta anos, até ser fechado e demolido no início dos anos 1970. Portanto, há mais de quarenta anos. Uma parte pequena dele, exatamente na esquina, tornou-se um estacionamento por muitos anos. O resto foi-se enchendo de mato. O portal de entrada do colégio, junto à calçada, ainda está em pé - somente a parte de alvenaria.
Milagrosamente, a área sobreviveu vazia com seu muro de tijolos original durante todo esse tempo. E (posso estar enganado), já teve mais de um dono depois que foi vendido pelas freiras do colégio. Uma penas, mas a Igreja, no Brasil, tornou-se uma imobiliária, longe de querer conservar os belos bens que tinha.
Ali daria um parque. Sim, um belo parque. Os prédios vão estragar aquilo, porque prédios estragam o visual, causam excesso de sombra, causam impermeabilização de grandes áreas. Porém, o terreno é da construtora e ela quer construir. Ponha-se no lugar dela. Você doaria aquele terreno para a Prefeitura fazer um parque?
Não, você quer dinheiro. E nada há de errado nisso. Só que - Primeiro) São Paulo não precisa desse empreendimento. Segundo) Os danos ao ambiente serão grandes. Terceiro) São Paulo já atingiu seu limite em termos de infraestrutura: vejam o que está acontecendo, com a falta de água e de eletricidade. Aí vem um sujeito e constrói três torres de sei lá quantos andares de apartamentos e/ou escritórios. Mas ele pode.
Para tentar aplacar a ira dos anjos, a construtora ofereceu à prefeitura - que em tempos passados, com diversos prefeitos, já prometeu fazer ali um parque e nunca cumpriu, em grande parte porque gosta de prometer e porque não tem dinheiro para a desapropriação (alguns falam em 70 milhões de cruzeiros, valores de hoje) - fazer três torres (acho que é isso) em 45% por cento da área do terreno, deixando o resto para um parque (que, pelo que entendi de uma fonte, seria totalmente público, e, por outras, de que apenas parte seria público e o resto, dos prédios, portanto, particular). Pode haver engano nos meus números, mas eles não são o que importa aqui.
O que serve de lição é que mais uma vez, e isso vem se repetindo cada vez mais frequentemente, o povo mostra que está de saco cheio de prédios e mais prédios, e da falta de parques, praças e árvores. Aconteceu - isto estou lembrando agora, de cabeça, mas há mais casos - recentemente na Vila Mariana (avenida Conselheiro Rodrigues Alves), em Pinheiros (na rua Cristiano Viana, creio) e, agora, na Caio Prado. Reclamações e mais reclamações contra o que representa, por incrível que pareçca, a piora da qualidade de vida.
Há, no entanto, algo muito mais sério a se pensar, e isso nos retorna ao texto do início, sobre as estações ferroviárias: a construção de um parque trará, no início, quando estiver bonitinho e novinho, muita gente da região, que, aos poucos, será substituída por mendigos e drogados, que tomarão conta dele. Um dos motivos será a falta de manutenção crônica, a mesma que comentei lá em cima.
Convenhamos: por mais que falemos mal dos prefeitos, e temos tido muitos prefeitos ruins desde pelo menos os anos 1980, a Prefeitura não tem condição de tocar São Paulo, um dos maiores conglomerados de pessoas do mundo, com doze milhões de habitantes e sei lá quantos mil quilômetros de ruas e avenidas e sei lá quantas edificações.
Se quisermos um parque, seja onde for, somos nós, que moramos nas redondezas, que deveremos cuidar dele através de uma sociedade, agremiação, associação - seja lá o que for. E que tenha consciência de que fará isto para o público todo e não somente para eles, que moram perto. Da mesma forma que essas pessoas que cuidam dele possam ir a outras praças cuidadas por outros.
Enquanto isso não ocorrer, não adianta fazer um Parque Augusta. É perda de tempo e de dinheiro. A Prefeitura? O que diz? Nada, estará pouco se lixando.
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quarta-feira, 4 de março de 2015
terça-feira, 16 de setembro de 2014
A LIGAÇÃO LESTE-OESTE EM SÃO PAULO (1966)
Duas opções das quatro sugeridas. Nenhuma das duas acima foi utilizada, a ligação passou por baixo da praça inteira. (Folha de S. Paulo, 13/9/1966)
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Eu já escrevi neste blog sobre a construção da Radial Leste, há cerca de três anos. Já sobre a ligação da Radial Oeste com a Radial Leste, creio que não.
A Radial Leste, a partir do Parque Dom Pedro II, começou a ser construída bem antes, ainda nos anos 1950. Já a Radial Oeste, da Praça Roosevelt para a avenida São João, estava sendo acabada com o alargamento da rua Amaral Gurgel ainda no final de 1966.
Além de nem se falar em Minhocão nessa época, via que acabou deteriorando a própria Amaral Gurgel duplicada e a São João e sua continuação, a General Olímpio da Silveira, em outubro de 1966 ainda se discutia como a rua Amaral Gurgel iria atingir a avenida Alcântara Machado ali no Braz. A Praça Roosevelt ainda mantinha sua feira aos sábados e a passagem do Oeste para o Leste da cidade ainda era feita pelo centro novo da cidade, seguindo a Consolação, Maria Paula até a Praça João Mendes e dali se descendo para a Rangel Pestana.
Eu estudava no Colégio Visconde de Porto Seguro e não me lembro tão bem assim dessa obra.
A discussão em outubro de 1966 era sobre se a ligação seguiria pelo alargamento da rua Caio Prado, se sobre uma paralela a ela a ser construída - o que levaria à demolição do Colégio Des Oiseaux ou ainda se passaria pela rua Olinda (hoje rua Guimarães Rosa), a rua lateral da Praça Roosevelt, o que levaria 'a demolição certa do Col~egio onde eu estudava.
Dessa discussão não li nada na época, mas hoje sei que os jornais a noticiavam. No fim, acabaram escolhendo uma quarta opção, fazendo a reforma total da praça Roosevelt - em cima e em baixo. Ou seja, em cima tornou-se um parque de concreto onde apenas a igreja da Consolação sobrou em pé entre as duas ruas que a formavam (Olinda e Martinho Prado) e por baixo fez-se a ligação entre a rua Amaral Gurgel e o Braz.
Após passar por baixo da praça, a avenida passou também sob a rua Augusta e por cima da rua Avanhandava e da avenida Nove de Julho (este foi chamado de Viaduto do Café) e depois, por uma enorme trilha de demolições, no meio do bairro do Bexiga, cortando várias ruas, passando por sobre a avenida 23 de Maio, por baixo da avenida da Liberdade e da rua Galvão Bueno, para finalmente ter uma saída para a Alcântara Machado passando por sobre o Parque Dom Pedro II. O parque foi destru~ido por uma sequência de viadutos nos anos 1960.
Uma das opções para a Leste-Oeste está retratada no mapa no topo da página.
Por fim, posso dizer que me lembro das obras de construção do viaduto da rua Augusta sobre a ligação Leste-Oeste; do bate-estacas na Praça Roosevelt funcionando os dias inteiros em 1968; do alargamento da rua da Consolação, especialmente em frente à praça Roosevelt e na subida até a Paulista. Uma "carnificina" de belas casas na época.
O Colégio Porto Seguro sobreviveu. Mudou-se para o Morumbi em 1972 e hoje é o Caetano de Campos. O Des Oiseaux foi demolido no início de 1970, mas não por causa de alargamento de rua alguma. No seu terreno, até hoje não existe coisa alguma.
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Eu já escrevi neste blog sobre a construção da Radial Leste, há cerca de três anos. Já sobre a ligação da Radial Oeste com a Radial Leste, creio que não.
A Radial Leste, a partir do Parque Dom Pedro II, começou a ser construída bem antes, ainda nos anos 1950. Já a Radial Oeste, da Praça Roosevelt para a avenida São João, estava sendo acabada com o alargamento da rua Amaral Gurgel ainda no final de 1966.
Além de nem se falar em Minhocão nessa época, via que acabou deteriorando a própria Amaral Gurgel duplicada e a São João e sua continuação, a General Olímpio da Silveira, em outubro de 1966 ainda se discutia como a rua Amaral Gurgel iria atingir a avenida Alcântara Machado ali no Braz. A Praça Roosevelt ainda mantinha sua feira aos sábados e a passagem do Oeste para o Leste da cidade ainda era feita pelo centro novo da cidade, seguindo a Consolação, Maria Paula até a Praça João Mendes e dali se descendo para a Rangel Pestana.
Eu estudava no Colégio Visconde de Porto Seguro e não me lembro tão bem assim dessa obra.
A discussão em outubro de 1966 era sobre se a ligação seguiria pelo alargamento da rua Caio Prado, se sobre uma paralela a ela a ser construída - o que levaria à demolição do Colégio Des Oiseaux ou ainda se passaria pela rua Olinda (hoje rua Guimarães Rosa), a rua lateral da Praça Roosevelt, o que levaria 'a demolição certa do Col~egio onde eu estudava.
Dessa discussão não li nada na época, mas hoje sei que os jornais a noticiavam. No fim, acabaram escolhendo uma quarta opção, fazendo a reforma total da praça Roosevelt - em cima e em baixo. Ou seja, em cima tornou-se um parque de concreto onde apenas a igreja da Consolação sobrou em pé entre as duas ruas que a formavam (Olinda e Martinho Prado) e por baixo fez-se a ligação entre a rua Amaral Gurgel e o Braz.
Após passar por baixo da praça, a avenida passou também sob a rua Augusta e por cima da rua Avanhandava e da avenida Nove de Julho (este foi chamado de Viaduto do Café) e depois, por uma enorme trilha de demolições, no meio do bairro do Bexiga, cortando várias ruas, passando por sobre a avenida 23 de Maio, por baixo da avenida da Liberdade e da rua Galvão Bueno, para finalmente ter uma saída para a Alcântara Machado passando por sobre o Parque Dom Pedro II. O parque foi destru~ido por uma sequência de viadutos nos anos 1960.
Uma das opções para a Leste-Oeste está retratada no mapa no topo da página.
Por fim, posso dizer que me lembro das obras de construção do viaduto da rua Augusta sobre a ligação Leste-Oeste; do bate-estacas na Praça Roosevelt funcionando os dias inteiros em 1968; do alargamento da rua da Consolação, especialmente em frente à praça Roosevelt e na subida até a Paulista. Uma "carnificina" de belas casas na época.
O Colégio Porto Seguro sobreviveu. Mudou-se para o Morumbi em 1972 e hoje é o Caetano de Campos. O Des Oiseaux foi demolido no início de 1970, mas não por causa de alargamento de rua alguma. No seu terreno, até hoje não existe coisa alguma.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
CONGELADO NO TEMPO

Bem, o título é um pouco exagerado. Porém, estive hoje na Praça Roosevelt, mais especificamente na rua Olinda, hoje chamada de João Guimarães Rosa, também nas ruas Gravataí e Caio Prado. Estava a pé. Saí da rua Augusta, subi a Olinda. Reparei que, salvo engano, todas as construções que existiam no final de 1969, quando terminei o último ano (terceiro) do curso científico do Colégio Visconde de Porto Seguro, ainda estão ali.
O edifício da esquina com a Augusta, o prédio do colégio, hoje ocupado pelo Caetano de Campos, construído em 1913, o prédio ao lado que o Colégio ocupou por algum tempo (estudei ali em 1968), este totalmente em ruínas... mas um belo prédio. Acredito que originalmente tenha sido uma residência particular. Deve ter sido construído na primeira década do século XX, pelo estilo. Logo depois, uma casinha menor, bem velha também, mas razoavelmente conservada. Até a esquina com a Gravataí, tudo igual.
Em frente, a Praça Roosevelt, ainda como era em 1969, logo após completarem sua reforma. Reforma, não: antes não havia nada ali, apenas uma enorme área asfaltada, que se enchia de pombos durante quase todo o tempo, exceto nas quartas e sábados, quando havia uma feira livre que ocupava toda a área, menos, claro, a Igreja da Consolação. Hoje, a praça está cercada, pois vai passar por uma grande reforma. Quando? Sei lá, é promessa de político, sabem como é.
Entrando na rua Gravataí à esquerda, as construções são as mesmas. Mudaram algumas funções, mas é como se o tempo tivesse congelado. Vejo que há um teatro ali: esse teatro, na verdade, era a área que pertencia ao Porto Seguro, era o auditório. Minha formatura foi ali. Entrava-se pela Gravataí e pelo pátio mais baixo da escola, onde estava a quadra de basquete. Não sei se ainda está.
Ao longe, avisto a única grande mudança: um prédio de apartamentos novo - creio ter no máximo uns 3 anos - construído na Caio Prado, entre a Gravataí e a Augusta. Ele dá fundos para o enorme pátio, (ainda) arborizado do ex-Porto Seguro. Na esquina da Gravataí com a Caio Prado, os terrenos que eram vazios em 1969 continuam vazios. Servem hoje como estacionamento.
Na Caio Prado, em frente, vejo o vazio deixado pela demolição do antigo Colégio Des Oiseaux, construção de 1907 de Vitor Dubugras. Ele havia sido demolido em 1974. Quando deixei o Porto Seguro, ainda estava em pé. Era um prédio lindíssimo, cercado de vegetação. Até hoje nada foi feito ali, apesar de vários planos de hotéis, espigões, etc. Parece que hoje já não se pode construir mais ali, mas o terreno hoje não serve para nada, vive fechado.
Seguindo por esta rua até a rua da Consolação, tudo está como era, prédios mais altos, mas baixos e um belo casarão pouco antes do cruzamento, do lado direito, muito bem mantido há anos.
Enfim, um raro pedaço muito próximo ao centro da cidade que ainda se mantém praticamente igual ao que era por mais de 40 anos. Até quando?
(Página atualizada em 20/11/2017)
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