quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O FESTIVAL DE ABSURDOS QUE ASSOLA O PAÍS - E SUAS FERROVIAS...

Depois, reclamam que o transporte é ruim.

Pois é, construir ferrovias no Brasil é difícil. Mas é difícil, também, fazê-las rodar.

As notícias colhidas nos últimos dias levam a pensar: qual é a seriedade real das pessoas neste país? Dos governantes, ante as situações às vezes absurdas que enfrentamos?

Vejamos, pois:

Obras do VLT de Fortaleza atingem 15% (16/10/2012 - Diário do Nordeste): "O maior entrave são trechos no projeto em que são necessárias desapropriações de moradores, o que já motivou até desacordo entre Prefeitura e Governo. O equipamento fará a conexão ferroviária de 12,7 km entre a Estação Parangaba e o Porto do Mucuripe." Mas há quanto tempo a construção da linha vem sendo anunciada e discutida? Somente agora estão discutindo desapropriações?

Prefeitura Campinas manda ALL parar corte de árvores (04/10/2012 - G1 Campinas e Região): "A obra da ALL prevê duplicação da ferrovia entre Itirapina-Boa Vista (Campinas) e Santos (SP), com extensão de 383 quilômetros. O investimento é de R$ 535 milhões. (...) A empresa América Latina Logística (ALL) recebeu nesta quarta-feira (4) uma notificação feita pela Prefeitura de Campinas (SP) para que suspenda o corte de árvores nos locais compreendidos pela expansão da linha férrea no município, sobretudo no Jardim Florence. Neste bairro, moradores já se manifestaram contra a possível derrubada de um bosque comunitário, com cerca de 800 metros quadrados. (...) Segundo o chefe do Setor de Fiscalização Ambiental (SFA), Flávio Gordon, a permissão para as obras foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sem que a administração municipal fosse consultada." Ou seja, um órgão autoriza, não comunica o outro, que diz que o outro não pode dar ordens sozinhos, etc. E pedem estudos ambientais, o diabo a quatro. Enquanto isso, todos ficam esperando. Não são sérios.

EMTU adia de novo licitação de sinalização do VLT Santos (05/10/2012): "Foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo (DOE) desta sexta-feira (05/10) o novo adiamento da sessão pública de abertura e entrega de envelopes da licitação do fornecimento dos sistemas de sinalização, controle e energia do VLT da Baixada Santista, para o trecho entre o Terminal Barreiros (São Vicente) e o Terminal Porto (Santos), incluindo a extensão Conselheiro Nébias-Valongo. A nova data será 22 de outubro. A licitação foi lançada em agosto, com a sessão pública prevista para 25 de setembro. Uma semana antes da sessão, a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP), responsável pelo projeto, anunciou o adiamento para 09 de outubro e agora publicou a nova data. De acordo com a EMTU, as duas alterações de datas foram por novos pedidos de esclarecimentos sobre o edital." Pelas notícias dos últimos dez, vinte anos, seja lá o que foi, o governo não sabe fazer editais. Já repararam que todas as concorrências públicas têm seguidamente editais suspensos? O governo ainda não aprendeu a fazê-los e um dos motivos talvez seja o excesso de regulamentação, caótica e cheio de armadilhas e duplas interpretações, feitos para permitir... bom, deixa para lá.

 Trecho da Estrada de Ferro Carajás é liberado (05/10/2012 - G1 MA): "Liberada na madrugada desta sexta-feira (5), a Estrada de Ferro Carajás (EFC), que estava bloqueada desde a manhã de terça-feira (2) por índios Guajajaras. O trecho no Km 289 da ferrovia, entre os povoados de Mineirinho e Auzilândia, no município de Alto Alegre do Pindaré, que fica a 340 km de São Luís, foi bloqueado pelos índios em protesto à portaria 303, da Advocacia Geral da União, que trata da demarcação de terras indígenas. As operações ferroviárias da EFC estavam paralisadas. A viagem do trem de passageiros foi interrompida. A assessoria da Vale não informou, até o momento, se houve reunião com os indígenas para negociar saída do local." Para que se fazem leis neste país, já que ninguém as respeita? Ninguém vai jogar um processo contra os indígenas por perdas e danos? E, mesmo que o façam (duvido), o prejuízo dos passageiros por não terem o transporte por três dias é praticamente incalculável.

Enquanto isso, notícia-se que o monotrilho de Manaus e o VLT de Brasília não sairão antes da Copa, pois não vai dar tempo. Claro que não. Demora-se anos e anos para se construir linhas curtas, por causa de tudo isso. Pelo visto, para a Copa de 1914 só vão saie estádios, mesmo. Todo o resto, que se dane. Vou parar por aqui, pois já estou ficando irritado.

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