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domingo, 12 de novembro de 2017

SÃO PAULO: A PRAÇA DA SÉ E A RUA SANTA TEREZA EM 1924


O anúncio de dezembro de 1924 publicado no jornal O Estado de S. Paulo mostra dois prédios de lojas da época (Casa Pinto e Casa A. Pacheco) no lado par da rua Santa Tereza.

Esta rua ainda existe, embora seja, na prática, parte da Praça da Sé atual, pois somente tem os prédios construídos no seu lado ímpar, ou seja, em frente aos prédios do anúncio.

Os dois prédios mostrados sobreviveram até serem demolidos e ali construído o Edificio Mendes Caldeira. Após a demolição deste em anos 1975, ali foi construída entre 1975 e 1978 parte da estação Sé do metrô, particularmente as escadarias elétricas para acesso às bilheterias e entradas para o trem. Embora o metrô tenha sido inaugurado em 1975, a estação Sé somente foi-o em 1978.

A catedral, ao fundo, ainda era em 1924 uma obra crua.

Nas outras ruas mostradas do mapa havia também casarões que simplesmente não foram mostrados no anúncio. Alguns deles ainda estão em pé hoje, como os da rua Marechal Floriano, no Pateo do Colégio.

A rua 11 de Agosto desapareceu no trecho em que aparece no mapa de 1924. Somente sobrou o trecho mais acima, ao lado do Tribunal de Justiça.

(Esta postagem foi atualizada no dia 15de novembro de 2017, às 12h20)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RUA BENJAMIN CONSTANT: ALINHAMENTOS DO VELHO CENTRO PAULISTANO

Rua Benjamin Constant, sentido largo de São Francisco, vista quase da esquina com a Quintino Bocaiuva, em 2011. À direita, com dois quadrados vermelhos na fachada, o prédio atual do IHG.

Até meados do século XX, era comum ver ruas "desalinhadas" nas cidades brasileiras. Ou seja, o alinhamento das casas e prédios não obedecia uma linha comum e o recuo não era igual para todas as construções.

Herança de um tempo em que apenas pedestres passeavam pelas ruas e um ou outro veículo de rodas como carroças e tilburis, o alinhamento das casas não fazia uma diferença muito grande. À medida que, no entanto, os automóveis, bondes, ônibus e caminhões foram chegando em número cada vez maior, o que aconteceu a partir da primeira década do século XX, a necessidade de se ordenar as vias era notória.

É comum ver relatórios das Câmaras Municipais falando de alinhamentos de ruas, especialmente de 1900 a 1920.
Rua Benjamin Constant, em 2011, também sentido São Francisco, mas vista de um ponto um pouco anterior à foto mais acima. Reparem no prédio do IHG e no prédio com três janelas por andar e ar-condicionado à direita: são os dois prédios que aparecem na foto antiga, abaixo. O mais próximo já existia; o outro foi demolido porque avançava sobre o leito da rua, como pode se ver na foto abaixo de 1940

Algumas ruas do centro de São Paulo, surpreendentemente, sobreviveram com ruas estreitas e sem alinhamento por mais tempo. Um exemplo disto é o prédio que hoje abriga o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (entidade da qual sou sócio), que, em 1940 teve de ser derrubado para se alinhar o segundo quarteirão da rua - o que fica adjacente ao Largo de São Francisco - pois o seu alinhamento estava tomando pelo menos metade da largura que o hoje a Benjamin Constant possui e que também não é muito largo.
Folha da Manhã, 18/4/1940: o velho prédio do IHG avança sobre o leito da rua

Nas fotos aqui postadas, as duas coloridas são atuais, do Google Maps e mostram a rua hoje, com o prédio atual do IHG, que tomou o lugar do velho prédio que avançava pelo leito da rua e a comparação com a foto (que infelizmente é muito ruim) de 1940, onde dá para se ver o mesmo prédio branco, já no alinhamento, que existe hoje, para servir de comparação de alinhamento e de fotografias com diferença de 71 anos.
Mapa de 1930: notar a diferença de largura da rua Benjamin Constant nos seus dois quarteirões

Finalmente, o mapa de 1930, da Sara Brasil, mostra que dez anos antes da foto antiga, a rua Benjamin Constant não era alinhada, especialmente no quarteirão citado. Já o primeiro quarteirão, junto à Praça da Sé, já havia sido alargado e alinhado.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

COMO SE POVOA UMA MEGALÓPOLE

Bairro de Engenheiro Goulart, em 1951

A cidade de São Paulo era, até os anos 1860, advento da ferrovia São Paulo Railway, uma cidade cujos limites era o que hoje se chama de "centro velho": o Triângulo (ruas São Bento, 15 de Novembro e rua Direita), o Pátio do Colégio, a Praça da Sé e uma ou outro princípio de estradas que mais tarde se tornaram ruas ou avenidas movimentadas.
Alto de Pinheiros, 1940

A partir de então, a cidade começou a crescer e rapidamente.
Vila Helena, bairro na confluência das atuais avenidas dos Bandeirantes e Vereador José Diniz, 1938

Em 1950, atingiu seu primeiro milhão de habitantes nos limites de seu município. Hoje tem cerca de 11 milhões.
Chácara Ingleza, bairro na confluência das avenida Jabaquara e rua Luiz Goes, 1938

Para chegar a isso, foi enchendo de forma desordenada seus espaços vazios com loteamentos, grandes e pequenos, que foram aparecendo até os dias de hoje.
Jardim Novo Mundo, 1940, bairro na confluência das atuais avenidas Santo Amaro e Bandeirantes. Notar que a "avenida Brig. Luiz Antonio" nada mais era que a av. Santo Amaro - afinal, uma é continuação da outra. Mas esse trecho jamais teve esse nome como está no mapa

Aqui nesta postagem são mostrados alguns lançamentos de bairros na cidade de São Paulo. Os anúncios foram publicados no jornal Folha da Manhã, atual Folha de São Paulo.

domingo, 20 de junho de 2010

EDIFÍCIO COLUMBUS

Revista VEJA, 30/9/1970 - o Edifício em pé, à esquerda, e, em 1970, já demolido, vê-se a avenida 23 de Maio, não existente na primeira foto, à esquerda.

Eu, realmente, jamais havia ouvido falar dele. Este edifício - o Columbus - foi construído e entregue no ano de 1932, projetado pelo arquiteto Rino Levi, para ser o primeiro edifício de luxo da Capital paulista. E cumpriu com o que havia se proposto.

Tanto cumpriu que, em 1970, foi demolido. Demolir um edifício de luxo, com nove andares, de apenas 38 anos? O motivo parece ter sido claro. Quando ele foi inaugurado, ficava a três quarteirões da Praça da Sé, na avenida Brigadeiro Luiz Antonio, na esquina com o viaduto Dona Paulina, local bem, na época. Em 1970, a avenida 23 de Maio, recém-aberta, já com trânsito pesado, passava nos seus fundos, encostando na sua parte traseira, enquanto o viaduto da Brigadeiro, agora à sua frente, descendo do largo de São Francisco, já apresentava grandes sinais de deterioração.

O curioso foi que a reportagem de sua demolição foi publicada na revista VEJA, edição de 30 de setembro de 1970. Eu tive acesso a essa reportagem há cerca de três semanas apenas, por coincidência. E hoje, domingo, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma nota sobre a existência do prédio (dizendo que a demolição foi em 1971, mas foi, na verdade, um ano antes). A VEJA dizia que ele foi demolido para dar origem a uma garagem. Na verdade, hoje, no local do prédio, existe apenas um local vazio, um barranco entre a Brigadeiro e a 23 de Maio.

Poucos prédios de apartamentos foram demolidos em São Paulo. Lembro-me de alguns: um na avenida Paulista, há uns 4-5 anos atrás e dois na construção da grande Praça da Sé durante o metrô: o Palacete Santa Helena e o Mendes Caldeira. Sim, houve outros... infinitamente poucos, se comparados com o número de habitações monofamiliares que foram postas abaixo nos últimos cem anos, para reconstrução de novas casas, estacionamentos, alargamento de avenidas ou edifícios de escritórios ou residenciais.

O fato é que o Columbus deve mesmo ter sido um excelente local para se morar: afinal, teve apenas trinta e oito anos de existência, foi demolido há quarenta anos e até hoje merece citações a seu nome.