Mostrando postagens com marcador rua teffé. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rua teffé. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A CASA DE MEUS PAIS


Meus pais casaram-se em São Paulo em 1946 e durante quatro anos moraram em pelo menos quatro casas diferentes. Até que, em 1950, mudaram-se para a casa que construíram, na rua Teffé, no bairro do Sumaré, SP.
A casa novinha em 1951. Notar que havia na janela da direita em cima uma varanda. Em baixo, o jardim de inverno era aberto e tinha porta somente do lado da escada de acesso ao portão. Do outro lado havia uma abertura. O jardim não tinha árvores. O enorme muro de arrimo atrás era um matagal. O vizinho "de cá" não existia
.

Segundo minha mãe, o terreno era barato, mas lá era longe de tudo, as ruas não eram calçadas - nem a avenida Sumaré (o trecho de dois quarteirões que existia dela - o resto que existe hoje era um córrego intransitável) - e para chegar à faculdade de Medicina, na Doutor Arnaldo,onde minha mãe trabalhava, havia de se subir a pé a ladeira da rua Veríssimo Gloria e o final da rua Cardoso de Almeida e andar mais dois quarteirões pela avenida.
Ainda em 1951, a garagem era em cima e chegava-se a ela por uma rampa. No fundo, o portão para o automóvel. Ao fundo, atrás da casa da frente, o vale da avenida Sumaré
.

Eu nasci nessa casa, em 1951. Aliás, não: eu nasci mesmo foi no Pro-Matre, na Joaquim Eugenio de Lima, ao lado da avenida Paulista. Mas meus pais já moravam ali na Tefé havia pelo menos um ano.
Hoje, mal dá para se ver a casa e olhe que a quaresmeira foi aparada recentemente. O muro de pedras cobre a casa do vizinho e parte da nossa. A garagem ao nível da rua substituiu a rampa e a garagem original virou uma edícula de dois cômodos - já em 1959. (A edícula fica no quintal de trás).

Em 1959, a casa sofreu sua grande reforma, que gerou uma segunda, menor, em 1963.
De novo hoje, a casa vista de frente. O muro baixo continua baixo, mas as grades  enfeiam a casa. O jardim de inverno ganhou em 1959 uma janela e mais e uma porta, do lado esquerdo. Em cima, a antiga varanda foi desmanchada, aumentando o tamanho do quarto e ganhando uma janela
.

Fotos do aspecto dela original e do aspecto atual, espalhadas neste artigo, mostram as diferenças dela entre 1951 e 2014. Minha mãe e minha irmã ainda moram lá, uma deusa grega (Astrea, minha mãe) e uma fenícia (Astarté, minha irmã).

As modificações são citadas nas legendas das fotografias que têm, entre elas, uma diferença de sessenta e três anos. O tal arrimo atrás da casa - o vizinho de trás está na rua Macaé e a cerca de 20 metros de altura em relação ao nosso quintal traseiro. O muro de arrimo foi cimentado em 1959 até o topo, mas não é visível nas fotos. Uma modificação feita em 1959 e que não aparece nas fotos foi a da cozinha, que fica na parte de trás da casa e foi aumentada. Com isso, houve que se aumentar também um terraço todo aberto que existia sobre ela com porta saindo de um quarto ao fundo.

Só que a emenda da laje gerou um vazamento contínuo na cozinha. Sem conseguir encontrar alguém que resolvesse o problema, que aparecia em cada chuva que caía, meu pai fechou o terraço e transformou-o no quato quarto da casa - e o maior.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O LARGUINHO DO SUMARÉ QUE NÃO EXISTIA

O larguinho que não existe mais, em foto de hoje. Atrás do último carro estacionado, o curto trecho de menos de 20 metros da rua Pombal que sobrou ali. Onde está o primeiro carro estacionado (escuro) é o final da Veríssimo Glória. Ao fundo da foto, para lá das árvores, o enorme leito da atual avenida Sumaré.

Hoje fui visitar minha mãe no bairro do Sumaré, em São Paulo. Ela mora desde 1950 na rua Teffé, na mesma casa. Foi lá que nasci e passei minha infância. Morei lá até os 22 anos, quando me casei. Fui lá de metrô. Peguei-o na estação Faria Lima, subi até a Paulista (são 3 minutos e meio) e de lá peguei o outro trem para a estação Sumaré. Desci na avenida Doutor Arnaldo e andei ladeira abaixo até a rua Teffé.

Parte do bairro do Sumaré em 1930 (Sara Brasil). O bairro foi criado dois anos antes. Havia pouquíssimas construções. O larguinho das 4 ruas já existia, pelo menos no mapa. Para quem conhece, duas curiosidades: o trecho entre essa rua Macaé e a rua Cardoso de Almeida não existe hoje (terá existido um dia? No meu tempo não existia). A outra: o segundo trecho dela, em "u", iniciando e terminando na Cardoso, é a atual Tácito de Almeida. Já era quando eu era criança.

Lembrei-me que ela saía de um larguinho que não tinha nome, quando eu era jovem. Quatro ruas se cruzavam nesse larguinho: a avenida Sumaré, ainda estreita (embora mais largas que as outras ruas), a rua Pombal, a rua Teffé e a rua Veríssimo Glória, que terminavam ali. Eu cruzava o largo de bicicleta quando ia visitar alguns amigos que moravam no Pacaembu. Eu prestava bastante atenção com o trânsito ali, mas a quantidade de automóveis que ali cruzava ainda era muito pequena.

Em 1966, a tal rua Macaé não mais existia no mapa, mas aparece a Veríssimo Glória. O larguinho das quatro ruas está ainda lá (embaixo do "2") e a Tácito de Almeida tem o nome trocado com a Cardoso (posso garantir que na prática não era assim).

Em meados dos anos 1970, passaram ali a ligação da rua Henrique Schaumann com a avenida Sumaré. Desapropriações mil, rasgaram a rua Pombal em duas, alargaram a Sumaré, derrubando todas as casas do lado par entre as ruas Grajaú e Pombal, do lado ímpar entre a Atalaia e a Teffé e, para fazer a Doutor Arnaldo, lá em cima, passar pelo buraco que se criou com a avenida em baixo (nomeada de Paulo VI, que morreu quando estavam terminando a obra em 1978), construíram um enorme viaduto. No final dos anos 1980, debaixo deste, passaram a linha do metrô para a Vila Madalena e construíram a estação Sumaré, ali pendurada.

Todos esses dados de datas e fatos tirei da minha memória.

1997 (hoje é igual): Já não há mais larguinho e uma enorme avenida com viaduto e estação de metrô corta o antigo lugar calmíssimo de outrora. A rua Pombal nem aparece mais no mapa, embora exista num trecho mínimo, junto à Veríssimo Glória.

O larguinho desapareceu. Mais ou menos no seu lugar, existe hoje um outro largo bem maior, com o nome de Marcia Mammana. Carros vêm com alta velocidade, um monte deles, só parando num semaforo que há em frente ao final da rua Teffé. Do lado de lá da avenida Sumaré, ou Paulo VI, sei lá, uma encosta enorme sem casas. Ainda existem restos de fundos de fundações de algumas ali. Da rua Pombal sobrou um pedacinho só. O trecho da Sumaré entre a Teffé e o seu final, na Tácito de Almeida, não foi alargado e passou a se chamar Olavo Freire, que, aliás, era o nome primitivo da rua Veríssimo Glória, ladeirão que continua ali inteira.

Tirei uma foto hoje ali, mas, do larguinho antigo que existiu até por volta de 1975, não tenho fotografia alguma, exceto lembranças na minha mente.