sábado, 27 de abril de 2013

TATURANAS E PREFEITURAS

Wikipedia / Lonomia-obliqua-citsc-1
Pois é. Quando o Brasil avança em termos de desenvolver algo que é de utilidade e serventia para todos, acontece um revés e tudo vai por água abaixo.

Já vimos isso no álcool-motor. No desaparecimento das ferrovias e nesta o desaparecimento dos trens de passageiros de longa distância. Na eliminação de ônibus elétricos, veículos de baixíssimo índice de poluição ambiental e também sonora, em cidades como São Paulo (nesta, parcial) e Araraquara (total). Há outros exemplos, não vou numerar e citar todos.

A reciclagem de lixo é algo que vem se arrastando no Brasil há muitos anos. No entanto, sabe-se que aqui se recicla muito papel, alumínio e outros metais numa proporção que o faz ser um dos maiores do mundo nesta atividade, pelo triste motivo de haver gente vivendo em extrema pobreza que vive em fétidos e imundíssimos lixões - ou seja, enormes depósitos onde se joga o lixo da cidade.

Porém, a reciclagem vem sendo feita com maior ou menor empenho em termos municipais. Casa município tem a sua política, incluindo a de não ter política alguma. Santana de Parnaíba é um dos municípios onde a coleta e reciclagem de lixo aumentou muito nos últimos quinze anos, graças ao empenho da prefeitura e de algumas indústrias da cidade.

O problema, no entanto, é que (pelo menos é o que se afirma em diversos pontos do país) o processo é deficitário. Claro, o que se calcula envolve apenas aquele microuniverso em si: da coleta à separação e ao preço final de venda de material reciclado obtido, todo este processo enfim, dá prejuízo. Não se conta aqui a vantagem enorme que existe na geração de empregos, na redução da poluição do solo e dos rios, do custo do terreno para se jogar tanto lixo não reciclável e não reciclado... lembram-se meus leitores do que sempre escrevo aqui, de que ferrovias foram eliminadas no Brasil porque davam prejuízo, mas, nisto, contava-se apenas a operação em si e não os ganhos em infraestrutura e no desenvolvimento da agricultura e industrial à sua volta, fora empregos gerados? Pois é.

E em Santana de Parnaíba não está sendo diferente: depois de anos operando bem, mas com subsídios da prefeitura, esta alega agora que não tem dinheiro para continuar a bancar a operação. E, curioso - ocorre logo depois da mudança de prefeito. O novo prefeito, por sua vez, alega (nos jornais) que o prefeito anterior já estava aos poucos abandonando o sistema e que este corre o risco de fechar. Mesmo depois de ter sido usado como modelo para outros municípios. Será que os dois - o que entrou e o que saiu - realmente são os responsáveis por este absurdo? Devem ser, inclusive se houver outros interesses pressionando-os por isto.

Parece a história da taturana que sobe o muro. A cada centímetro que avança, escorrega dois. Nunca chegará ao alto do muro.

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