domingo, 9 de outubro de 2011

RECADO À CPTM: POR QUE NÃO MAIRINQUE?

Estação de Mailaski em 2011 (Carlos Roberto de Almeida)

Até 1997/98, a CPTM mantinha a linha de subúrbios da antiga Sorocabana/Fepasa chegando até a estação e cidade de Mairinque, a 69 km (distância ferroviária) do centro de São Paulo. Para se fazer esse percurso, havia uma baldeação na estação de Itapevi, hoje ponto final da Linha 8-Diamante da ferrovia.
Amador Bueno (Google Maps)
Porém, jamais se falou em restituir o trem da CPTM até Mairinque. A concessão é da empresa, a eletrificação existe — ou melhor, existia, pois parte já foi retirada, sabe-se Deus por quê —, mas o trem não voltou mais. Há motivos claros para isso?
São João Novo (Google Maps)
Bom, trens são para transportar pessoas. Quando há muitas pessoas e possibilidade para tal, por que não fazê-lo? O município de São Roque tem 79 mil habitantes, a maior parte deles vivendo a uma distância razoável da linha férrea. Já Mairinque tem 43 mil numa área bem menor que a de São Roque, mas também com população em sua maioria concentrada próxima à linha férrea.
Mailaski (Google Maps)
Entre Amador Bueno e Mairinque havia seis estações, contando as duas citadas. Além destas, havia São João Novo, Mailaski, Gabriel Piza e São Roque. Em média, uma estação a cada seis quilômetros. Mesma média da linha Luz–Francisco Morato da CPTM.
Gabriel Piza, bairro do Taboão (Google Maps)
Com exceção de Gabriel Piza — das estações, a única que virou ruínas —, as outras mostram uma boa concentração populacional à sua volta. A estradas de rodagem que acompanham esse percurso são duas: a SP-274 até Mailaski, onde se junta à Raposo Tavares, que leva até Mairinque e além. A primeira é uma estrada de pista única e cheia de lombadas. A Raposo tem pista dupla, mas um monte de lombadas também. Os ônibus não são bons e trafegam em velodidade reduzida devido ao excesso de tráfego, principalmente na Raposo, e ao excesso de lombadas.
São Roque (Google Maps)
Vale ressaltar que a linha que fazia o percurso até 1998 tinha também uma série de paradinhas (plataformas com cobertura de amianto, inadmissíveis para os padrões de hoje) que atendiam em determinados horários as pessoas que iam e voltavam de empresas no percurso, como a Cinzano. Poderiam ser incluídas no percurso, bem como construídas outras intermediárias para atender aos bairros de São Roque e de Mairinque, principalmente entre as duas cidades.
Mairinque (Google Maps)
O trem seria uma excelente alternativa. Parece que somente os políticos e a própria CPTM não veem isso. Eu, sinceramente, não consigo entender, por mais que os técnicos da empresa digam (se lerem isto, vão dizer, sim) que eu não entendo nada, que sou um amador etc. etc. etc.
Estação de Gabriel Piza em ruínas (Eric Mantuan, 2008)
Os mapas e fotos que incluo nesta postagem mostram a situação atual das cidades em relação à linha existente. Note-se que, até Iperó, a linha da ex-Sorocabana é dupla e era antes eletrificada, desde 1944.

3 comentários:

  1. Talvez o governo do Estado não queira mesmo fazer uma linha comum metropolitana entre Mairinque e Itapevi ou São Paulo pois tem outros estudos. Existem estudos de um trem regional entre Sorocaba e São Paulo, e provavelmente isso seria também a chance de recolocar Mairinque e São Roque também, já que um dos estudos é utilizar já a antiga linha da Sorocabana.

    Mas há o fato também de deixar as cidades "isoladas", ou seja, sem depender muito de São Paulo.

    http://www.tgvbr.protrem.org/phpBB3/viewtopic.php?f=5&t=2463

    http://tgvbr.protrem.org/phpBB3/viewtopic.php?f=5&t=3962

    e

    http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1089295

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  2. Infelizmente, os prefeitos de São Roque e Mairinque são contra o trem metropolitano em suas cidades por medo de virarem cidades-dormitório. Mas, eles não serão candidatos este ano por já terem sido reeleitos.

    Recentemente, está havendo problemas sérios com a Expresso Regional, empresa de ônibus que faz São Roque-Itapevi. A bomba explodiu: sem dinheiro, a empresa tem manutenção precária e os ônibus atrasaram diariamente; semana passada, os passageiros furiosos com mais uma pane depredaram um ônibus da empresa e quase atearam fogo. A ARTESP está a um ponto de cassar as operações da Expresso Regional.

    Sou ferrenho defensor da criação da Linha Itapevi-Mairinque da CPTM. A ALL é a responsável pela via (que está semi-abandonada) e somente três trens de carga trafegam no trecho diariamente; deste modo, dá tranquilamente para reformar a via até Mairinque.

    Boa parte dos são-roquenses trabalham na região de Osasco, o que já se justifica o trem da CPTM na região. A estatal poderia implantar via dupla desde Amador Bueno até Mailasqui e, de lá até Mairinque, via singela, criando três serviços: Itapevi-Mairinque, Jandira-Mailasqui e Barra Funda-Mairinque (dois trens diários, um em cada sentido). Aliás, acho um grande erro São Roque fazer parte da região de Sorocaba, sendo que ela tem mais ligações com a Grande São Paulo.

    Eu tenho um projeto para a reativação deste serviço, que estou elaborando. Caso queira entrar em contato comigo, Ralph, meu e-mail é rodalvesdepaula@gmail.com . Podemos conversar mais por lá.

    Abraços,


    Rodrigo

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  3. Urge também reativar a Mairinque - Jundiaí (via Itu e Salto, inclusive o ramal de Piracicaba) e a Mairinque - Santos - Cajati para trens de passageiros, atendendo a uma região carente de transporte público como Evangelista de Souza, Vale do Ribeira e a Região do Litoral Sul e também acabando com as filas de carros na Anchieta pois as pessoas poderiam ir à praia de trem (teria que haver prolongamento da linha 9 até Evangelista).
    Outra prioridade seria reativar a Sorocaba - Campinas via Viracopos. Assim, poderia haver uma estação a apenas 1 km do aeroporto (acessível por monotrilho, como em Birmingham Inglaterra) que poderia servir aos passageiros com acesso rápido a SP pela Ytuana via Jundiaí. A estação até existe mas está abandonada - PORQUE?

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