quinta-feira, 23 de julho de 2009

QUANDO VAMOS APRENDER?

Quando vamos aprender a prometer e depois realizar obras em tempo? No Brasil, a maioria das obras atrasa. As ferroviárias, então, nem se fala. Há uma ferrovia em Santa Catarina (ou melhor, não há) que foi prometida em 1874. Era a Dom Pedro I, que ligaria o porto de São Francisco a Porto Alegre pelo litoral. Até hoje estamos esperando pela obra tão alardeada, não somente naquela época, mas depois, diversas vezes, a última delas há cerca de um ano, ou menos (claro que agora não se chama mais Dom Pedro I, mas o traçado básico é o mesmo). Acima está o que se escrevia dela em 1886, no livro Estudo Descritivo das Estradas de Ferro do Brasil, de Cyro Diocleciano R. Pessoa Jr.

Não foi a única a demorar. Houve muitas, os exemplos são muitíssimos. Atualmente, no entanto, temos a notícia, publicada ontem no site da Revista Ferroviária, que as obras do contorno ferroviário de Araraquara foram retomadas esta semana, pois estavam paradas por falta de licença ambiental. Quer dizer que começaram as obras sem a tal licença, pois, em janeiro, estavam trabalhando, obras presenciadas por estes olhos de quem vos escreve.

Também ontem, estava sendo debatido, possivelmente no 68.º seminário sobre o tema, o TAV (antes era trem-bala) Rio-São Paulo. Quantos seminários serão necessários para que um dia isto fique pronto? Achei interessante a preocupação expressada por TAM e Gol nos últimos dias com o TAV. Preocupar-se por quê? Provavelmente, ele nunca sairá. Estamos esperando por ele desde meados dos anos 1960, quando os primeiros “seminários”, “debates”, como queiram chamar, começaram.

Hoje foi noticiado no mesmo site que as propostas do Trem do Aeroporto (São Paulo) tiveram sua entrega adiada... mais uma vez. Sem surpresas, certo?

O metrô de Fortaleza, enquanto isso, segue parado, por causa do Tribunal de Contas da União, que cortou os pagamentos ao consórcio construtor que já estava trabalhando. Motivos à parte, o consórcio parou as obras, pois não recebe, e dispensou mais da metade do pessoal. Realmente, de graça não se trabalha. E o povo de Fortaleza que se lixe.

E os inúmeros VLTs que toda semana se anunciam no País? Nenhum projeto anda.

Dá para ser otimista?

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