domingo, 10 de novembro de 2013

QUEM IMAGINARIA, EM 1978, QUE...?


No Cebolão já aberto, o ciclista passeia em paz. Foto Reginaldo Manente/OESP - 11/7/1978
O Cebolão foi aberto ao tráfego em meados de 1978. Não consegui encontrar em meus alfarrábios a data exata (talvez algum leitor saiba), mas isto, aqui, não é tão importante.

O que aqui escrevo foi baseado em uma notícia de O Estado de S. Paulo de 11 de julho de 1978, que criticava diversos aspectos do complexo de viadutos, numa época em que o jornal ainda tinha de explicar que ele era "um anel viário com 18,5 quilômetros que interliga as marginais dos rios Pinheiros e Tietê entre si e com a rodovia Castelo Branco". Notar os 18,5 quilômetros, que pode ter sido algum erro de impressão ou uma fonte errada.

O motorista de um Galaxie (Galaxie!!!) reclamava do fato de que ele estava na Marginal Esquerda do Pinheiros e queria entrar para a Castelo Branco, mas confundiu-se com a sinalização, segundo ele, mal feita.

As placas ficavam muito próximas da bifurcação das pistas, de forma que ele, ao invés de seguir para Adamantina (pela Castelo Branco), acabou entrando na Marginal do Tietê e seguindo no sentido da via Dutra. (Não ficou claro como o motorista estava na marginal esquerda do Pinheiros e queria seguir para a Castelo. Acho que o jornal trocou as palavras.) As placas ficavam tão perto dos acessos que não davam tempo ao motorista para decidir onde entrar, causando perigosas manobras na entrada do tal Cebolão.

Outro reclamava que se "a gente vem pelo lado direito e quer ir para a Castelo, que fica à esquerda, precisa atravessar a estrada numa diagonal. O mesmo não acontece para quem está na esquerda e quer ir para as marginais do Tietê".

O trânsito ainda era pequeno, mas a reportagem afirmava que o aumento do tráfego procedente do Cebolão em direção à Anhanguera já estava provocando congestionamentos na alça de acesso ao viaduto Domingos de Moraes, na marginal externa do Tietê, sentido Lapa-Penha, com reflexos na rua Brigadeiro Gavião Peixoto, que vem da Lapa. Curioso. Esse viaduto citado não fica na Marginal, mas sim na rua Brigadeiro Gavião Peixoto, sobre a linha da hoje CPTM.

No primeiro dia de teste do conjunto, segundo o jornal, não havia nenhum policial para orientar os motoristas nas "vinte e uma pistas" do Cebolão. Mal sabia ele que isso jamais ocorreu nos 35 anos que se seguiram. À noite do dia anterior, havia se formado um congestionamento no acesso provisório da Marginal Direita do Pinheiros no sentido do Tietê (não faz sentido - parece que outra vez o repórter trocou a direita pela esquerda) , provocada pelo acúmulo de veículos no cruzamento com uma linha da FEPASA (suponho que ele falava da velha ponte que atravessava o rio, mas não passava sobre as pistas, mas em nível, do ramal da Armour, ponte esta logo além da Anhanguera, logo após a ponte desta estrada).

O consolo era que a ponte dos Remédios, sempre congestionada antes da abertura do complexo, agora estava sempre fluindo bem (esta ponte era a saída para quem vinha pela Marginal Pinheiros para a Castelo, pois o trecho entre a ponte do Jaguaré e o Cebolão não existia antes da abertura deste).

O triste é que esses motoristas reclamões nem imaginavam o que iria acontecer nos próximos 36 anos com o tráfego em toda essa região. Eram felizes e não sabiam.

2 comentários:

  1. O Cebolão foi inaugurado em 09.07.1978, e, para homenagear os heróis da revolução constitucionalista, foi batizado com o nome de "Trevo 32". Na inauguração estiveram presentes o Ministro dos Transportes Dirceu Nogueira, o Governador Paulo Egídio Martins e representantes dos veteranos de 32.
    Eu acho o nome meio estranho. Poderiam chamá-lo Trevo dos Heróis de 32, Trevo 9 de Julho ou Trevo de 1932. Mas Trevo 32 dá a impressão de que 32 é o número do trevo. O importante é que o nome não pegou. Pergunte para quem você quiser onde fica o trevo 32 para ver se alguém sabe.

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  2. Tanto na Folha quanto no Estadão, foram publicados 2 anúncios, em 09.07.78, sobre a inauguração do Cebolão:
    Um dos anúncios, do Governo de São Paulo falava em Trevo 32 e o da CPBO, que foi a empreiteira que o construiu, falava em Trevo de 32.
    No Google Maps a consulta tem de ser: trevo de trinta e dois. Mas eu nunca vi nenhuma placa com esse nome.

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