Às vezes, no entanto, vem um camarada como eu, que pesquisa no passado em tudo quando é documento, para saber, afinal, como eram os trens dos tempos áureos. Até mesmo nos tempos de chegada do apocalipse, onde eles eram xingados por todos, pois eram ultrapassados, lentos, sujos, quentes, sem horário... mas funcionavam.
A FEPASA foi formada para tentar reavivar os trens paulistas que corriam o risco de desaparecer sob os prejuízos da Paulista, Mogiana, Sorocabana, São Paulo-Minas e E. F. Araraquara. Porém, em cinco anos, depois de fechar a grande maioria dos trens de passageiros das suas ainda viersas linhas, mudou de ideia e passou a prestigiar as cargas somente. Logo no seu início, em 1972, os trens já eram curtos, como este, chegando de São José do Rio Pardo a Itobi, perto do seu destino final, Casa Branca, sob o olhar de duas crianças ao mesmo tempo assustadas e maravilhadas.
Em 1960, perto do fim do último trem de passageiros em "bitolinha" (60 centímetros) da saudosa Companhia Paulista, a estação de Vassununga ainda vê a pequena locomotiva chegar com poucos passageiros que vêm de Santa Rita do Passa-Quatro (abaixo). Não eram trens turísticos esses trens. Eram de verdade, não eram brinquedos, eles serviam a quem deles necessitava. Os números da ganância, no entanto, sempre falaram mais forte e ele desapareceu.
Como desapareceram muitos mais de 1960 a 2001. O que não desapareceu, no entano, foi a magia dos trens, que ainda hoje, faz as pessoas acenarem para eles quando passa um cargueiro no meio do campo, chegando a um pátio, ou mesmo no meio das ruas das cidaes mineiras disputando lugar com os carros. O que explica essa simpatia do homem com uma máquina?