segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

FAMILIA VENDE TUDO... EM 1898


Fotografia: Douglas Nascimento, site São Paulo Antiga
Este é o primeiro texto deste blog desde o último, postado há quase dois anos atrás, no início de 2018.

Os motivos desta parada tão longa foram vários, mas, talvez o principal deles tenha sido o fato de bater quase sempre na mesma tecla: abandono e descaso do governo (seja ele o atual ou os anteriores) para com o patrimônio brasileiro.

E olhe que nem dizendo que somente dos antigos sofrem deste "mal": as construções mais recentes, como residências, predios, pontes, viadutos et cetera também têm manutenção quase nula comparado com o recomendado.

Apesar disto, este texto fala sobre... patrimônio paulista e seu abandono.

Durante estes dois anos, aqui em São Paulo, pelo menos um viaduto, construído nos anos 1970 e utilizado constantemente com enorme tráfego pesado, caiu - caiu, não: um de seus pedações caiu e com isto matou pelo menos uma pessoa. Estou falando do viaduto da avenida Marginal do Pinheiros situado lá no bairro do Jaguaré, que ficou interditado por cerca de sete meses, entre o final de 2018 e meados de 2019.

Mas isso não quer dizer que o patrimônio histórico tenha sido preservado durante este tempo: em 2019, a mansão do Barão do Rio Pardo, situada na esquina da rua Barão de Piracicaba com a alameda Ribeiro de Lima, caiu. O prédio já estava em ruínas havia décadas. Foi construído em 1880, o que o levava uma ser das residências mais antigas do município, erigida ainda no tempo em que os Campos Elísios eram um bairro novo, com poucas casas, que surgiriam ao longo da ferrovia Sorocabana,  aberta na região em 1875. Isto era uma grande vantagem para seus moradores, que constantemente viajavam para o interior com os novos trens das ferrovias paulistas.

A própria ferrovia que trouxe o progresso para o bairro, trouxe também sua decadência, anos depois, quando estradas de ferro passaram a ser também, elas mesmas, culpadas por tal fato.


A Provincia de S. Paulo - 6/12/1898

O próprio Barão do Rio Pardo não morou muito tempo ali. Em dezembro de 1898, ele se mudaria para outra cidade e deixaria sua casa, ponto tudo o que nela havia a leilão, realizado na própria mansão, que tinha como endereço a alameda Ribeiro de Lima, 26 - numeração da época.

É uma pena que a lista de itens detalhada não renha sido publicada no mesmo jornal, mas sim no Diario Popular.

A casa passou por diversos donos durante sua história. Foi tombada pelo CONDEPHAAT e, mesmo assim, posta abaixo.

Um comentário:

  1. Que surpresa boa.O blog voltou, infelizmente aqui em Ribeirão Preto tem um casarão na rua Duque de Caxias que fica em frente da praça XV que foi abandonado por vários anos. Saudades do sue artigos!

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