ACIMA: Restos do prédio da estação de Emas em 22 de junho de 2022.
Foto Carlos Otávio Nunes da Silva
O relato abaixo foi-me enviado no dia 22 de junho de 2022, exatamente um ano atrás. O relato ficou perdido entre outros textos salvos no computador na mesma época e agora o encontrei, procurando outra coisa - como sói acontecer.
Segue, então. A história mostrava a situação lamentável de uma antiga estação ferroviária de nome Emas - próxima à Cachoeira de Emas, no rio Mogi-Guaçu,no município de Pirassununga, SP. Quem escreveu e me enviou foi o Carlos Otávio Nunes da Silva, oficial da Aeronáutica.
A estação de Emas, da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, está localizada no ramal de Santa Veridiana, entre as estações de Laranja Azeda e de Baguaçu, aberto em 1886 e desativado em 1976.
Hoje, um ano depois, como estará a estação e seus arredores? Não sou nada otimista, deve haver maior deterioração e mato. Vale pena reproduzir o que Carlos escreveu:
"Eu me chamo Carlos e sou oficial da Aeronáutica, atualmente
servindo na Academia da Força Aérea em Pirassununga, SP.
Uns meses atrás tive a curiosidade de pesquisar a respeito
da antiga estação de trem que existe próximo à Vila dos Oficiais aqui dentro da
AFA e cheguei ao seu site.
Antes de mais nada, parabéns pelo trabalho! Fiquei horas e
horas navegando entre as estações próximas aqui da região e as identificando no
Google Maps. Espetacular!
Hoje decidi aproveitar a manhã de pedal e fui de bicicleta
até a estação. Infelizmente o cenário é até pior do que eu imaginava.
O prédio está totalmente
abandonado e faz tempo, muito pior do que as últimas fotos que o senhor postou
no site.
O mato e a vegetação invadiram tudo. No trecho por onde
passavam os trilhos ainda há um caminho, talvez mantido por um trator que deve
passar por ali de tempos em tempos sabe-se lá porquê.
Do lado oposto ao armazém já é tudo cana de açúcar e se passar
pelo caminho paralelo ao dos trilhos, pelo meio da cana, como fiz por engano
ao chegar, mal dá para ver o prédio.
O edifício da estação sobrevive, graças à robustez das
construções da época e também um pouco devido à reforma que foi feita nos anos 1980 pelo pessoal da Fazenda de Aeronáutica. O telhado ainda existe, ainda que
cheio de buracos. No interior, a maioria das salas sequer tem piso. Em alguns
pequenos trechos ainda resiste uma parte do parquet original, logicamente em
péssimo estado.
Já no armazém, como não fez parte da última reforma,
sobraram só as paredes, e mesmo assim já quase ruindo.
Existe ainda uma terceira construção próxima à estação, talvez a casa do chefe, mas o mato alto tomou conta do acesso e não estava
preparado para esse tipo de "incursão".
Novamente parabéns pelo trabalho.
Em breve vou tentar chegar até a estação Baguassu, se
possível cruzando o rio Mogi pela antiga ponte de ferro da Companhia Paulista.
Quem sabe mais à frente eu faça o caminho até Santa Silvéria
e Santa Veridiana.
Um abraço, Carlos".