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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ENTRE A TV QUE QUEREMOS E A TV QUE SE PODE OFERECER


Nos últimos dias tem havido uma saraivada de acusações contra a imbecilidade reinante no programa Big Brother Brasil. Para ser mais específico, principalmente contra a suspeita de estupro que ocorreu durante uma noite e que ocasionou a expulsão de um dos seus "atores".

Bom, eu também acho o programa um saco e não entendo como alguém pode se dar ao luxo de passar até horas na frente da televisão assistindo uma porcaria como aquela. E tem gente que compra a transmissão toda, ou seja, em princípio, fica literalmente o dia inteiro assistindo o pessoal faznedo coisa alguma que preste ou que prenda a atenção. É a "fofoca da vida alheia" ao vivo e em cores!

As manifestações de indignação aumentam ano a ano. E a Globo parece pouco se importar. Na verdade, a audiência tem baixado ano a ano, mas ainda é alta e - melhor ainda para a emissora - garante uma boa fonte de lucros para ela e para a companhia telefônica, pois os telefonemas para votação de bobagens para participar do programa são pagos e não são tão baratos assim.

Bom, eu concordo com tudo isso. Mas e daí? Que grande parte do que a Globo apresenta na televisão é ruim, eu e muitos concordam. Porém, há gente que, mesmo concordando continua assistindo BBBs, novelas com sexo (quase) explícito, homens e mulheres seminus, palavrões, cenas de malandragem, bandidagem, violência... programas de notícias onde repórteres mostram barbaridades, shows do Faustão e do Gugu, e por aí vai. Falei da Globo, mas a situação é verdadeira em praticamente todos os canais abertos e até em alguns "fechados". Nem vou falar dos canais que mostram pornografia, mas aí o sujeito paga para ver. Se quiser.

De novo, pergunto: e daí? Qual seria a alternativa? Para o telespectador, é desligar a televisão (ou não ligá-la). O botãozinho no aparelho ou no controle remoto permite isso e é gratuito. Porém, se o sujeito é teimoso e quer ver televisão sem querer assistir a baixarias, o que pode ele fazer? Apelar às emissoras para somente colocar no ar "boa" programação. Mas, enfim - o que é uma "boa" programação?

Respondamos: como poderia uma televisão aberta sobreviver somente com "boa" programação? Conseguimos definir isto? Seria o que? Concertos ao vivo ou não de música clássica? (Michel Teló, não!). Missas para todos os gostos e religiões? Programas educativos (para as mulheres, como aprender a costurar ou a cozinhar - como se as mulheres hoje em dia estivessem interessadas nisto; para os homens, aulas de marcenaria!). À noite, programas sobre história (um History Chanel forçado todas as noites) e finalmente, um programa político-partidário (supondo, claro, que políticos sejam honestos).

Essa seria a alternativa para as emissoras abertas. Que, provavelmente, fechariam depois de abrir falência.

Aí, teríamos a terceira alternativa: ler, voltar a conversar com as pessoas, sair às ruas, fazer footing... ver mulher pelada ao vivo nos bordéis da vida e falar mal da vida alheia na janela... ah, é! Tem o computador... aí ferrou de vez.