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terça-feira, 16 de setembro de 2014

A LIGAÇÃO LESTE-OESTE EM SÃO PAULO (1966)

Duas opções das quatro sugeridas. Nenhuma das duas acima foi utilizada, a ligação passou por baixo da praça inteira. (Folha de S. Paulo, 13/9/1966)
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Eu já escrevi neste blog sobre a construção da Radial Leste, há cerca de três anos. Já sobre a ligação da Radial Oeste com a Radial Leste, creio que não.

A Radial Leste, a partir do Parque Dom Pedro II, começou a ser construída bem antes, ainda nos anos 1950. Já a Radial Oeste, da Praça Roosevelt para a avenida São João, estava sendo acabada com o alargamento da rua Amaral Gurgel ainda no final de 1966.

Além de nem se falar em Minhocão nessa época, via que acabou deteriorando a própria Amaral Gurgel duplicada e a São João e sua continuação, a General Olímpio da Silveira, em outubro de 1966 ainda se discutia como a rua Amaral Gurgel iria atingir a avenida Alcântara Machado ali no Braz. A Praça Roosevelt ainda mantinha sua feira aos sábados e a passagem do Oeste para o Leste da cidade ainda era feita pelo centro novo da cidade, seguindo a Consolação, Maria Paula até a Praça João Mendes e dali se descendo para a Rangel Pestana.

Eu estudava no Colégio Visconde de Porto Seguro e não me lembro tão bem assim dessa obra.

A discussão em outubro de 1966 era sobre se a ligação seguiria pelo alargamento da rua Caio Prado, se sobre uma paralela a ela a ser construída - o que levaria à demolição do Colégio Des Oiseaux ou ainda se passaria pela rua Olinda (hoje rua Guimarães Rosa), a rua lateral da Praça Roosevelt, o que levaria 'a demolição certa do Col~egio onde eu estudava.

Dessa discussão não li nada na época, mas hoje sei que os jornais a noticiavam. No fim, acabaram escolhendo uma quarta opção, fazendo a reforma total da praça Roosevelt - em cima e em baixo. Ou seja, em cima tornou-se um parque de concreto onde apenas a igreja da Consolação sobrou em pé entre as duas ruas que a formavam (Olinda e Martinho Prado) e por baixo fez-se a ligação entre a rua Amaral Gurgel e o Braz.

Após passar por baixo da praça, a avenida passou também sob a rua Augusta e por cima da rua Avanhandava e da avenida Nove de Julho (este foi chamado de Viaduto do Café) e depois, por uma enorme trilha de demolições, no meio do bairro do Bexiga, cortando várias ruas, passando por sobre a avenida 23 de Maio, por baixo da avenida da Liberdade e da rua Galvão Bueno, para finalmente ter uma saída para a Alcântara Machado passando por sobre o Parque Dom Pedro II. O parque foi destru~ido por uma sequência de viadutos nos anos 1960.

Uma das opções para a Leste-Oeste está retratada no mapa no topo da página.

Por fim, posso dizer que me lembro das obras de construção do viaduto da rua Augusta sobre a ligação Leste-Oeste; do bate-estacas na Praça Roosevelt funcionando os dias inteiros em 1968; do alargamento da rua da Consolação, especialmente em frente à praça Roosevelt e na subida até a Paulista. Uma "carnificina" de belas casas na época.

O Colégio Porto Seguro sobreviveu. Mudou-se para o Morumbi em 1972 e hoje é o Caetano de Campos. O Des Oiseaux foi demolido no início de 1970, mas não por causa de alargamento de rua alguma. No seu terreno, até hoje não existe coisa alguma.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A SÃO PAULO (E CAMPINAS) DOS MEUS CATORZE ANOS

Viaduto da Vila Matilde alguns dias antes de sua abertura ao tráfego - Folha de S. Paulo, 19/11/1965
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O ano era 1965, mais precisamente no final desse ano. Selecionei, na minha infindável pesquisa em jornais - Folha de S. Paulo, no caso - alguns fatos e fotos interessantes, aleatórios, que mostravam um momento de muitas obras na cidade.

Prestes Maia havia deixado o governo no início do ano e falecido pouco tempo depois; o prefeito eleito assumiu, Brigadeiro Faria Lima, e não somente completou as obras de Prestes Maia, como também iniciou outras, algumas já em projeto, outras não. Pena a má qualidade das fotos nas reproduções.

Uma delas, vista no topo da página, era a entrega do viaduto da Vila Matilde, junto à estação e sobre a linha da Central - hoje CPTM.O viaduto era inclinado e tinha saída das calçadas para a estação por escadas e rampas que lhe davam acesso. O viaduto ainda existe, mas a estação foi fechada há catorze anos já. A foto foi publicada em 19 de novembro; o viaduto foi inaugurado nove dias mais tarde.
Obras de alargamento da rua Amaral Gurgel em foto publicada pela Folha de S. Paulo em 30/11/65
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Outro fato relevante, com uma foto publicada no dia 30 de novembro (ver logo acima), foi o início do alargamento da rua Amaral Gurgel. Na época, ela começava a ser duplicada, mas ainda não se previa o famoso e amaldiçoado Minhocão sobre ela. Segundo a reportagem, o processo de desapropriações se arrastara por trinta anos, e em novembro de 1965 ainda havia alguns imóveis em pé e ocupados entre a rua da Consolação e a Major Sertório, que deveriam ser desocupados no máximo até o dia 22 de dezembro.
 
Foto publicada pela Folha de S. Paulo em 18/9/1965 mostrando o encontro das avenidas da Traição (futura Bandeirantes) com o córrego no meio e das avenidas Moreira Guimarães e Washington Luiz
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Também se iniciava o viaduto que uniria as avenidas Moreira Guimarães e Washington Luiz, sobre o córrego da Traição e a avenida do mesmo nome. Avenida era modo de dizer, pois era apenas um caminho de terra sem alinhamento e sem proteção em relação ao córrego ainda a céu aberto, que seria asfaltada em 1970 e o seu nome trocado então para avenida dos Bandeirantes. A foto acima mostra o início dessas obras.

Folha de S. Paulo, 9/12/1965 - o palco e a igreja do Teatro Carlos Gomes vista através dele no final da demolição do prédio
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Finalmente, uma foto não de São Paulo, mas de Campinas: a demolição do Teatro Carlos Gomes, projetado por Ramos de Azevedo em 1930 e demolido em dezembro de 1965, por motivos não muito bem explicados: era o maior teatro da cidade (ver foto acima) e nunca foi reconstruído outro em seu lugar. Agora, cinquenta anos mais tarde, fala-se em construir outro. A foto acima mostra a última parede dele em pé, justamente a do palco, através do qual se via a igreja atrás. Abaixo, o teatro ainda de pé.
O teatro ainda inteiro - foto http://spressosp.com.br
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sábado, 8 de maio de 2010

KASSAB DELIRA 2: O LIXO NA CIDADE

Visto do parabrisas do meu carro, o lixo na Marginal do Pinheiros logo após a ponte da Sorocabana está lá, aumentando todos os dias e nada se faz quanto a isso.

Ainda sobre o caso da demolição do Minhocão, o jornal O Estado de S. Paulo publicou hoje uma estimativa de custos para se fazer a demolição e as mudanças para compensá-la: avenidas, linha da CPTM subterrânea, pátios alterados etc., e chega à conclusão que tudo seria estimado em mais de 2 bilhões de reais, SEM CONTAR o que é impossível de ser cotizado no momento, como quanto custaria a modificação da linha do metrô já existente que passa pela Barra Funda, a terceira linha para cargas, relocação de fiação e galerias subterrâneas, etc.

Realmente, não é coisa para se brincar. Por outro lado, embora concorde que o Minhocão nunca deveria ter sido feito, que em 1969 era mais fácil se construir algo melhor como ligação Leste-Oeste, que o elevado é horrível e provocou - isso era previsível na época, mas ninguém se importou - uma degradação das avenidas Amaral Gurgel, São João e General Olimpio da Silveira, hoje ele existe, está lá e, embora sempre congestionado, não tem substituto a custo razoável.

Então, senhores que vivem nos prédios ao lado dele, que lutem por seus direitos: peçam incentivos do poder público para diminuir o nível de ruído, como vedações de janelas e policiamento decente e manutenção da parte "coberta" pelas pistas de forma no mínimo decente. Isto porque, em minha modesta opinião, o Minhocão nunca vai sair dali.

Por outro lado, seria melhor gastar todo esse dinheiro - que, segundo o próprio prefeito, São Paulo não tem, de acordo com o que ele falou alguns dias antes, citado em minha postagem de ontem - em outras coisas mais importantes. Vou dar meu palpite: limpar a cidade. Ontem mesmo, eu estava esperando um ônibus num ponto na Cardeal Arcoverde, quase na esquina com a rua Cunha Gago, em Pinheiros. Ô sujeira. Dirão que o povo não tem educação. Realmente, parte dele não se importa nem um pouco com a sujeira, mas é verdade também que naquele local não há uma única lata de lixo à vista. A solução: Além de colocar o cesto, colocar um funcionário de limpeza para fazê-la constantemente, de forma que, aos poucos, as pessoas que se utilizam do ponto se acostumariam em vê-lo limpo e pensariam duas vezes antes de jogar cigarros etc no chão.

Curioso que há um bar bem na frente do ponto. O bar é imundo. Parece que nem seus usuários nem o seu dono se preocupam com a sujeira nem na calçada em frente a ele nem em seus degraus de entrada. Fica realmente difícil dessa forma. Mas, como eu ando mais de ônibus nos últimos tempos, vejo também mais a sujeira da cidade, vendo-a "do alto" das janelas do coletivo. Está muito suja, e parece que só eu me importo... mas não é verdade, a situação não pode continuar assim.