segunda-feira, 8 de abril de 2013

DAS VELHAS FERROVIAS, O QUE RESTA?

A ABPF e a GE e carro de madeira da Mogiana, restaurados este ano: preservação da memória ferroviária

Um apreciador de meu site de estações ferroviárias, morador de Juiz de Fora, MG, enviou-me hoje um e-mail "desabafador", como ele mesmo escreve:

"Prezado senhor: Adoro o site Estações Ferroviárias do Brasil, mas devo confessar que me sinto muito triste com o destino que os trens tiveram no nosso pais, e em especial em minha cidade, Juiz de Fora. Acompanhei a pé alguns trechos do extinto ramal de Juiz de Fora, da estrada de ferro Leopoldina e o que vi foi de cortar o coração. Pontes importadas, transportadas nos braços de uma legião anônima e ignorada de trabalhadores, "cortes de pedra", feitos à base de picaretas, abandonados...

A ferrovia morreu, jamais será ressuscitada. Imóveis ilegais no leito, tornam se mais legitimados a cada dia. Já tentei, várias vezes, sem sucesso, descobrir a atual situação do ramal junto a ANTT e nada me foi respondido. É triste reconhecer a perda definitiva dessa ferrovia. Desculpe-me pelo desabafo. Abraço, Fábio V. Chagas"

Fábio tem razão, pelo menos no que as ferrovias eram. Embora as locomotivas a vapor e os carros de madeira trabalhada sejam adorados por conhecedores e mesmo por não conhecedores, se a ferrovia de passageiros forem reativadas no País jamais o serão com material velho. Isso seria inviável e fora de propósito.

A memória dessas estradas de ferro serão preservadas por associações que mantêm trens turísticos e por fotografias, livros e internet, além dos prédios maravilhosos construídos durante essa época de ouro, para servirem de estações, armazéns, oficinas, casas de ferroviários, guaritas e outros usos. Ramais como o de Juiz de Fora, mesmo que fosse reativado, jamais teria seu percurso antigo e cheio de curvas mantido. Seria inviável. Ele seria retificado e trafegado por material novo e moderno.

Mas, que a memória ferroviária brasileira é muito bonita, ah, isso é... apesar dos maltratos, demolições e sucateamentos. Que se louve a ABPF por suas restaurações, que não se limitam a máquinas a vapor. Recentemente, uma diesel da GE foi totalmente reformada e revestida com uma das cores com que foi pintada na saudosa Companhia Mogiana - a foto encabeça este artigo.

5 comentários:

  1. olá, Ralph! Parabéns pela tua pesquisa sobre as ferrovias... belíssima! Tentei entrar em contato contigo pelo facebook a respeito da pesquisa histórica de Santana de Parnaíba. Gostaria de saber se é de sua autoria e qual a fonte. Está muitíssimo bem escrita aquela pesquisa! Agradecida desde já!!! Amanda Catarucci

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  2. Sim. Antes fabricava bem mais e havia mais fabricantes do que há hoje. Hoje apenas a GE em Contagem, MG, fabrica locomotivas por aqui.

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  3. Amanda, por favor, veja minha resposta por e-mail.

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  4. Temos a GM em Sete Lagoas fabricando locomotivas também, a Maxion em Hortolândia andou fabricando locomotivas manobreiras.

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