quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

MAPAS E PLANOS FERROVIÁRIOS

Jornal do Brasil, 27/12/1951
Dois mapas de planos para construção de ferrovias colocados na mídia - mais precisamente, jornais - em 1951 e em 1955 mostram que naquela época, exatamente como hoje, havia muito planos e pouca realização de obras.

É verdade que, apesar do abandono das ferrovias a partir principalmente dessa década, houve sim obras ferroviárias no período de 1950 a 2000. Basta ver as retificações da Mogiana, Paulista e Sorocabana feitas por estas e pela FEPASA em seuquencia, o "o corredor de exportação" que resultou na retificação da velha e obsoleta Ituana (Mairinque-Campinas), no Tronco Sul, na Central do Paraná, na Passo Fundo-General Roca e na Ferrovia do Aço, além de outras menores.

Aqui, descobri, outra vez com a ajuda de meu amigo Danilo Gentili, dois mapas nos anos acima que mostram planos para a união de determinadas ferrovias em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.  No primeiro mapa, o que aparece acima, no alto deste artigo, o trecho que ligaria Cuiabá, MT a Anápolis, GO, poderia ter ajudado muito na infraestrutura de transportes dessa região se tivesse sido feita nessa época. A região é carente de boas estradas desde essa época e ainda se fala nessa linha, com percursos um pouco diferentes.

O mesmo mapa mostra a linha Cuiabá-Santa Fé do Sul, SP, divisa SP-MT que era então o prolongamento da E. F. Araraquara, que deveria ser feita por esta. Essa linha nada mais é do que a Ferronorte, cujo primeiro trecho somente foi aberto nesse percurso quase cinquenta anos mais tarde (1998).

Vejam que há também uma terceira ferrovia planejada a partir de Cuiabá, ligando esta capital a Campo Grande, hoje MS, e ainda uma linha que ligaria a E. F. Araraquara à Noroeste. Estas quatro linhas estão tracejadas no mapa, enquanto todas as outras, já então existentes, eram mostradas conforme o padrão das ferrovias na época, traço branco com traço preto intercalados e fechados.
Jornal do Brasil, 27/2/1955

O mapa de 1955, mostrado aqui acima, mostra uma linha que ligaria Jeceaba, MG, na linha do Paraopeba da Central do Brasil a Arantina, MG (no mapa marcado erradamente como Andradina), na linha da Rede Mineira de Viação. A intenção deveria ser dar uma opção de embarque de minérios no porto de Angra dos Reis para a carga da região do ferro em Belo Horizonte. O que resultou desse plano foi a Ferrovia do Aço, que fez a mesma coisa, mas ligando também Jeceaba com Barra Mansa, de onde o minério de ferro pode ir para três portos: São Paulo, Angra dos Reis ou Rio de Janeiro.

Se procurarmos por outros planos, acharemos diversos, durante os últimos quase 160 anos de ferrovias no Brasil. Cada um deles provavelmente daria um livro...

3 comentários:

  1. Interessante também a variante Itacurussá-Barra Mansa ligando a EFCB e a EFOM, como alternativa a ligação de Angra e Mangaratiba planejada pela EFCB. Parece que já naquela época já haviam planos para um porto exportador de minério próximo a Mangaratiba,até hojea proposta teria seu valor pois ajudaria a desafogar a descida da serra do mar na MRS.

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  2. Caro Ralph: Um feliz 2013. E por falar em ramais perdidos no tempo segue um link que pesquei nestes dias de férias.
    http://videosdosaopaulotremjeito.blogspot.com.br/2013/01/condenados-pelo-progresso-desativacao.html

    Um forte abraço, Jorge Machado
    PS. Leio, sigo e recomendo seu blog a todos que tem ferro nas veias!!!

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  3. Um link com um artigo sobre a nunca concluída ferrovia Taubaté-Ubatuba:

    https://docs.google.com/gview?url=http://www.cihe.fflch.usp.br/sites/cihe.fflch.usp.br/files/Guilherme_Carra_Makowsky_0.pdf&chrome=true

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