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sábado, 3 de julho de 2010

A URBANIZAÇÃO TRAUMÁTICA DE SÃO PAULO

Não muito distante da região descrita neste texto, esta rua mostra o último limite do município, em foto que tirei há uma semana atrás, praticamente no seu extremo noroeste. Ainda é muito bucólico, mas o "pogresso" chegará rapidamente. É só aguardar.

Pesquisando hoje em meus arquivos, eis que, para concluir a localização original de alguns córregos e rios na periferia do município de São Paulo, tenho de esquadrinhar velhos nomes de bairros e estradas para conseguir concluir algo palpável.

Como se muda nome neste país de Deus.

Coloco aqui algumas informações curiosas. No possível matagal que era a cidade em 1930, cortado por uma ou outra estrada de terra na zona noroeste do município, saibam todos que esta lêem que: a atual "Estrada Turística do Jaraguá" - que de turística não tem nada, parece brincadeira esse nome - se chamava Estrada do Ribeirão Vermelho. Isso, num trecho dela, no início; porque esta última fazia uma quebrada para leste e chegava à estrada do Mutinga (esta, hoje se chama avenida Mutinga, embora de avenida também não tenha nada). Nesse trecho da "quebrada", os nomes hoje são: rua Ribeirão Vermelho, rua Jurubim, rua Itamogi.

A Estrada do Jaraguá, que hoje continua se chamando assim no seu trecho mais perto da subida do morro do mesmo nome, hoje se chama, em seu trecho mais próximo à via Anhanguera, rua Jornalista Paulo Zingg. Com todo respeito a este senhor, que não conheci e do qual apenas sei que foi jornalista, a sua rua deveria ter continuado com o nome histórico antigo. Outro trecho da velha estrada se chama hoje rua Coronel José Rufino Freire.

O trecho ao norte desta última rua, que é o bairro Jardim Maristela, tinha ali a Chácara Maria. E o córrego que acompanhava a estrada do Ribeirão Vermelho nesse trecho era exatamente... o ribeirão Vermelho, só que com um alagado enorme, que foi contido com uma canalização feita a posteriori.

A via Anhanguera nem existia ainda. No lugar dela, que hoje naquela região faz uma curva para o sul, havia algumas estradinhas que foram em grande parte engolfadas pela própria abertura da rodovia em 1943. No meio delas, o córrego da Olaria. Um pouco mais ao sul, hoje há um canteiro enorme de obras ao longo da Anhanguera para a construção de um enorme viaduto de acesso para a avenida Mutinga.

Enfim, de matagal, exceto pequenos pontos isolados, a região não tem mais nada. É tudo urbano e feio. Ali, a transformação de rural para urbana foi traumática.

Isso não ocorreu apenas ali, claro. Um livro bastante grosso poderia ser escrito com textos como o acima, apenas para a cidade de São Paulo. Imagine para o resto do Brasil.