sábado, 4 de fevereiro de 2012

CONFISSÕES DE UM RANHETA

Quantos saquinhos v. vê aqui?

Na história dos saquinhos plásticos descartáveis dos supermercados, quem faz o papel de palhaço é você - ou melhor, todos nós, com exceção, claro, dos familiares dos donos de supermercados e dos fabricantes de sacos plásticos para lixo.

Tomaram uma decisão baseada nos poetas e sabichões que acham que a "ecologia" vai salvar o mundo e ferraram com um monte de gente que faz compras em supermercados. Bom, tem alguém que não faça?

Ora, vamos (eles, os supermercados) deixar de dar sacolinhas grátis (economizando um valor avaliado em no mínimo 200 milhões de reais), enquanto você entra com o dinheiro: passa a comprar sacolas biodegradáveis (em teoria - já viu alguma se biodegradar? Não, por que demora tempo "pra burro").

Não quer comprar sacolas? É desaforo, não é? O lucro dos supermercados aumentou bastante e mais ainda por vender essas porcarias, e você que pague. Alternativas? Peça uma caixa - que geralmente não tem, pois todos as querem e não há caixa que chegue. A maioria das caixas está rasgada ou é fraca demais para o peso das mercadorias. Além do mais, já tem espertinho dizendo que "com caixas usadas há o perigo de contaminação dos produtos comprados. A desculpa vai aumentar cada vez mais e eles não pararão de ceder caixas para "ajudar a sua saúde".

Bom, com poucas caixas, você vai ter de trazer sacos, cestas e carrinhos de feira da sua casa. Claro, se você lembrar. Mas, muitas vezes, você está voltando do serviço ou de qualquer outro lugar e decide ir a um supermercado fazer compras. E não tem nada disso no carro. O que fazer? Jogar as mercadorias na mala do carro depois da compra ou comprar os belos saquinhos "ecológicos".

Ah, não é lei! Fizeram um "acordo" para salvar o mundo! É mesmo? Ninguém me chamou para essa reunião. Claro, eles não chamam os palhaços e trouxas para reuniões. Eles quem? Os supermercados, claro! Ah, mas em Jundiaí, eles fizeram um teste de sei lá quantos meses sem saquinhos e "a população aprovou". Mesmo? Será que em Jundiaí somente tem palhaços?

Bom, aqui na Grande São Paulo, nas duas vezes que fui a supermercados depois da "lei Áurea", discuti com funcionários por causa disso. Eles dizem que "foram ordens de cima" e "que nada podem fazer", mas, naquele momento, eles representam a empresa. Então, têm de ouvir mesmo! Os franceses daquele lixo do Carrefour e o arrogante sr. Diniz não vão querer ouvir nossas "baixarias". Fora os Srs. Wal-Mart e Dias da vida.

No jornal de hoje, anuncia-se que "adiaram o acordo por 2 meses" pois "havia reclamações de clientes que não tinham onde carregar as mercadorias". Puxa! A coisa deve ter sido grave, para terem suspendido provisoriamente o acordo.

(Perguntar não ofende: e as garrafas pet???????)

Que tal chamarem a população para a reunião de discussão do tal acordo? Não adianta chamar ecochato. Estes são poetas - não estão no mundo real. Eu passei a vida inteira economizando papel para usar novamente, idem com plásticos, e ninguém me ensinou isso. Não jogo lixo fora de uma lata de lixo nem a paulada. Colaborei sempre com coletas seletivas. Agora, porém, a vontade que tenho é de recolher todo o lixo da minha casa todos os dias e jogar no Tietê - que, por acaso, fica a 500 metros apenas da minha casa. Chega de ecologia. Ecologia é para poetas... e palhaços.

15 comentários:

  1. E ser defensor de das ferrovias é ser poeta e palhaço também? Tal como muitos definem que "defender coisas antigas não presta para nada"?

    Se você é tão ranheta quanto parece ser, você está no mínimo sendo preconceituoso e também defendendo uma posição que você não quer mudar com o tempo.

    Peraí sr. Ranhenta, você mesmo que vive enaltecendo o passado, me diga: como eram transportadas as mercadorias nos tempos antigos? Carrinhos de feira? Cestas de vime? Sacolas que eram sacos?

    Eu não acredito 100% em ecologistas, mas faz sentido um pouco o que eles defendem. Você não estudou para saber os prós e contras de uma sacola plástica, inclusive no meio da natureza. Aí fica a questão: COMO RESOLVER O PROBLEMA DE MÁ EDUCAÇÃO DO CIDADÃO, que faz mal uso das sacolas plásticas? Como resolver o problema do lixo, que se acumula em aterros e "lixões"?

    Eles não tem a resposta em definitivo, mas proporam uma solução possível. A comodidade vai vencer a necessidade de mudar costumes para melhorar o mundo? Essa mesma comodidade egoísta foi a que matou a ferrovia no Brasil também, lembremos disto.

    Seja menos ranheta. Entenda todos os lados. Ou então não reclame se alguém reclamar que você está defendendo uma causa vazia. (E nisso, eu não acredito, pelo contrário).

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    1. Conservo o que escrevi. Com relação a ferrovias, não quero a volta das ferrovias do passado: quero a volta de ferrovias decentes. Elas têm muita utilidade no transporte de passageiros. Já a polêmica dos saquinhos é uma balela onde somente quem lucra - e muito! são os supermercados. Agora, se as pessoas discordam, paciencia... obviamente e infelizmente, não posso ter razão em tudo!

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    2. Supermercados, farmácias, lojas, etc... a maioria dos comércios fazem uso de sacolas, sejam plásticas ou de papel (este mais degradável ao ambiente).

      E ninguém no mundo tem razão. O pior é reclamar com tom ranheta, o que mostra que a pessoa quer impor uma razão, esta muitas vezes mais emocional que racional.

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    3. O pior é não reclamar. O que fizeram foi um abasurdo, atrapalhando a vida de todos por uma jogada política e inóqua.

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  2. Ola Ralph

    Milhões de sacolinhas a menos não
    vai fazer difernça nos milhões de
    toneladas de lixo ( plástico, tóxico
    químico, hospitalar, etc..etc..)
    É um problema de educação e formação
    da população ( coisa que não interesssa
    aos políticos)....

    Daniel Gentili

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  3. Em BH esta medida é lei e já vale há mais de um ano, se não me falha a memória. Escrevi a respeito disso há algum tempo: https://kikacastro.wordpress.com/2011/04/23/plasticos/

    Passei meu mês de férias lá agora e acabei me adaptando à medida, embora haja o estranhamento inicial. Há duas semanas, fui fazer compras no supermercado e não havia caixas nem sacolinhas biodegradáveis, só aquelas mais duras (e mais caras), à venda. Desprevenida (e desacostumada), não levei nenhuma sacola de casa. Então decidi levar as compras no carrinho até o carro e lançá-las direto no porta-malas mesmo. Acabou não sendo tão trabalhoso carregar tudo para casa, como eu pensava. Então não me importei.

    Sempre reutilizei as sacolas de supermercado na coleta de lixo em casa, mas meus pais se adaptaram à ausência delas e usam sacolas de sacolão (ainda permitidas), de embrulho e até cones de jornais.

    Concordo com vc e desde o início me ocorreu isso de que os supermercados têm todo o interesse do mundo em economizar com as sacolinhas e até lucrar com a lei/acordo. Interesse infinitamente maior que qualquer questão ambiental ou ecológica usada pela publicidade.

    Mas também concordo que a redução das sacolinhas pode ser um passo pequeno mas eficiente para reduzir o lixo não-biodegradável no mundo.

    Então, se for possível nos adaptarmos, apesar de todo o ódio contra o lucro dos gigantes capitalistas (falei como nos meus tempos de Tamos com Raiva agora ;), acho OK.

    O problema é que há posições radicais e contrárias nos dois lados. Mas prefiro a interseção ao meio -- ao menos neste caso :D

    abraços,
    Cris

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    1. Cristina, não vai diminuir nada. Vai aumentar o meu trabalho para fazer compras e aumentar o custo da minha vida -pois o preço dos sacos de lixo, que eu não precisava comprar e agora precisarei, aumentaram. E eles continuam por aí. A solução nós já tínhamos, há 30-40 anos: latões de lixo, que eram logados direto no caminhão. Não se precisava de sacos plásticos. Anti-higienico? Anti-higienico é p que vemos pela cidade toda: lixo jogado em cada poste e mendigos imundos deitados ao lado deles. Disso o governo não cuida - pois é mais facil lançar leis estúpidas.

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  4. Ou o pior talvez seja reclamar anonimamente…

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  5. Boa noite, Ralph.

    Vivemos tempos da ditadura do politicamente correto. Qualquer coisinha que cheire a politicamente correto movimenta legiões, que rapidamente se transformam em patrulhas. No caso de nosso interesse comum, os trens (e, portanto, os transporte de pessoas sobre tilhos), presenciamos nos últimos tempos grupos e grupos do que se denominou chamar de "gente diferenciada" em torno do apelo quase romântico da bicicleta, mas raros movimentos em torno da defesa dos trens metropolitanos. Bicicleta é ecológica, assim como os trens, mas sua defesa tem mais "charme", entendeu?

    Abraço

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  6. O Sr. Ranheta ... concordo com você !!! ferraram muita gente inclusive eu...

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  7. Hummm... hummm... soluções existem. Como moro há 4 quadras do supermercado, por isso sempre vou a pé e levo mochila pra trazer as compras. Sacola só uso se as compras excedem o espaço da mochila. No carro tenho 2 sacolas de pano, que ficam sempre no porta-malas para a eventualidade de passar em algum mercado de carro. Minha monografia de pós gradução foi justamente sobre o impacto das sacolas plásticas no meio-ambiente numa época em que pouquissima gente havia começado a falar sobre isso no Brasil e quase nem se encontravam referências sobre o assunto em português. A questão é que sacola plástica causa realmente um impacto ambiental significativo, mas não menor do que o causado pela quantidade infinita de plástico que usamos em todo tipo de embalagem... E olha que estou dizendo isso como projetista de embalagens! Enfim, o assunto rende pano pra manga... A solução que achei foi o que citei: mochila nas costas ou sacolas de pano no carro... Ou, mesmo estando de carro, uma mochila pode ser mais prática até que as sacolas plásticas, já que permite carregar as compras com mais facilidade tanto no estacionamento do mercado como na chegada em casa...

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  8. Concordo plenamente! É muito fácil acabar com a sacola plastica e o povo que se dane. Ninguém fala em tratamento de esgoto, em coleta seletiva pois essas medidas quem tem que tomar é o político. Para quem tem carro é fácil acomodar tudo no porta malas, para o pobre que vai a pé ao mercado ninguém perguntou nada...

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  9. Não concordo com a opinião.
    Na europa o uso de sacos plásticos é passado em muitos países e se vive muito bem por lá.
    Precisa se mudar. E nem sempre as mudanças são simples.
    Eu moros nos EUA, e por aqui, a quantidade de lixo, sacolas plásticas é demais. Ninguém liga ecologia, porém eu faço a minha parte. Reciclo, evito o uso de descartáveis e levo minhas sacolas ecologicas toda vez que vou ao su
    Ermercado.

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