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domingo, 25 de dezembro de 2011

ANTIGOS NATAIS

1921

Lendo velhos jornais - neste caso, especificamente, a "Folha da Manhã", "Folha da Noite" e "Folha de S. Paulo" - é possível ver-se propagandas natalinas dos últimos noventa anos.
1931

Assim, de 1921 a 1981, reproduzo aqui algumas delas, em homenagem a estes tão decantados últimos Natais que tenho passado, sem a emoção de quando era criança.
1941

Apesar de sempre passá-los em família, o que é sempre agradável, cada vez mais ele se torna uma noite comum, em que uma família se reúne para jantar e bater longos papos. A diferença é a presença de uma árvore de Natal.
1951

Quando era criança, no entanto, aguardava eu com ansiedade a chegada da ceia, das rabanadas, dos doces e da comida e - é claro - dos presentes.
1961

Ano passado, mas não este, vesti-me de Papai Noel para dar presentes na frente de mau neto Willi. Este ano, não: posso estar enganado, mas ele já me parece bem mais esperto e, creio eu, facilmente descobriria que haveria um impostor por trás da barba e do chapéu vermelho. E este sim, menino de três anos, se diverte.
1971

1981

sábado, 28 de maio de 2011

ENGODO PUBLICITÁRIO

Mapa sem escala publicado hoje para anunciar um prédio na rua Fidalga
Vi hoje no Estadão uma propaganda de um prédio a ser construído na rua Fidalga, na Vila Madalena. O mapa que mostra a localização do prédio está sem escala e mostra qarteirões quase vazios com uma ou outra casinha e também poucos prédio, "pequenininhos" quando comparados mesmo com as casinhas. No quarteirão entre a Cardeal Arcoverde e a Luiz Murat onde está o Cemitério São Paulo, ele também mostra diversas casinhas.

O mapa parece um paraíso. Super-bucólico. Se São Paulo fosse mesmo assim, seria um enorme prazer morar na cidade. Suponho que a maioria dos interessados nesse prédio - com nome inglês, como sempre: Soul (alma) Madá (de Madalena) - saiba que a Vila Madalena não é assim. E quando não sabe, vai visitar os apartamentos para decidir se compra ou não. Mesmo assim, o comercial não cita a grande barulheira de automóveis nas ruas durante as noites (principalmente de sexta a domingo), visto o local ser coalhado de bares e restaurantes com mesas nas ruas; também não cita que, se v. for receber um amigo em casa, ele vai ter de se virar para achar um local para estacionar. Na rua, então, nem pensar. Vai entregar um carro para um valet que vai cobrar os tubos dele e estacionar o carro na rua mesmo (é proibido, but who cares?) , longe pacas e sem qualquer vigilância.
O que teria sido o mesmo local (ainda sem escala) em 1880
Parece que o paulistano não se importa com esses fatos, parece ter já se conformado que ali é um dos bairros mais congestionados da cidade. Vai mudar assim mesmo. Acho isso incrível.
Mapa real da rua Fidalga (a rua que segue do canto esquerdo inferior para o canto direito superior) hoje - Google Maps
Enfim, é isso. No alto, o anúncio do prédio que foi publicado hoje (olhaí - propaganda grátis de construtoras!). Depois, o local real, visto pelo Google Maps (este mapa, claro, está em escala, e mostra apenas aquele quarteirão da rua Fidalga). Finalmente, um livre exercício de paciência mostrando (sem escala também e baseado no mesmo mapa da propaganda) como teria sido a mesma área em 1880, 130 anos atrás. Isso, sim, era sossego (certamente haveria mais algumas trilhas ali, e algumas pequenas construções numa área tipicamente rural - mas mágico eu não sou).

quarta-feira, 4 de maio de 2011

TRADIÇÃO EMPRESARIAL

Vendo as empresas que hoje fazem propaganda de todos os tipos de produtos e serviços no Brasil, noto como desapareceram empresas tradicionais nos últimos, digamos, vinte anos. Nomes como Hoechst e Ciba-Geigy, por exemplo, no ramo químico, Mappin, loja de departamentos... bom, há centenas de exemplos.

Há, no entanto, empresas que já existem há muito tempo, algumas com mais de cem e outras até com mais de duzentos anos de existência. O mesmo se aplica às marcas, como a Maizena, o leite Ninho. Jornais como O Estado de S. Paulo, atualmente um dos mais antigos em circulação no Brasil, com mais de 130 anos no mercado. Mesmo a Folha de S. Paulo tem já cerca de noventa anos.

De novo: há muito exemplos. Mas como seria há cem anos atrás? Comparando hoje com essa época, podemos notar a existência de firmas e marcas que ainda existem, mas também há inúmeras das quais jamais ouvimos falar e outras que até já ouvimos, mas que já desapareceram há muito tempo.

O que quero dizer é que poucas empresas e marcas conseguem sobreviver por muito tempo num universo enorme delas. Algumas ficam na memória ou são ligadas a outras coisas cujos nomes derivam da época em que essas empresas existiam. A Sorocabana, a Paulista e a Mogiana sõa ferrovias que desapareceram há quarenta anos, mas os nomes ainda permanecem nas regiões que lhe tomaram o nome: Alta Sorocabana, região Mogiana, zona Paulista.

É surpreendente o número de pessoas que ainda hoje usam a expressão "mil-réis" ou "contos de réis", ou mesmo "contos" para se referir a quantias de dinheiro; essas expressões desapareceram oficialmente em 1942, portanto, quase setenta anos atrás! Na verdade, já ouvi até crianças usarem essa expressão ao se referirem a notas de 10 reais, por exemplo. Nem o "cruzeiro" durou tanto na boca do povo.

Quantas das empresas que conhecemos hoje apareciam ou existiam há cem anos atrás? Realmente, poucas, pelo menos que saibamos. Nestlé, DuPont, Bayer... essas existiam, bem como alguns jornais (o Jornal do Brasil desapareceu há poucos meses). Microsoft, Google e Twitter, essas então, são novíssimas. Por quanto tempo durarão?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

NOTÍCIAS CENTENÁRIAS

Todos os dias eu leio a edição de cem anos atrás do jornal O Estado de São Paulo que é publicada no blog "Um Século", ou "Cem anos atrás". É curioso. Na verdade, dá apenas para ler a primeira página (Eram, em média, apenas 8 a 12 páginas por dia nessa época) e também um pequeno resumo de notícias de outras páginas que é publicado também diariamente.

A diagramação mudou bastante durante o ano de 1910, que acompanhei inteiro. No início do ano, mais notícias internacionais na primeira página. Depois de março, mês das eleições presidenciais, o acompanhamento da eleição, com resultados, críticas das supostas fraudes, etc. Porém, como tudo na vida, o assunto foi perdendo o interesse - pois já se sabia que o Marechal Hermes venceria, embora o resultado final tenha saído somente lá por agosto (não me lembro o dia exato). O Marechal, desafeto do jornal, viajou então para a Europa e lá permaneceu até a véspera de sua posse, sempre em 15 de novembro para os presidentes. Durante esse tempo havia notícias da viagem e também do interior - com notícias de Santos, Campinas e outras cidades do interior paulista.
Curiosamente, mais para o final do ano, as notícias da seção "interior" passaram a mostra praticamente somente a cidade do Rio de Janeiro, capital da República, mostrando o regionalismo paulista... Belo Horizonte e outras capitais também apareciam. O interior paulista foi deslocado para as páginas centrais, não reproduzidas no blog. No mês de dezembro e no de janeiro seguinte (2011), aparecia nas duas primeiras colunas todo o expediente do jornal - com os nomes dos agentes nas cidades do interior. Eram relacionados por regiões, que tinham o nome das ferrovias ou nomes de Estados: Linha Paulista, Linha Sorocabana, Linha Mogyana, Goyaz, Paraná, E. F. C. do Brasil e Rio. Era a força das ferrovias.


Hoje, a E. F. Central do Brasil é Vale do Paraíba. Já as linhas Paulista, Sorocabana e Mogiana em alguns casos mantêm os nomes, mesmo essas ferrovias tendo sido extintas há 40 anos. Ainda é a força das ferrovias...

E o que, exatamente, interessava tanto ao leitor os nomes dos agentes no interior para saírem na primeira página e ocuparem duas colunas de oito? No dia de hoje há cem anos, as outras 6 colunas mostravam os telegramas chegados do Interior (Rio, Curityba, Belem, Porto Alegre, Pelotas, Fortaleza e Aracaju) e as notícias da Europa (Argentina, Portugal e Italia).
Praticamente todos os dias, era publicada também a lista de viajantes que embarcavam nos trens noturnos (o mais concorrido, pois os passageiros dormiam durante a viagem, não tendo de se utilizar de hoteis nos destinos) de São Paulo ao Rio e vice-versa. Era como uma espécie de "coluna social": os nomes que apareciam eram todos nomes de "gente bem" ou, se não eram, passavam a ser...
Muito de vez em quando, apareciam anúncios na página de abertura, geralmente, anúncio de um espetáculo naquela noite, por exemplo. As remoções de agentes de correio, chefes de estações ferroviárias e de professores em cidades do distante interior eram também noticiados... falta de assunto? Havia, também, notícias diversas. Alguns itens estão espalhados por esta postagem.