sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CERTIDÕES DE NASCIMENTO

Edifício Barão de Jundiaí, hoje; do lado esquerdo, o Edifício Chalita, ambos na rua das Palmeiras
Com os anúncios de lançamentos de três edifícios residenciais em São Paulo, andei pelo bairro de Santa Cecília à procura de como eles estariam hoje. Os três ficam em ruas não muito procuradas hoje para se morar e isto não somente pelo bairro em si.
O Edifício Chalita e do seu lado direito o Barão de Jundiaí. A dificuldade de se fotografar prédios altos em ruas estreitas e com câmaras simples é muita...
Dois deles ficam na rua das Palmeiras, com muito trânsito de automóveis, caminhões e ônibus. O terceiro, na rua Fortunato, com menos trânsito, mas ainda longe demais da badalada Higienópolis. Surpreendeu-me a conservação (pelo menos a externa) desses edifícios, em relativo bom estado depois de mais de cinquenta anos.
Um dos anúncios de lançamento do Edifício Barão de Jundiaí em 1944 (Folha de S. Paulo).
Os dois primeiros são vizinhos; a diferença entre eles foi de treze anos. O mais antigo é o Edifício Barão de Jundiaí (no anúncio; na fachada, hoje, "Barão de Jundiahy"), no número 147, lançado em julho de 1944. O primeiro vendia apartamentos com o prédio já pronto - visto que ele anunciava "posse imediata". Dizia também que o prédio era uma construção"Ramos de Azevedo", assim, entre aspas. O que ele queria dizer com isso? Que apenas o estilo era o mesmo de Ramos ou que era o escritório deste o responsável pelo projeto?
Um dos anúncios de lançamento do Edifício Chalita em 1957 (Folha de S. Paulo)
O outro é o Chalita, no número 145. Ao lado esquerdo do anterior, foi lançado em 1957. Notar que no desenho do anúncio, existe uma constução baixa ao seu lado. Porém, o "Barão de Jundiaí" já estava ali havia 13 anos. Engodo publicitário. Os estilos eram completamente diferentes. Acredito que as cores da fachada também.
Um dos anúncios de lançamento do Edifício Aruanã, na rua Fortunato, em 1957 (Folha de S. Paulo)
Finalmente, a cerca de três quarteirões dali, o edifício Aruanã, na rua Fortunato, não é junto à alameda Barros, como ele afirma, mas sim, à Frederico Steidl, continuação da Barros, que fica um quarteirão depois. Aliás, nem é tão junto assim, mas na metade do quarteirão... é um dos poucos edifícios altos da rua.
O Edifício Aruanã, hoje
São casos de edifícios que (pelo menos externamente) não se degradaram com a vizinhança. Os anúncios de seus lançamentos são como verdadeiras certidões de nascimento dessas construções.

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